Poder e Cotidiano em Sergipe
Laércio se mobiliza “para não deixar Nordeste no limbo” e defende mudanças no texto da reforma tributária 26 de Julho 14H:17
PODER

Laércio se mobiliza “para não deixar Nordeste no limbo” e defende mudanças no texto da reforma tributária

Integrante do Grupo de Trabalho criado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para discutir a reforma tributária, o senador Laércio Oliveira (PP-SE) revelou que já mobilizou os parlamentares do Nordeste para reverter a decisão da Câmara que retirou da PEC 45/2019 a prorrogação de benefícios fiscais para indústrias das regiões Norte e Nordeste até 2032.

“A minha necessidade é o Nordeste. Os incentivos para o desenvolvimento da região não estão contemplados no texto que saiu da Câmara. Está contemplada apenas a Zona Franca de Manaus. Nada contra, mas já me mobilizei junto com os senadores do Nordeste, porque a gente precisa buscar o entendimento para equilibrar essa relação para não deixar o Nordeste no limbo. Se isso acontecer, como as indústrias irão se instalar em nossa região?”, questionou o senador em entrevista ao Jornal da Fan, da rádio Fan FM.


Laércio Oliveira é autor do PLP 79/2023 que possibilita a prorrogação até 2042 de incentivos fiscais para o Nordeste e afirmou em plenário que o mecanismo é vital para o desenvolvimento da região.
“Os incentivos servem para manter e atrair a implantação de novos empreendimentos industriais. A Região Nordeste permaneceu fragilizada e carente e terminou o ano de 2022 com os piores índices de retomada. Enquanto persistirem e prevalecerem as diferenças e desequilíbrios regionais, não podemos abrir mão dessas ferramentas de política fiscal”.


Proposta pró-emprego


Laércio Oliveira disse que o Senado Federal tem o dever de rever alguns pontos da reforma tributária. Ele cobrou regras claras para os micro e pequenos empreendedores, lamentou que o setor de serviços seja o mais penalizado com um pesado aumento de impostos e afirmou que vai defender com intransigência uma proposta pró-emprego.


“De que forma se faz isso? Buscando melhorar o ambiente de negócios no país, para que o emprego seja a pauta principal. Sempre digo que a reforma tributária tem que ter o viés do emprego, porque o emprego é o que faz com que a economia gire. Se tem o trabalho formal, se as pessoas estão produzindo, a gente tem uma questão social resolvida aí. Há condição de ir ao comércio, ao supermercado, ao açougue e a padaria para comprar os ingredientes necessário para o sustento da família. Se a reforma não tiver esse viés, de nada vai valer”, afirmou ao jornalista Narciso Machado.


Para impedir distorções e a elevação dos impostos, Laércio Oliveira sugeriu em Plenário uma emenda para compensar a folha de pagamento e justificou que o Brasil é um dos países que mais tributa salários no mundo. “Enquanto os países da OCDE tributam 34,6% do rendimento do trabalhador, no Brasil essa alíquota alcança 45%, segundo dados divulgados pela Central Brasileira do Setor de Serviço”, alertou.


O senador sergipano também defendeu que as alíquotas diferenciadas dos impostos sejam ampliadas para todo o setor de serviços e não apenas para a educação, saúde e transporte público, como previsto no texto. “A ideia é evitar um excessivo aumento sobre os serviços e prejuízos para seus consumidores, suas empresas e seus trabalhadores. Da forma que está, a reforma promoverá desemprego e informalidade”, resumiu.

Possíveis mudanças


O texto aprovado pela Câmara deve ser encaminhado ao Senado após o recesso parlamentar. Entre os principais temas a serem debatidos pelo grupo de trabalho da CAE estão a simplificação e desburocratização tributárias, o imposto sobre valor agregado (IVA), a partilha de receitas, o fundo de desenvolvimento regional, a compensação por perdas de arrecadação, a Zona Franca de Manaus e os regimes fiscais e benefícios especiais.


O colegiado conta com a participação do relator da PEC 45/2019, Eduardo Braga (MDB-AM), e deve se reunir até três vezes por semana com especialistas, governadores, prefeitos e representantes de diferentes setores da economia.“Quando mais de 70% do setor produtivo apontam preocupações e discordâncias, é preciso que as lideranças políticas parem para ouvir e refletir. A maior preocupação em relação a esta reforma é o fechamento de milhões de postos de trabalho. É fundamental que se estabeleça um diálogo efetivo e transparente entre todos os interessados, avançando na busca de soluções que tenham legitimidade e tragam benefícios para todos”, observou Laércio.


O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), disse que o grupo de trabalho deve oferecer colaborações à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e subsidiar o trabalho do relator, Eduardo Braga. Vanderlan admitiu que existem pontos polêmicos na PEC 45/2019 que devem ser modificados durante a tramitação no Senado.“Tenho certeza que esse trabalho vai gerar importantes frutos que irão contribuir com informações técnicas e ainda para a celeridade na tramitação dessa proposta no Senado”, disse Vanderlan. No mesmo sentido, o senador Eduardo Braga adiantou possíveis mudanças no texto aprovado pelos deputados, como o fim da possibilidade de cobrança de contribuições por estados sobre atividades de agropecuária, mineração e petróleo.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

 
 
 

Comentários

  • Seja o(a) primeiro(a) a comentar!

Deixe seu comentário

Imagem de Segurança
* CAMPOS OBRIGATÓRIOS
Whatsapp

Receba notícias no seu Whatsapp.

Cadastre seu número agora mesmo!

Houve um erro ao enviar. Tente novamente mais tarde.
Seu número foi cadastrado com sucesso! Em breve você receberá nossas notícias.