A Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (SES) recebeu hoje, 17, no auditório do órgão, representantes das 14 maternidades de Sergipe, incluindo as públicas, filantrópicas e as entidades privadas.
O objetivo foi instituir e reforçar a necessidade das notificações imediatas dos casos de microcefalia ocorridos nas unidades hospitalares, uma orientação que partiu do Ministério da Saúde (MS) após o aumento inesperado dos casos de bebê nascidos com a anomalia.
A notificação deve ser feita pelos profissionais das maternidades ao Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (Cievs), que concentrará as dados, através do número 0800-282 282 2 ou do e-mail notifica.saude@saude.se.gov.br, como esclarece a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da SES, Giselda Melo.
“Já tínhamos feito esta orientação prévia por telefone. Mas, este momento serviu para mostrar com detalhes todo o processo, além de reforçar a importância deste levantamento para o desenvolvimento das ações”, declara.
De acordo com o médico infectologista da SES, Marco Aurélio Góes, é essencial também que esses dados sejam informados com até 24h após o nascimento da criança diagnosticada com microcefalia.
“A notificação deve ser acontecer o mais perto possível do tempo real. Estamos no momento de conhecer os casos, mapear como eles estão distribuídos no estado para, então, conseguir fazer as possíveis relações”, defende o especialista, lembrando que a situação requer uma investigação precisa e detalhada.
“Precisamos alinhar a base de informação para orientar as intervenções que serão colocadas em prática”, completa.
Atenção
Desde a semana passada, a equipe da Vigilância Epidemiológica está concentrada em estudar essa nova situação e, após analise de alguns dados, foi detectado discrepância entre algumas informações.
Segundo a coordenadora do Núcleo das Doenças Transmissíveis da SES, Mércia Feitosa, foi percebida uma fragilidade em alguns campos nas Declarações de Nascidos Vivos.
“Existe um campo onde se preenche se a criança nasceu com alguma anomalia congênita, e em certos casos essa particularidade não está sendo informada. O dado chega através do Cievs, mas não bate com o que está disponibilizado da declaração. E isso, a partir de agora, não pode mais acontecer. Por isso, pedimos total dedicação dos profissionais envolvidos”, avalia a gestora.
Amanhã, 18, haverá uma reunião com os coordenadores municipais das Vigilâncias Epidemiológicas para esclarecer a situação e nortear os trabalhos. “O estado vai criar um protocolo de investigação para orientar os municípios. Será a partir daí que começaremos a co-relacionar alguns fatores que podem estar ligados ao possível aumento nas ocorrências dessas microcefalias”, complementa Mércia Feitosa.
Fonte: ASN