Poder e Cotidiano em Sergipe
Merendeiras comemoram seu dia servindo alimentação de qualidade às crianças 2 de Novembro 17H:15

Merendeiras comemoram seu dia servindo alimentação de qualidade às crianças

O tempo passa e elas continuam exercendo uma função primordial na educação: preparar a comida para a criançada. São as merendeiras, profissão antiga, que contribuiu para a formação de muita gente.


Em uma época não muito distante, elas trabalhavam utilizando seus dotes culinários, receitas caseiras e muito amor. Mas hoje, alguns municípios optaram por terceirizar o serviço da alimentação escolar.


Com isso, essas profissionais estão unindo seu carinho às crianças e seu jeito de trabalhar ao conhecimento técnico na manipulação de alimentos. 

 
Foi assim que elas comemoraram ontem, dia 30, o dia da merendeira – data escolhida para homenagear essas profissionais. Além desse conhecimento técnico que foi agregado, elas continuam dando importância ao cuidado e ao afeto na relação com os alunos.


E é isso que Maria do Carmo, 38 anos, e Valtécio Silva, 33, merendeiros da Escola Municipal Juscelino Kubistchek, em Aracaju, vivenciam diariamente. 

 
Gratificante, acolhedor e recíproco. É assim que os dois definem o trabalho com as crianças. “É muito gratificante trabalhar com este público. Existe uma reciprocidade enorme, a gente não é só o profissional que faz a comida, somos os profissionais que cuidam da saúde delas, que estão presentes em um dos momentos mais importantes, que é o aprendizado. Alimentar também é dar carinho”, define Maria, que há três meses atua na empresa VBX, responsável pela alimentação escolar na rede municipal de Aracaju.
 
 
Merendeiro
A função de preparar merendas é exercida normalmente por mulheres, mas em meio a este trabalho quase que em sua totalidade feminino, há um merendeiro que se destaca: Não é porque é homem que Valtécio não realiza seu trabalho com dedicação e cuidado, muito pelo contrário, só de ouvi-lo, percebe-se o quanto gosta do que faz. Antes de tornar-se merendeiro, Valtécio passou por restaurantes, exercendo atividades como auxiliar de cozinha e cozinheiro.
 
 
“Aqui a gente não é só merendeiro. Nós somos as pessoas que ensinam as crianças a importância da alimentação. Se uma criança não quer comer feijão, a gente não a força a comer, nós explicamos porque ela deve comer e quais são os benefícios do alimento. O trabalho de merendeiro não se restringe somente ao preparo da comida, somos parceiros da criançada”, declarou o profissional. 
 
 
Quatro refeições
Na escola Juscelino Kubistchek, na capital sergipana são servidos diariamente cerca de 400 refeições nos períodos da manhã e noite. São quatro refeições por dia, sendo três para as crianças que ficam em período integral, realizando o dejejum, almoço e lanche na escola. E uma refeição à noite para os alunos do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA).  Todas as refeições recebem o cuidado de quatro merendeiros da empresa VBX.


Para o diretor da escola, Ítalo Correia, as merendeiras são mais que parceiras, são educadoras. “Qualquer profissional que entra na escola passa a ser um educador. Apesar da carência de todo o país em relação à alimentação, onde muitas vezes as crianças só vem para o colégio para comer, as merendeiras chegam para somar, para contribuir com esta mudança social”, opinou.
 

Atividades
As merendeiras devem preparar as refeições e servi-las nos horários estipulados. Deve também manter em rigorosa higiene todo material utilizado além de manter limpos os locais de dispensa, cozinha e refeitório é o que explica a nutricionista da VBX, Gabriela Barros. Segundo a profissional, as merendeiras seguem orientações estabelecidas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). É o PNAE que define que o cardápio dos alunos deve ser balanceado através da utilização de alimentos frescos
 

“Hoje, além de preparar a alimentação escolar, uma boa merendeira deve se preocupar em tornar-se uma educadora alimentar, ou seja, auxiliando na educação e/ou reeducação alimentar de crianças, jovens e adultos. Para isso, é necessário que tenham treinamento adequado, contando com o apoio de uma nutricionista para o planejamento e o monitoramento das atividades e, assim, desempenhar com destreza suas inúmeras atribuições”, pontuou.


Como a empresa segue com rigidez os aspectos de higiene e organização, as merendeiras da VBX recebem treinamentos semestrais com temas variados, mas sempre voltados às Boas Práticas de Manipulação e Saúde do Colaborador e Educação Nutricional. Diariamente todas as merendeiras são acompanhadas por profissionais da área de nutrição que orientam in loco os procedimentos que devem ser adotados no ambiente de trabalho, seguindo as normas técnicas previstas pela vigilância sanitária.
 

“As merendeiras trabalham uniformizadas e com a utilização de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) necessários, como sapato de segurança, touca, luva e máscara descartáveis, aventais específicos e fardamento apropriado a função, utilizados durante pré-preparo, preparo de distribuição da alimentação. Todos os EPIs são disponibilizados por nós. Também fornecemos luvas de borracha, para uso durante a higienização de equipamentos, utensílios e da área”, informou a nutricionista. 


Orientações
A nutricionista explica que as merendeiras são orientadas diariamente pelo supervisor (técnico de Nutrição ou nutricionista) a zelar pela limpeza e organização da cozinha; receber os alimentos e demais materiais destinados à alimentação escolar; controlar os estoques de produtos utilizados na alimentação escolar; armazenar alimentos de forma a conservá-los em perfeito estado de consumo.


E ainda, preparar as refeições saborosas destinadas ao aluno durante o período em que permanecer na escola de acordo com a receita padronizada, de acordo com o cardápio do dia; distribuir as refeições, no horário indicado pela direção; cuidar da manutenção dos equipamentos e utensílios utilizados; trajar o uniforme fornecido; fazer anotações específicas para controle da alimentação escolar.
 

Merendeiras 
Atualmente a VBX tem 366 merendeiras no seu quadro de funcionários que atendem a sete municípios sergipanos: Aracaju, Canindé de São Francisco, Itaporanga d'Ajuda, Japaratuba, Laranjeiras, Pirambu e Nossa Senhora do Socorro. Em alguns municípios, há regime misto de atuação, onde em algumas unidades de ensino há merendeiras da VBX e da própria prefeitura.


“Em Socorro não somos responsáveis pela entrega de gêneros alimentícios, apenas pela administração dos postos de trabalho, treinamos as merendeiras conforme todos os procedimentos, mas não somos responsáveis pelo cardápio servido”, completou a nutricionista Gabriela Barros.

 

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