Para André Moura, aprovação será por boa margem

O clima entre os deputados federais favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, a ser votado neste domingo, é de entusiasmo na caça ao voto dos poucos parlamentares ainda indecisos.

Coordenador do movimento suprapartidário pró-impeachment, criado na Câmara dos Deputados em setembro do ano passado e com mais de 100 parlamentares inscritos, dentre os quais vários líderes da oposição, o sergipano André Moura acredita na aprovação do afastamento da presidente por boa margem de votos, mesmo diante da forte pressão do Palácio do Planalto.

“O mapeamento feito pelo Movimento Pró-impeachment há mais de 15 dias com todos os parlamentares nos coloca em posição de tranquilidade. As adesões ocorrem de forma espontânea e isso facilita bastante o trabalho de convencimento de outros colegas. Por outro lado, até mesmo a presidente da República já admite a derrota neste domingo e tentou nos últimos dias evitar uma votação humilhante. Mas lamento desapontar os governistas. Não adianta pressionar. Os números que temos apontam para uma vitória com boa margem de votos. Há uma tendência muito forte para uma vitória grande, maiúscula, favorável ao impeachment”, comentou André Moura.

Na sessão de votação do relatório na Comissão Especial do Impeachment, ocorrida segunda-feira (11), o parecer do relator Jovair Arantes (PTB/GO), favorável à abertura do processo, foi aprovado por 38 votos a favor e 27 contra. Ao encaminhar o voto da bancada do PSC pela admissibilidade do pedido na condição de líder do partido, André Moura elogiou o relatório, pois, para ele, encerrava “a cantilena conspiratória do golpe, com evidências documentais de que a presidente Dilma Rousseff, de forma consciente e recorrente, infringiu a Lei de Responsabilidade Fiscal”.

Para André Moura, golpe será permitir a continuidade da bandalheira. Segundo o parlamentar, a presidente mentiu na campanha eleitoral, estourou as contas públicas para vencer a eleição e se beneficiou de um esquema corrupto para se eleger.

“Golpe seria perpetuar essa bandalheira, perpetuar um esquema político que vive na base do embuste e do trambique, que maquiou as finanças públicas e abriu mão do controle fiscal para garantir a reeleição. Apenas a irrefutável constatação das chamadas pedaladas fiscais, admitidas pela própria presidente em diversas ocasiões, já serviria de base jurídica para justificar o afastamento, pois são uma burla à legislação”.

O deputado também enxerga diferenciação no processo de impedimento, se comparado ao do ex-presidente Fernando Collor. Há, segundo ele, dois pontos significativos a considerar.

“Primeiro, o clamor popular é espontâneo, com os deputados sendo muito cobrados em suas bases políticas. Quem não votar a favor do impeachment ficará marcado negativamente pelo eleitor. A segunda é a certeza de que o vice-presidente Michel Temer reúne as qualidades políticas e as credenciais administrativas necessárias para conduzir a transição, reorganizar a economia e garantir a manutenção da prosperidade conquistada nas últimas décadas, de forma harmônica”, resumiu.

Mobilização

Através das redes sociais da Internet, André Moura tem atuado para angariar simpatizantes ao processo de impeachment. Diariamente, tem feito postagens onde ressalta que o desejo da maioria do povo brasileiro será atendido hoje pelos parlamentares. O deputado considera tal tarefa como uma missão.

“Queremos livrar o País desse desgoverno embusteiro e trambiqueiro. É nossa missão, mas a população ainda precisa fazer um último esforço: comparecer em massa neste domingo nas ruas e gritar com voz firme impeachment já, fora Dilma, fora PT”.