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Prefeitura de Aracaju consolidou um calendário de eventos, garante o presidente da Funcaju 7 de Fevereiro 19H:29
COTIDIANO

Prefeitura de Aracaju consolidou um calendário de eventos, garante o presidente da Funcaju

Com o controle da pandemia, aos poucos, os eventos culturais de grade porte têm sido retomados. Na capital sergipana, após a realização do Réveillon 2023, volta agora calendário de eventos o Projeto Verão, uma realização da Prefeitura de Aracaju em parceria, este ano, com o Governo de Sergipe. O evento ocorrerá entre os dias 10 e 12 de fevereiro, na praia da Atalaia, com vasta programação musical, multicultural e esportiva. Nesta entrevista, o presidente da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), Luciano Correia, destaca o planejamento da gestão municipal para a realização de grandes eventos e a importância do fomento à cultura local.

De que forma eventos como o Réveillon e o Projeto Verão estão inseridos no planejamento da Prefeitura de Aracaju e o que se visa atingir?

Luciano Correia - A Prefeitura de Aracaju consolidou de forma irreversível um calendário de eventos nas áreas de cultura e turismo, uma das principais metas do plano de governo do prefeito Edvaldo Nogueira, que nos últimos anos vem associando as ações destes segmentos à chamada Economia Criativa. Isto significa, na concepção do prefeito, inserir todos os projetos numa abordagem que remeta para a geração de negócios, criando empregos definitivos ou temporários, abrindo novas frentes de geração de renda.

Podemos considerar que este verão marca a volta definitiva das atividades culturais, após os períodos de restrição por conta da pandemia de covid-19?

LC - Sim, porque, em 2022, apesar de termos executado mais de 650 projetos culturais, só pela Lei Aldir Blanc, ainda respirávamos um clima de alerta e cuidado. Como o segmento estava impedido de promover seus eventos, as pessoas se encontravam angustiadas, com o desejo de reencontro represado. Isto pôde ser comprovado na alegria que irradiava do público presente no Forró Caju, o de maior repercussão da história, sucesso de público e de crítica. Idem para o Réveillon, uma festa que superou em mais de 50 mil pessoas as previsões dos organizadores. Duas grandes festas públicas, com milhares de pessoas, e – acredite! - sem ocorrências policiais com gravidade.

Qual a importância dos artistas locais fazerem parte do Projeto Verão?

LC - Importância fundamental porque são eles que, dentro da programação geral, sublinham nossa identidade, o chamado modo sergipano de ser, de fazer arte e cultura. Imagine o encantamento que esses sergipanos causam em quem vem de fora. E o bom é que, paralelo aos músicos e cantores já estabelecidos, uma nova geração rompe as barreiras e explode além dos limites do estado.

Como a gestão municipal trabalha as escolhas dos artistas locais?

LC - Sempre mesclando novos talentos e os já estabelecidos, compreendendo linguagens musicais diversas, incluindo piseiro, arrocha, sertanejo e outros ritmos que até bem pouco eram encarados com muito preconceito pelos gestores públicos, seja por puro pedantismo, desconhecimento dos movimentos emergentes ou, o que também era comum, pelo privilégio aos mesmos de sempre, as patotas fechadas. Hoje, dialogamos com múltiplas vozes, incluindo as bolhas, mas sem medo ou subserviências. A sociedade é plural e o gestor não pode querer impor seu gosto pessoal ou privilegiar amigos. A palavra de ordem no mundo inteiro é: di-ver-si-da-de! Mas de verdade, não como apelo retórico.


Como a programação do Projeto Verão foi construída este ano, considerando que o evento, nesta edição, é resultado de uma parceria entre a Prefeitura de Aracaju e Governo de Sergipe?

A programação foi feita a quatro mãos, com cada instituição indicando metade dos nomes, mas levando em conta a expertise das duas equipes de governo em realizar eventos dessa natureza. O Projeto Verão, a exemplo do Forró Caju e do Réveillon, tem um conceito próprio, neste caso incorporando atividades esportivas e relacionadas com o verão, uma programação musical mais jovem e contemporânea e o diálogo com as linguagens alternativas, como os movimentos emergentes das periferias, por exemplo

De que forma Aracaju busca fomentar e valorizar a cultura local em eventos públicos de grande porte?

LC - Consolidando um calendário de eventos, como jamais foi feito, pelo menos dessa forma articulada e inserida nas lógicas da economia criativa. Promovendo a diversidade na prática, de forma transparente e republicana, uma novidade no modelo de gestão dessa área no estado.

Qual importância dos aracajuanos encontrarem representatividade em seus momentos de lazer?


LC - Para que a gente não se dilua na geleia geral da cultura digital. Com o advento da internet e das novas tecnologias, é importante que as comunidades locais assegurem sua existência e preservação, e a cultura é o principal meio de afirmação da identidade. Se a gente não construir valores sólidos, com fomento do poder público, mas com modelos de negócios próprios, dos artistas, para elevar o nível de nossa produção cultural, corremos o risco de nos dissolvermos na infinita oferta de conteúdos da rede. O modo de ser sergipano precisa continuar existindo, mas com inteligência, talento, criatividade e estratégias de circulação no imenso oceano da cibercultura e na conquista de novos territórios.

 

 
 

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