Doação de leite humano gera benefícios à saúde da mulher

Lizimare dos Santos, 26, é mãe de Ykenny Eduardo, que tem apenas 7 meses de vida. Apesar de amamentar regularmente o filho, ela deparou-se com alguns problemas causados pelo excesso de leite em sua mama. “Em alguns momentos meu leite chegou a “empedrar”. Sentia dores e tinha febre por causa disso”, revelou Lizimare.

Esse é um problema que acomete muitas mulheres quando acontece um processo de estase do leite, ou seja, quando o leite permanece muito tempo parado na mama. O fato ocorre caso haja o aumento da produção de leite e o bebê não consuma o suficiente para esvaziar a mama ou quando a mulher não ordenha.

“Uma das consequências desse “empedrar” é o desenvolvimento de mastite, que é um processo inflamatório das mamas. Pode gerar edema, sensação de calor e vermelhidão”, explica o médico neonatologista da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, Alex Santana. De acordo com o médico, um dos tratamentos para esse problema é o esvalizamento da mama, seja ele feito pelo próprio bebê ou com a retirada do leite para doação ao Banco de Leite Humano.

“Para evita as complicações, o ideal é que a mãe amamente o quanto antes o bebê. No caso das mães que têm produção em excesso, é preciso realizar massagens e a ordenha”, revela o neonatologista.

No caso de Lizimare dos Santos, após ser orientada pela equipe da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), ela passou a ser doadora de leite humano. Há quatro meses ela sente os benefícios gerados pela doação.

“A partir do momento que passei a doar, minhas dores sumiram e não tive mais febre. Além disso, sinto-me muito bem em poder ajudar outros bebês”, contou.

A recomendação para casos em que a criança tenha dificuldade de estabelecer a amamentação é que a mãe busque auxílio médico ou orientação no próprio Banco de Leite “Marly Sarney”.

“Após avaliação, a criança poderá passar por um processo de treinamento e estímulo. Para isso, é preciso que haja a assistência de uma equipe multidisciplinar (médico, enfermeiro, fonoaudiólogo, fisioterapeuta) ou a assistência prestada pelo próprio Banco de Leite”, reforça Alex Santana.

Semana Mundial do aleitamento materno
Para chamar atenção da sociedade sobre a importância do aleitamento materno e da doação de leite humano, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, desde o dia 01 de agosto, realiza uma programação especial dedicada à gestantes, mães, profissionais da saúde e público interessado no tema.
As atividades envolvem palestras, oficinas e ações que beneficiam mães internadas na MNSL. A programação segue até hoje, dia 05.

Doação
Em Aracaju, a mãe interessada em doar deve dirigir-se ao Banco de Leite “Marly Sarney” (BLH) ou a um dos postos de coleta. Para realizar o cadastro é preciso estar com o cartão da gestante ou exames de pré-natal.

No local, as mães passam por avaliações para verificar se realmente há excedente de leite e se obedecem aos critérios pré-estabelecidos para se tornarem doadoras. A partir daí, é realizado um cadastro e os exames são submetidos à avaliação. Só então, são passadas orientações de como fazer a massagem para a retirada do leite e como conservá-lo. Nessa oportunidade, também é fornecido todo o material necessário para a realização do procedimento.

“A doadora poderá fornecer o leite de acordo com o quantitativo que ela tiver. A doação pode acontecer por alguns dias ou durante vários meses. Quanto mais a mãe retirar mais ela produzirá”, explica a gerente do Banco de Leite “Marly Sarney”, Hélia Agapito.

Ainda de acordo com a gerente, atualmente o banco de leite conta com 23 doadoras fixas, porém o ideal é que haja no mínimo 30.

Unidades do Banco de Leite Humano em Aracaju:
Banco de Leite Humano Marly Sarney
Endereço: Rua Recife, s/n, bairro José Conrado de Araújo, ao lado da antiga Maternidade Hildete Falcão.
Telefones: 3226-6335/6337

Sala de Manejo da MNSL
Endereço: Anexo a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (Av. Pres. Tancredo Neves, Zona Oeste de Aracaju)
Telefone: 3225-8650

SES