Matéria publicada no JORNAL DA CIDADE deste sábado mostra que desde o início da greve dos médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) exatamente 6.699 trabalhadores deixaram de fazer o procedimento em Sergipe.
No Estado, pessoas que já estão há mais de três meses na espera, ainda não tem previsão de quando esse pesadelo vai acabar.
São 31 médicos responsáveis pelo serviço na capital e interior no total, mas atualmente cerca de 10 estão atendendo por conta dos 30% previsto para regularidade da greve.
Desde o último dia 4 de setembro, eles paralisaram para pedir atenção ao Governo Federal para questões como a restruturação da perícia médica e abertura de vagas em concurso.
De acordo com Rômulo Nascimento, representante da Associação dos Médicos Peritos das Agências do INSS de Sergipe, a crise não é de hoje. “Desde maio pedimos uma reunião com o governo e ele ignora. Mandamos ofícios e nada de propostas até agora. Até o momento, nada foi analisado do nosso caso”, contou o profissional.
Ainda segundo Rômulo, a única proposta foi um aumento dividido em quatro anos que daria menos de 5% ao ano. “A correria da nossa profissão vem deixando de ser atrativa e nos últimos cinco anos, os reajustes são abaixo da inflação. Além das várias aposentadorias da nossa categoria”, explicou.
No aguardo por providências após quebrar a mão, a jornalista Lara Aguiar já está há três meses afastada e na expectativa por uma perícia. Atualmente, ela aguarda para o próximo agendamento do dia 26 de outubro, mas não bota fé na data. “Marquei de outras vezes e não deu certo. Ligo para o atendimento antes e dizem que não tem médico atendendo. Pediram para ligar na véspera do meu dia para confirmar se vai acontecer ou terei que remarcar”, disse.
Prejudicada com a situação, Lara comentou que não tem mais esperanças para esse ano. “Quando estamos doentes é que mais precisamos de dinheiro e assim não estamos recebendo. Não espero mais receber esse ano”, declarou.
Greve
No atendimento do INSS, os trabalhos ficaram parados por 80 dias e mais de 13 mil pessoas ficaram sem resolver suas pendências. Na pauta dos servidores federais, o reajuste salarial de 27,3%, condições de trabalho, incorporação de gratificações, carga horária de 30 horas semanais e realização de concurso público. Eles voltaram aos seus postos no último dia 29 de setembro.
Fonte: Anna Paula Aquino/Jornal da Cidade
Foto: André Moreira/Equipe JC
19 de Outubro 18H:10