Poder e Cotidiano em Sergipe
“Eu aceitaria o apoio de Edvaldo”, diz André 9 de Abril 13H:17
PODER | Por Max Augusto

“Eu aceitaria o apoio de Edvaldo”, diz André

A eleição é logo ali, mas arrancar do deputado federal André Moura (PSC) uma declaração sobre política é missão das mais difíceis. Quase impossível. O líder do governo no Congresso Nacional está focado no trabalho de viabilizar a chegada de recursos aos diversos municípios de Sergipe.

Essa ação tem agradado ao mundo político. Talvez por isso ele venha conseguindo reunir até 60 prefeitos em cada ato partidário ou evento político realizado. Nesta entrevista ao BLOG DO MAX, André falou sobre o que considera essa nova forma de fazer política e descartou estar levando verbas federais em contrapartida a apoios.

Com Edvaldo Nogueira, ele diz ter tido diversas oportunidades, mas que até o momento não falou sobre política – mas, respondendo à insistência do repórter, deixou claro que, como todo político, não se negaria a receber apoios. Inclusive o de Edvaldo. Confira a entrevista.

Blog do Max – Como foi o saldo do PSC neste período de janela para novas filiações?
André Moura – Entendo que foi muito positivo. Tínhamos apenas um deputado estadual, Pastor Antônio, e agora passamos a ter a maior bancada da Assembleia Legislativa, com seis deputados estaduais.

Filiamos cinco deputados com mandato: Paulinho Filho, Vanderbal Marinho, Venâncio Fonseca, Gilmar Carvalho e Capirão Samuel. Passamos a ser o partido com maior número de prefeitos do estado, com a chegada de Elaine de Dedé (Malhador) e Ranulfo (Arauá).

BM – Outros nomes aportaram no PSC?
AM – Ibrahim Monteiro, filho do prefeito de Lagarto, Valmir Monteiro, que será candidato a deputado estadual. Tem também o Valdervan 90, que é pré-candidato a deputado federal. Além de várias outras lideranças.

E o saldo não foi positivo somente para o PSC, mas a oposição ganhou muito neste processo. Estivemos por exemplo no processo de filiações do PPS, partido que declarou apoio ao nosso projeto, e onde filiamos José Carlos Machado e Daniel Fortes, além de vários candidatos.

Filiamos um ex-prefeito do PT, Dilson de Agripino, que atendeu a nosso convite e vai disputar uma vaga de deputado estadual. Assumiu a presidência do Avante, em Sergipe, levada pelas nossas mãos, a ex-vereadora Daniela Fortes.

Já o PEN ficou sob o comando de Emília Correia. Filiamos ao PR o ex-deputado Bosco Costa, que está com o nosso projeto. Este partido, que conta com o deputado federal Adelson Barreto e o deputado estadual Tijoi, será comandado pelo prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho.

Temos como candidato a deputado estadual pelo PR o filho de Valmir, Tales, e a vice-prefeita de Itabaianinha, Janier. Ela vinha sendo contactada por vários partidos da base governista.

Estou indo agora ao ato de filiação do deputado estadual Gustinho Ribeiro, que levado pelas nossas mãos se filia ao Solidariedade. O deputado Paulinho da Força me ligou e me colocou essa tarefa de indicar um nome.

BM - Gustinho Ribeiro vai para a oposição? Ele apoia o projeto de André Moura?
AM – Ele deu declarações de compromisso com o meu projeto, de André Moura. Mas espero que muito em breve ele esteja no projeto de André e Eduardo Amorim.

BM - O senhor é mesmo pré-candidato ao Senado? Isso já foi denifido?
AM – Não, o grupo ainda não definiu. Precisávamos vencer essa etapa das filiações partidárias para dar prosseguimento ao debate. Agora será a etapa de construção de um leque mais amplo possível de alianças, para fortalecer o agrupamento.

Estamos conversando com quase todo mundo, com o PRB, PDT. E depois, sentar com o grupo aquilo que o grupo entende que deve ser a formatação da chapa majoritária.

BM – Mas o senhor pretende disputar o Senado? Qual o seu projeto?
AM – Pretendo respeitar a decisão do agrupamento político, não tenho vaidade pessoal nenhuma, tenho muito desprendimento. Dentro do nosso grupo, serei aquilo que o grupo entender que será melhor para o projeto de Sergipe.

Se o grupo entender que eu posso contribuir mais sendo candidato à reeleição, estarei à disposição. Se entender que devo ir para uma disputa majoritária, estarei à disposição. Mesmo porque eu entendo que não preciso ser majoritário para ajudar meu estado.

A força, o tamanho do seu mandato, depende muito daquilo que você trabalha. Cada um que está exercendo mandato neste momento está contribuindo para o seu estado. Como deputado federal tenho contribuindo para o meu estado, para os municípios até mais do que o próprio governo do estado. Consegui ajudar os municípios mais do que o governo.

BM – O montante de recursos federais que o senhor viabilizou para Sergipe é maior que os investimentos do governo do estado?
AM – Aracaju é um exemplo claro disso, como vários municípios do interior do estado. Mas o que quero dizer é que estarei pronto, com a mesma garra, determinação e disposição para trabalhar, para aquilo que meu grupo entender que devo ser candidato.

BM - Mas qual a cobrança de suas bases? Que o senhor encare qual disputa?
AM – Pedem que dispute um cargo majoritário. Alguns torcem para que seja candidato a governador, outros, senador. Isso é natural. O importante é que o agrupamento vai estar unido em torno dos candidatos majoritários que definirmos.

Meu caminho natural é uma candidatura majoritária, mas não descarto por completo uma candidatura a federal. Mas entendo que neste momento a preocupação maior é discutir o que é melhor para Sergipe, o que cada um pode fazer pelo estado.

Esse estilo antigo e ultrapassado de fazer política, criticando as pessoas, agredindo... Aqueles que só vivem o exercício do mandato para agredir, no senado, nas rádios, nas redes socais, o povo está atento e vai analisar o que cada um está trazendo de concreto para o estado de Sergipe.

O sergipano não elegeu parlamentar para exercer mandato apenas para criticar e ficar falando mal de quem quer que seja. Fomos eleitos para legislar e para ajudar Sergipe. Alguns não reconhecem, por questões políticas, mas em termos de chegada de recursos federais aqui, vivemos nosso melhor momento, o melhor da história de Sergipe.

BM - Esses recursos já começaram a chegar? Já estão nas contas das prefeituras, disponíveis? Já tem obra licitada?
AM – Só é conversar com prefeitos, como o da capital. Pergunte se os recursos já chegaram e estão disponíveis. O mesmo no interior do estado. O problema é que politicamente, um ou outro diz que André conseguiu R$ 140 milhões para o Plano de Mobilidade, mas as obras não começaram.

Mas minha função enquanto parlamentar é viabilizar os recursos, empenhar e conveniar. Quando o deputado André Moura anuncia, os recursos estão conveniados. Daí por diante não cabe mais a André Moura a elaboração de projeto, licitação de projeto para iniciar a obra. Mas os recursos estão disponíveis.

Veja o canteiro de obras que Aracaju se tornou, desde que iniciamos a parceria administrativa entre André e Edvaldo. Veja quantas obras de serviço semanalmente assinadas. Aracaju é um canteiro de obras como talvez nunca foi.

Do ano passado para cá foram mais de R$ 310 bilhões de reais. Você não teria tantos prefeitos em torno de um projeto se os recursos não tivessem chegando.

BM - Isso tem lhe rendido muitos apoios de prefeitos? Quantos lhe apoiam hoje?
AM – Não estou fazendo essa contabilidade. Não discuto apoio político com os prefeitos. Ajudo inclusive gestores do PT e PSB. Se lá na frente o prefeito disser que quer votar em mim, claro que vou aceitar. Mas não houve troca por recursos, para que o prefeito vote em André Moura ou se filie no partido de André.

BM - O que o senhor acha das afirmações neste sentido, feitas pelo senador Valadares?
AMEm primeiro lugar, é um desrespeito com os prefeitos. Quando o prefeito procura qualquer deputado, senador ou deputado, ele o faz porque é sua obrigação buscar recursos para o município dele.

Quando o deputado André Moura coloca recursos para o município, não está comprando a honra e personalidade de um prefeito, está apenas cumprindo a sua obrigação. Se o senador Valadares quis dizer isso, eu lamento.

Estou ajudando ao pleito que o prefeito faz a todos os deputados e senadores, é minha prerrogativa. Agora, uns ajudam mais, outros menos. Uns trabalham mais, outros menos. Uns vivem perambulando nos ministérios em busca de recursos para os municípios, outros vivem nos gabinetes.

Uns utilizam o tempo para arregaçar as mangas, gastar sola de sapato e trabalhar por Sergipe. Outros gastam o tempo do exercício de mandato para estar nas redes sociais criticando e levantando suspeitas. Sã características diferentes de trabalho.

BM - O senhor diz que há uma parceria de ordem administrativa com o prefeito Edvaldo Nogueira. Mas o senhor é político e vai encarar uma eleição este ano. Pretende pedir o apoio de Edvaldo Nogueira?
AM – Eu já tive oportunidade demais disso, se fosse o caso, porque me reúno sempre com ele. Esta semana estive com Edvaldo Nogueira para entregar um presente à Prefeitura de Aracaju, levar recurso para o Forró Caju.

Levei mais recursos para mais, para fazer o forró nos bairros. Estamos levando recursos para fazer o forró em 17 bairros. E poderia naquele momento estar tratando de política, mas optei por não tratar. Claro que se lá na frente Edvaldo quiser apoiar André Moura, é um gesto dele, e eu não vou, logicamente, rejeitar o voto de quem quer que seja. O voto não se rejeita.

BM – Mas o senhor pretende pedir o apoio de Edvaldo?
AM – Vou pedir o voto dos eleitores. Edvaldo é um político e não estivemos do mesmo lado. Mas se Edvaldo chegar para mim e disser, André, pelo que você tem feito por Aracaju, você terá o meu apoio. Eu vou dizer que não quero? Lógico que aceitaria o apoio de Edvaldo. Mas sentar para fazer política em troca do que tenho feito por Aracaju, isso não farei.

Foto: Agência/Câmara

 

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