Poder e Cotidiano em Sergipe
“Não enganamos a ninguém!”, diz Fábio Reis sobre voto favorável ao impeachment 24 de Abril 13H:00

“Não enganamos a ninguém!”, diz Fábio Reis sobre voto favorável ao impeachment

A abertura do processo de impeachment continua na pauta e o assunto mais comentado tem sido o posicionamento dos deputados federais.

 

Em conversa com o BLOG DO MAX/JORNAL DA CIDADE o deputado federal Fábio Reis afirmou que o processo é político administrativo e disse que a sua motivação para votar favoravelmente ao impeachment foi mais política do que técnica.

 

Ele também disse que não mudou de voto e que comunicou seu posicionamento ao governador Jackson Barreto. Aliás, Fábio negou a possibilidade de o governador perder o comando do partido em Sergipe e falou como é sua relação com o vice-presidente Michel Temmer.


BLOG DO MAX - O que motivou a sua votação favorável ao prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Roussef (PT), no domingo passado?
Fábio Reis - Pessoalmente acho a presidente uma pessoa honesta e não acredito que esteja, sobre ela, qualquer denúncia de ter recebido vantagens pessoais. Ela responde por pedaladas fiscais, ou seja, descumprimento da lei orçamentária. A motivação foi mais política que técnica, todos sabem que o processo é político administrativo. Na parte técnica, existem opiniões para todo gosto, mas na política chegamos a um ponto crucial, a governabilidade. O país está parado pela crise política e econômica, desemprego aumentando, receitas dos governos só caindo pela queda do PIB e, neste período, infelizmente, não se chegou a um entendimento, e se não houvesse mudança agora poderíamos ir para uma situação sem volta. Quero deixar bem claro que depois de instalada a Comissão do Impeachment, não informei meu posicionamento a ninguém, não manifestei para nenhum jornalista qual seria minha posição. Colocaram alguns outdoors informando que “eu era contra”, mas sem me ouvir, sem buscar alguma opinião direta. Já pedi para que meu advogado reveja, judicialmente, informações de quem pagou e que entre com medidas cabíveis.

 

BM- O governador Jackson Barreto sabia da sua posição? Você conversou com ele sobre seu posicionamento?
FR - Quando tomei minha decisão, tive a consideração de informá-lo antes da votação. Tomamos café da manhã juntos em Brasília. Conversamos bastante e apesar dele ter as suas convicções, respeitou meus argumentos, mesmo discordando deles. Ele informou a presidenta Dilma sobre minha posição antes da votação, não houve surpresas com minha posição.

 
BM- Os governistas estão acusando o PMDB e outros partidos que eram da base aliada de conspiração e traição. O que você acha disso?
FR - Isso faz parte do processo político, são os jogos de versões. São mantras utilizados para fins políticos, faz parte do jogo, mas todos sabem que não é verdade, o povo nas ruas e nas redes sociais diz tudo.

 

BM - O processo de impeachment é irreversível? Você acredita que poderá ser barrado no Senado?
FR - Em política tudo é possível! Mas hoje os senadores já mostram, de forma pública, que a maioria aceitará a denúncia. Quanto ao desfecho, só no prazo dos 180 dias saberemos.

 

BM - Como foram as articulações nos últimos dias antes da votação? O senhor foi procurado por alguém? Conversou com Michel Temer?
FR - Temer é presidente do meu partido e amigo pessoal. Sempre tive um bom relacionamento como ele, motivo pelo qual também pesou na minha decisão pessoal. A todo momento era uma notícia nova e ambos os lados lutando para convencer a todos com seus argumentos. Foram dias intensos de muita conversa e reunião.

 

BM - Caso Temer assuma a Presidência da República, o governador Jackson Barreto pode perder o comando do PMDB em Sergipe?
FR - O próprio Temer avisou ao governador por telefone que isso era boato, um amor platônico. O que pode ter acontecido é vontade de alguém querer tirar o PMDB do governador, que isso é outra história. Jackson tem um amigo leal e fiel, não iríamos permitir que isso acontecesse nestas circunstâncias. Isso nunca existiu, nunca passou pela cabeça do Temer ou da executiva do partido.

 

BM- Como é a sua relação com Michel Temer? Caso ele assuma mesmo a Presidência, o senhor acha que conseguirá ajudar o estado de alguma forma?
FR - Sempre foi uma relação fraterna, muito diálogo. Temer é uma pessoa vivida e experiente, sempre que podia ia na vice-presidência ouvi-lo, pegar conselhos, ouvir histórias. Mas posso lhe afirmar que Temer é um homem preparado e de fácil diálogo, um exímio articulador político. Sobre o futuro, melhor aguardar a posição do senado.

 

BM - O que esperar de Temer na Presidência? Quais serão os projetos dele? Os partidos que faziam oposição, como o PSDB, devem apoiá-lo?
FR - O PMDB lançou recentemente um Programa de Governo chamado “Ponte para o Futuro”. Lá é possível ver como pensa o partido. O documento dá ainda uma diretriz de como seria um governo do PMDB. Sobre o futuro, reafirmo, melhor aguardar! Não seria ético conjecturar com a presidenta ainda comandando o país, só após a decisão do senado poderiam falar sobre esse tema. E sobre o PSDB, só alguém do partido pode falar e explicar melhor.

 

BM- Qual será o impacto da votação do impeachment em Sergipe? A família Reis contará com o apoio do governador Jackson Barreto na eleição deste ano?
FR - Nunca houve e nem haverá qualquer ruptura. Claro que algumas pessoas próximas do entorno governamental podem ter ficado surpresas no primeiro momento mas, quando conversarem com o governador, ficará tudo esclarecido. Apesar da insistência do governador para que eu votasse contra, argumentei muito com ele que não poderia abandonar o partido naquele momento. Disse que tinha respeito e gratidão por ele, mas naquele momento precisava acompanhar o partido e a maioria da população. Ele em seguida transmitiu à presidenta Dilma nosso posicionamento. Fizemos isso de forma clara e transparente. Não enganamos a ninguém!

 

BM - Jerônimo Reis deve mesmo ser candidato a prefeito de Lagarto? Ele já está trabalhando, articulando uma candidatura?
FR - O governador Jackson Barreto fez o convite ao meu pai para se filiar ao PMDB, o atual prefeito. Lila Fraga já disse que não será candidato à reeleição. Mas este assunto só trataremos no momento oportuno, nas convenções municipais.

 

BM- Este ano teremos uma eleição histórica em Lagarto, com a união dos grupos Bole-bole e Saramandaia?
FR - Não existe união entre os dois grupos, até porque o próprio Cabo Zé já se lançou candidato e Valmir, que é ex Bole-bole, deve apoiar um dos filhos do Cabo Zé, o ex-deputado, Adelson Ribeiro. Teremos eleições quentes e disputadas este ano.

 

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