Poder e Cotidiano em Sergipe
Dia Nacional da Mamografia: com detecção precoce, chances de cura em câncer de mama podem atingir 98% 5 de Fevereiro 19H:26

Dia Nacional da Mamografia: com detecção precoce, chances de cura em câncer de mama podem atingir 98%

O Brasil comemora hoje o Dia Nacional da Mamografia. A data é importante para conscientizar as mulheres sobre a importância de realizar periodicamente a mamografia de rastreamento, importante ferramenta para diagnosticar precocemente o câncer de mama em mulheres sem sintomas desse tipo de câncer, que é o que mais mata mulheres no país.


A detecção da doença em fases iniciais é muito benéfica, fazendo com que as chances de cura possam atingir até 98%
. Se a mamografia apontar irregularidades, é imprescindível a realização ágil de exames complementares. Caso seja confirmado o diagnóstico de câncer, o tratamento deve ser iniciado assim que possível.


No Brasil, desde 2012 a Lei Federal 12.732 orienta que o início do tratamento de câncer no SUS não pode ultrapassar 60 dias. “Basicamente o tratamento se inicia com uma quimioterapia, no caso de cânceres menos severos, ou uma cirurgia para remoção do tumor em casos mais avançados”, esclarece a médica oncologista Dra. Daniela Dornelles Rosa, vice-presidente do Conselho Científico da Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama).


Segundo a médica mastologista Dra. Maira Caleffi, presidente da Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama), algumas mulheres têm medo de realizar o exame, muitas vezes por receio de descobrir uma doença com a qual não sabem lidar.


“Elas têm medo das consequencias de um possível câncer. O medo de uma possível mutilação, da provável perda dos cabelos, advinda da quimioterapia, mexe muito com a autoestima delas. Além, claro, do medo da morte, um estigma ainda muito forte relacionado ao câncer”, comenta Caleffi. “Nesta data, é muito importante esclarecer: câncer de mama tem cura se diagnosticado cedo, e quanto antes for descoberto, menos agressivo e impactante será o tratamento. A mamografia de rastreamento consegue detectar nódulos mínimos e, em cânceres iniciais, a chance de cura é quase total”, explica.



Quando a mamografia é indicada
A Femama e diversas sociedades médicas recomendam a realização anual da mamografia para mulheres a partir de 40 anos, com fim de realizar o rastreamento da doença, ou seja, detectá-la ainda no início, quando não há sintomas. Mulheres com histórico de câncer na família devem iniciar a realização do exame 10 anos antes da idade que a parente tinha ao detectar o tumor.


Antes dessa idade, as mulheres devem solicitar ao ginecologista ou ao mastologista a realização do exame clínico das mamas, que é um exame de toque, e fazer exames complementares caso o médico os solicite. Um exemplo é o ultrassom, normalmente aplicado em mulheres mais jovens por terem as mamas mais densas.


O autoexame é importante para que a mulher conheça bem o seu corpo e possa perceber alterações suspeitas rapidamente e procurar um médico. No entanto, ele não substitui o exame realizado pelo médico ou a mamografia. Nesse sentido, a mamografia é mais eficaz por detectar nódulos ainda muito pequenos, não perceptíveis pelo toque.


Novas preocupações
Segundo dados do Datasus de 2013, menos de 15% das mulheres com idades entre 50 e 69 anos realizaram mamografia no Sistema Único de Saúde (SUS), número irrisório se comparado à meta da OMS de 70% de cobertura mamográfica. Mesmo assim, vemos medidas no Brasil que reduzem o acesso ao exame e, consequentemente, ao diagnóstico antecipado, caso de um novo documento publicado pelo Ministério da Saúde (MS) no último mês de outubro.


Embora mulheres de que apresentam sintomas de câncer de mama possam realizar mamografia no SUS para confirmação de diagnóstico, desde o lançamento da Portaria 61/2015, as mamografias de rastreamento, passaram a ser ofertadas exclusicamente para mulheres com idades entre 50 a 69 anos, contrariando o texto da Lei Federal 11.664/2008, que determina o direito à realização do procedimento a todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade.


Com essa nova decisão do Ministério da Saúde, mulheres assintomáticas que tiverem menos de 50 anos, ou mais de 70, não poderão mais realizar o exame na rede pública. Um panorama muito preocupante, considerando um país onde, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 14 mil mulheres foram vítimas fatais de câncer de mama, só em 2013, e em que mais de 57 mil serão acometidas pela doença em 2016.


Mesmo num cenário que inspira preocupações, vemos medidas que reduzem o acesso ao exame e, consequentemente, ao diagnóstico antecipado. “Com o novo texto adiando a realização da mamografia dos 40 para os 50 anos, ao contrário do previsto em Lei Federal, a tendência é que o número de casos de câncer detectados em estágios avançados cresça, onerando o sistema público e impondo um ônus emocional e físico para familiares e pacientes, que enfrentarão procedimentos mais invasivos e agressivos, em vários sentidos”, comenta Caleffi.


Dados levantados pelo Inca para o Atlas da Mortalidade de Mortalidade por Câncer apontam que 17% das mulheres mortas por câncer em 2013 estavam na faixa etária entre 40 e 49 anos. Esse número não inclui aquelas que faleceram em outras faixas etárias e que, eventualmente, podem ter desenvolvido a doença antes dos 50 anos.


Os números mostram que a nova Portaria deixa de tomar providências no que tange à saúde pública dessas mulheres, indo na contramão das recomendações de especialistas e associações médicas.


Fonte: Femama
Foto: Edson Lopes Jr./ GESP

Comentários

  • Seja o(a) primeiro(a) a comentar!

Deixe seu comentário

Imagem de Segurança
* CAMPOS OBRIGATÓRIOS
Whatsapp

Receba notícias no seu Whatsapp.

Cadastre seu número agora mesmo!

Houve um erro ao enviar. Tente novamente mais tarde.
Seu número foi cadastrado com sucesso! Em breve você receberá nossas notícias.