Poder e Cotidiano em Sergipe
“Sergipe vai precisar de uma pessoa com a minha experiência”, afirma Belivaldo 14 de Fevereiro 13H:29
PODER | Por Max Augusto

“Sergipe vai precisar de uma pessoa com a minha experiência”, afirma Belivaldo

O discurso simples, mas firme, não deixa dúvidas: o vice-governador Belivaldo Chagas (MDB) é o candidato do grupo na disputa pelo Governo do Estado, esse ano.

Entre as suas credenciais estão o bom trânsito político e a grande experiência político e administrativa, necessária para conduzir o estado num contexto nacional de crise econômica e dificuldades financeiras.

Belivaldo sente-se preparado e não tergiversa ao dizer que o atual governo atravessa um período sensível, mas possui o que mostrar.

E garante que a situação poderia ser ainda pior se Jackson Barreto tivesse perdido a eleição passada e o estado caísse nas mãos do que classificou como um grupo de aventureiros. Confira a entrevista concedida ao BLOG DO MAX.

BLOG DO MAX - Vamos começar com uma clássica: Num momento de dificuldades como o atual, por que o senhor quer ser governador eleito de Sergipe a partir de 2019?
Belivaldo Chagas - Por que estou preparado para um desafio desta magnitude e sei que Sergipe vai precisar de uma pessoa com a minha experiência no comando do governo para atravessar esse período ainda tão conturbado de transições que ocorrem nas áreas administrativas e econômicas, como também, e mais especificamente, na política de nosso estado.

Estamos em pleno processo de transição com os principais líderes, que dominaram a política por décadas, que estão saindo de cena, já que alguns deles não serão nem mais candidatos e outros indo para sua última eleição em 2018, e uma nova geração de políticos que chega para ocupar os espaços e que estão se formando no aspecto da liderança.

Na política não há vácuos, mas existem momentos, como este, digamos, de entressafra, onde é preciso um nome com mais experiência e maturidade para fazer o papel de uma ponte segura para o futuro. Eu estou preparado para cumprir esse papel.

BM - O senhor faz parte de um governo com problemas severos na área financeira. Isso não prejudica a sua pretensão eleitoral?
BC - O governador Jackson Barreto está tendo uma missão muito árdua. Quis Deus que ele assumisse os destinos do governo do estado em meio a pior crise econômica que o Brasil passa nos últimos cem anos.

Ele deu azar, mas Sergipe deu sorte. Imaginem se o governo cai nas mãos de uma turma de aventureiros, poderíamos estar em situação parecida, ou até mesmo pior que os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que estão com suas gestões em estado de calamidade, praticamente inviabilizadas.
Mesmo com todas as dificuldades, ele tem conseguido atravessar a tempestade sem deixar o barco naufragar e com realizações importantes. Temos o que mostrar.

BM - Mas como o senhor pretende superar essas dificuldades que estão postas e que tanto prejudicam a gestão estadual?
BC - Minha experiência como secretário chefe da Casa Civil me permitiu ter uma visão abrangente e sistêmica do governo estadual. A confiança do governador Jackson Barreto me permitiu sondar e conhecer todas as áreas e posso garantir que essa base construída pelo atual governo vai nos permitir dar um salto para um novo momento neste estado, retomando investimentos, projetando o crescimento em diversas áreas, incentivando o setor produtivo, que é o grande gerador de empregos de qualquer economia, realizando um trabalho em conjunto e alinhado com toda sociedade, um trabalho estruturado e muito bem planejado.

Eu sei como fazer e vou buscar o apoio de todos para colocar nossas ideias e projetos a serviço do coletivo. Eu tenho a exata ideia da minha missão e não vou decepcionar os sergipanos e sergipanas.

BM - Quais serão as suas prioridades? Qual será a principal marca da sua possível gestão?
BC - As prioridades estão postas pela própria sociedade. Qualquer pesquisa que seja feita aponta quais as principais reivindicações da população. Não há roda a ser inventada. A saúde está sempre em primeiro lugar, no topo das reivindicações.

O povo brasileiro como um todo, pelo menos o que depende da saúde pública, reclama, e com razão. Aqui em Sergipe não é diferente. Temos feito um trabalho gigantesco nesta área, mas as carências são muito grandes. Vamos ouvir os maiores clamores nesta área e lutar muito para atendê-los.

Depois vem educação, empregos e segurança. Pois esses serão as nossas maiores prioridades. A população já os elegeu e cabe a nós, governantes, termos ouvidos de ouvir, olhos de enxergar e cairmos em campo para resolver. Outras áreas terão também a nossa atenção, a exemplo das estradas e da relação com os servidores públicos.

BM - Quem é Belivaldo Chagas, que está se apresentando para a disputa do cargo mais importante de Sergipe?
BC - Resumindo, sou advogado, funcionário público, fui deputado estadual por quatro mandatos, vice-governador de Marcelo Déda, secretário de estado da educação, estou vice-governador de Jackson Barreto e secretário-chefe da Casa Civil.

Sou um simão-diense, um sergipano do interior, que possui e preserva alguns valores muito fortes e que leva para a vida pública um jeito de ser muito próprio. Eu tenho meu jeitão, e aos poucos, as pessoas já começam a me conhecer.

Jamais vou dizer que sou melhor nem pior do que ninguém, mas eu conheço os meus valores e os meus defeitos, e tenho muito respeito as minhas convicções. Ninguém nunca vai me ver jogando palavras ao vento, nem dizendo que vou fazer aquilo que não vou fazer.

Comigo é sim, sim, não, não. Sei que às vezes, isso pode parecer uma fraqueza, pelo menos no curto prazo, para o mundo político, onde existe muita enganação, mas para mim, é um ponto forte no médio e longo prazo, pois acredito na lei do retorno que prega que tudo que a gente faz de bom ou de ruim, volta de alguma forma para nós mesmos.
Falo o que penso e faço o que precisa ser feito. No campo pessoal, sou filho de dona Belizana, uma comerciante de Simão Dias, meu pai é falecido, tenho um irmão, Arivaldo, e três filhos, Priscila, Guilherme e Maria Clara, e um neto, o Miguel, que é uma figura (risos).

BM - Como estão as conversas para as composições políticas em torno da sua pré-candidatura?
BC - De vento em popa. Temos garantido apoios fundamentais de partidos e personalidades importantes do cenário político de nosso estado. PMDB e PSD fizeram atos grandiosos. O PT fez alguns atos de extrema relevância. O PDT reuniu sua militância no Sindicato dos Bancários para declarar seu apoio.

O Solidariedade fez um belo ato também. PC do B e PRB estão muito adiantados e em breve poderão fazer seus atos. Semana passada o prefeito de São Cristóvão Marcos Santana realizou um ato com 19 prefeitos, seis vice-prefeitos e dezenas de lideranças políticas importantes de todos os municípios do estado em torno da nossa pré-candidatura. Outros partidos estão nos procurando e esse arco de alianças poderá ser ampliado consideravelmente.

Tudo isso é fruto de uma visão de que o nosso projeto está dando certo e está crescendo. Formaremos um belo grupo que irá marchar unido e será capaz de mostrar para Sergipe que temos boas ideias, boas propostas para Sergipe e que vai valer a pena dar um voto e confiança para o que estamos construindo e vamos construir para o futuro do nosso estado. Temos essa confiança plena na vitória de um projeto capaz, competente e seguro.

BM - Como o senhor está sentindo e interpretando as vozes que vem das ruas?
BC - Estamos fazendo muitas pesquisas para consumo interno para entender de forma exata e precisa o que as pessoas estão pensando e quais são seus anseios. Está tudo lá. Com as perguntas certas, temos as respostas corretas que servem para nos guiar. Não tem roda para ser inventada. O que precisamos é nos revestirmos dos propósitos identificados nesses desejos e necessidades da população para darmos as respostas necessárias e à altura da nossa gente.

Não dá para dizer muitas coisas agora, mas podem ter certeza que sabemos o que fazer, como fazer e iremos fazer o que precisa ser feito para melhorar a vida da população. O que estiver bom iremos manter e ampliar, e aquilo que não estiver bom iremos encontrar caminhos diferentes para resolver os problemas.

Em breve iremos aprofundar as bases de diálogo com todos os segmentos da sociedade. Vamos escutar muito, neste primeiro momento, falar pouco, e na sequência, fazer muito mais e melhor.

BM - As pesquisas demonstram que a classe política está muito desacreditada em nosso país e que a população está com muito pouco interesse nas disputas eleitorais. Com esse cenário, como convencer o povo que a sua proposta é confiável?
BC - O povo tem razão. A própria classe política procurou por isso ao não construir uma agenda que tenha sintonia com as necessidades e anseios da população. É como se houvessem dois mundos paralelos, um dos políticos e outro do povo.

É preciso recuperar essa sintonia com projetos e ações que consigam demonstrar que os políticos se preocupam em resolver os problemas da população. Temos muito a avançar em reformas importantes como a tributária e a política, aliás, desde que eu me conheço por gente que se fala nessas benditas reformas e não se faz.

Uma reforma política profunda e verdadeira e não esses remendos que se fazem próximos as eleições para resolver problemas pontuais geralmente de interesse da classe política e não do povo O que eu acho grave nisso tudo é que esse descrédito da política é muito perigoso pois ela é o único caminho para o desenvolvimento saudável de qualquer sociedade.

A ausência da política é um regime de exceção que não é bom para ninguém. O Brasil precisa de paz e tranquilidade para sair dessa crise e é por meio do fortalecimento das bases democráticas com seus pilares institucionais que encontraremos o melhor caminho, e a política é parte disso.

Foto: André Moreira/ASN

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