Deputados, representantes do governo e de entidades civis sugeriram ontem mudanças na maneira como o País forma, administra, distribui e
utiliza a força de trabalho de médicos, enfermeiros e demais
profissionais da saúde. Relator da subcomissão especial criada para analisar a formação de recursos humanos para o Sistema Único de Saúde (SUS), o deputado Rogério Carvalho (PT-SE) defendeu a criação de uma estrutura de governo que teria a participação de representantes de setores da sociedade e ficaria responsável por pensar a formação, certificação, regulação e distribuição dos profissionais de saúde.
Para o representante do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), Armando
Raggio, o País vive uma contradição. “Pensamos um sistema de saúde que
atenda a todos, mas estamos formando profissionais altamente
especializados que acabam atuando principalmente fora desse sistema”,
disse Raggio, que participou da reunião da subcomissão da Comissão de
Seguridade Social e Família que discutiu a formação de recursos humanos
para o SUS e a educação permanente na área da saúde.
Segundo Raggio, o profissional da área, principalmente o médico, que escolhe
uma formação mais generalista contribui mais com o sistema, mas não
recebe uma contrapartida financeira à altura de outros profissionais que focam em especializações e optam por serviços de média e alta
complexidade em hospitais ou clínicas particulares.
Faltam instrumentos
Representando a Secretaria de Gestão do Trabalho e da
Educação do Ministério da Saúde, Fernando Menezes concordou que faltam
instrumentos que permitam ao governo definir quantos, qual o perfil e
onde deverão atuar os profissionais de saúde que saem das universidades. “Estudam-se vários tipos de intervenção do Estado para combater a falta de profissionais nas unidades básicas e de pronton atendimento do SUS”, afirmou.