Poder e Cotidiano em Sergipe
Machado: 28 de Abril 18H:00

Machado: "Não vejo problemas em aliança com o PMDB"

Nesta entrevista ao BLOG DO MAX / JORNAL DA CIDADE, o secretário-geral do PSDB em Sergipe, José Carlos Machado, afirmou que não vê problemas em uma aliança com o PMDB, em Sergipe. O vice-prefeito de Aracaju lembrou que essa aliança já foi firmada na Bahia, mas ressaltou que a direção nacional do PSDB terá que aprovar todas as alianças regionais e a meta é a criação de palanques para o presidenciável Aécio Neves. Em Sergipe, o PMDB tem compromisso com Dilma e Machado diz não saber se isso será um impedimento. Machado também falou sobre a administração de João Alves Filho (DEM) na Prefeitura de Aracaju e destacou a parceria que vem sendo feita com o Governo Federal e Estadual. Leia a seguir a conversa.

JORNAL DA CIDADE O senhor, vai continuar vice-prefeito até quando?
JCM –
Isso é uma coisa que penso, e a constituição me permite que eu dispute qualquer mandato, no exercício de vice-prefeito. A única proibição é de que eu assuma a prefeitura neste período. Fui vice-governador e disputei um mandato de deputado estadual.

C - Então não são verdadeiras as informações de que o senhor poderia estar inelegível?
JCM –
Estou absolutamente tranquilo de que estou elegível. Tomei todos os cuidados, até além das necessidades. Me desliguei da presidência de conselhos. Se alguns acham que me torno inelegível por estar em viagem oficial, não tenho obrigação de concordar, pois consultei vários juristas. Mas não sei a que serei candidato.

JC - Mas o prazo final para as definições está se aproximando, não é?
JCM – T
enho que resolver logo. O PSDB hoje vive uma outra realidade. O PSDB defendia a candidatura de João e depois do “fico” de João Alves o jogo zerou para o PSDB. E vamos sentar agora para conversar sobre a política de alianças. Estive com Aécio Neves há dez dias e ele dizia que é candidato à presidência e que o PSDB tem que construir para ele um palanque que quanto mais amplo melhor. É o óbvio.

JC - E qual é o arco de alianças que o senhor defende hoje? O senhor defende que João Alves apoie quem?
JCM –
Os Democratas defendem que necessariamente têm que ampliar o seu número de senadores e deputados federais. A forma de se aliar em Sergipe é mais fácil para os Democratas do que para o PSDB, que tem um candidato ÀPresidência da República. O partido baixou uma norma dizendo que qualquer definição do PSDB nos Estados tem que passar pela aprovação do diretório nacional. Está claro que eles querem dizer: “Lembrem-se de que o PSDB tem um candidato àPresidência da República”. Temos que buscar uma aliança que facilite a construção de um palanque.

JC - Em termos partidários, o que significaria isso aqui em Sergipe?
JCM –
Por exemplo, uma aliança com o PMDB, não vejo problemas. Já o PT tem candidato à presidência. Estamos conversando com todos. Já sentei para conversar com Valadares Filho, Valadares pai, Eduardo Amorim, Nilson Lima e o presidente do PMN. Tenho conversado com todos, mas tenho que ter em mente que o PSDB tem candidato àPresidência da República.

JC - Mas já há um diálogo com o PMDB?
JCM –
Não conversei com ninguém do PMDB sobre alianças. Sobre generalidades, conversei com Luciano Bispo, que esteve no partido por duas vezes. Não conversamos, mas estamos abertos.

JC - Então caso haja uma aliança do DEM com o PMDB, o PSDB pode estar nesta aliança também?
JCM –
Não é fácil a gente viabilizar isso, porque a premissa que tenho em mente é que o PMDB de Sergipe tem compromisso com a candidatura de Dilma. Se isso vai ser um impedimento, não sei. Mas repito o que ouvi na executiva nacional, a necessidade de se construir um palanque amplo e consistente aqui em Sergipe. Mas não há vetos. O PMDB está aliado do PSDB na Bahia – mas lá o PSDB apoia o Aécio. Aqui o PMDB tem compromisso com a candidatura de Dilma e isso é uma dificuldade.

JC - O DEM e o PSDB de Sergipe podem ficar em palanques separados, em 2014?
JCM –
Eu espero que não.

JC - Mas é uma possibilidade, o senhor vê isso?
JCM –
Só posso falar pelo PSDB. Não tenho dúvida nenhuma de que o PSDB e o Democratas estarão juntos. Estão juntos em nível nacional e estarão em Sergipe. No meu caso específico, desde 82 participo de eleições ao lado de João Alves. Foram 15 eleições de João e Machado.

JC - Como está o relacionamento da Prefeitura de Aracaju com os Governos Federal e Estadual?
JCM –
João é um gestor. O relacionamento administrativo com o governador do Estado e a Presidência da República se impõe naturalmente. Os problemas, os desafios são grandes. João sabe e a sociedade entende que sozinho ele não vai conseguir resolver os problemas. Ele precisa ter o apoio do Governo do Estado e da Presidência da República, senão não vai. Esse bom relacionamento, essa boa convivência, está acontecendo, senão não vai. Me sinto responsável, porque aproximei o político Déda de João. As conversas foram alvissareiras, tanto que João ajudou na aprovação do Proinveste. As conversas foram boas, na forma de contemplar Aracaju. Déda foi muito correto e sentamos para discutir.

JC - Mais de um ano após assumir a Prefeitura de Aracaju, João Alves conseguiu atender às expectativas dos seus eleitores?
JCM –
Temos que ser honestos no que afirmamos. Foi gerada uma expectativa muito grande com a eleição de João Alves, porque o eleitor de todo o Sergipe vê na figura do gestor João aquele homem capaz de realizar. Ele já deu provas disso. Mas o fato é que a máquina estatal hoje está completamente emperrada. As dificuldades são enormes. João encontrou inúmeras obras em andamento e algumas paralisadas porque tiveram seus contratos rescindidos. A retomada é algo dramático.

JC - O senhor se refere à máquina pública de maneira geral ou ao município de Aracaju?
JCM –
De uma forma geral. As dificuldades estão em nível federal, estadual e municipal. Um exemplo gritante: quando Augusto Franco era governador de Sergipe e eu diretor técnico da Cohab, construímos o conjunto Augusto Franco, com 4.500 unidades habitacionais, em 36 meses. Tem um conjunto que está sendo construído pela prefeitura, com 400 casas, que começou em 2007.

JC - João Alves tem sentido então esse emperramento da máquina?
JCM –
Veja só, as demandas são crescentes e o povo participa, através das redes sociais. O que acontece no posto de Saúde todo mundo sabe. Essa informação, essa cobrança, acaba sendo forte. Então, a expectativa que se criou foi muito grande, mas estou absolutamente convencido de que os compromissos de campanha serão todos resgatados.

JC - Na Saúde, por exemplo, o senhor chegou a dizer que não houve avanços significativos.
JCM –
Alguns avanços aconteceram, mas não no nível que nós desejávamos e que o povo esperava. E qual foi o grande entrave? Se bolou uma forma para fazer as UPAs funcionarem, mas você não pode implantar por conta de uma decisão judicial. Na hora que a gente implantar isso a qualidade da Saúde vai melhorar muito. O grande avanço que seriam as OSS teve dificuldade, por causa da Justiça, mas está sendo superado. Eu vi alguns hospitais funcionando através das OSS e o que eu vi, em Salvador e Recife, me encantou. João não fez isso por conta de uma decisão judicial, mas isso já foi superado. Mas houve melhorias. Por exemplo, o atendimento no Hospital São José, foi elevado. Contratos com o Cirurgia foram mantidos e com o São José foi ampliado. Mas a consciência que tenho é que a grande mudança só vai ocorrer quando se implantar as OSS. Agora a questão é de tempo.

JC - E no transporte, que foi um dos grandes debates da campanha. Há previsão para implantação do BRT e dos estacionamentos do centro? Houve melhorias no transporte?
JCM –
No setor era uma greve de funcionário a cada mês. Se resolveu isso, as coisas estão melhorando. Hoje, em Aracaju, metade dos ônibus são novos. Estamos negociando junto ao Ministério das Cidades um financiamento para obras de mobilidade. O Plano de Mobilidade Urbana deixado pela gestão anterior foi profundamente alterado. A Câmara já autorizou o empréstimo e devemos estar assinando isso nos próximos dias, então em breve estaremos iniciando essas obras. Essas obras poderão acontecer ainda este ano. A substituição dos abrigos já está acontecendo e já se percebe a satisfação da população. Outra melhoria, por exemplo, foi o problema do lixão, que há 20 anos se discutia em Aracaju e João acabou em 90 dias. Gama, Déda e Edvaldo tentaram.

JC - Mas o senhor avalia que a melhor forma de resolver o problema foi terceirizando o aterro?
JCM –
Qual foi a mudança que houve, na forma e procedimentos, na relação entre serviço público e empresa? A Torre, que coletava o lixo em Aracaju, continuou trabalhando. Só que em vez de deixar o lixo no lixão, deixa hoje numa estação de transbordo. E toda essa logística custou quando à Prefeitura de Aracaju? Toda essa logística está custando à Prefeitura R$ 300 mil por mês. O que se gastou em 2013 com coleta, transporte e destino final do lixo foi aproximadamente R$ 3 milhões a mais do que em 2012. A operação do lixão custava uma fortuna à prefeitura.

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