Poder e Cotidiano em Sergipe
Consultório na Rua: Prefeitura assegura direito à saúde às pessoas em situação de rua 26 de Outubro 19H:06
COTIDIANO

Consultório na Rua: Prefeitura assegura direito à saúde às pessoas em situação de rua

Diversas vulnerabilidades atravessam a população em situação de rua. Voltando seu olhar para essas pessoas, a Prefeitura de Aracaju oferta, desde 2015, serviços de saúde, através do Consultório na Rua, estratégia que foi intensificada durante a pandemia da covid-19, quando a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) ampliou tanto a carga horária quanto o número de profissionais que compõem a equipe.

Através de ações itinerantes por todas as regiões da capital, as equipes do Consultório atuam, após a intensificação da oferta do serviço, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, prestando atendimentos entre testes rápidos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs); acompanhamentos de pré-natal; tratamento de tuberculose, hanseníase, sífilis, hepatite, HIV e outras doenças; atendimentos de diabetes e hipertensão; aplicação de vacinas, incluindo a da covid-19; e aconselhamento sobre álcool e outras drogas.

O olhar humanizado para as pessoas em situação de rua é reforçado pela estratégia por meio de uma equipe multidisciplinar composta por assistentes sociais, enfermeiras, técnicas de enfermagem, psicóloga e médica clínica, grupo profissional que realiza uma média de 390 atendimentos mensais e, somente de janeiro a julho deste ano, atendeu mais de 2.600 pessoas.

Além dos atendimentos na rua, a equipe realiza os encaminhamentos para os órgãos e instituições de atendimento à saúde, de assistência social e proteção, como UBSs, Centros de Referência de Assistência Social (Cras), de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e de Atenção Psicossocial (Caps).

Atendimento humanizado

O atendimento humanizado garante maior eficácia no cuidado ao paciente. A secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, explica que esse é justamente um dos principais objetivos do Consultório na Rua. “Através do trabalho da equipe multidisciplinar, é possível fazer a conexão desse público com aparelhos de saúde, assistência e segurança, a partir das necessidades de cada usuário”, salienta.

Waneska comenta que o trabalho do Consultório na Rua é feito de forma integrada, isso garante que uma rede de atuação estratégica possa atender de forma prioritária os assistidos pelo serviço.

“Entendemos que o público-alvo do Consultório são pessoas que estão em uma situação muito mais vulnerável, por isso é necessário que o atendimento seja rápido e efetivo”, pontua Waneska.

A coordenadora do Consultório na Rua, Jayane Trindade, ressalta que a estratégia nasceu para dar conta do processo de exclusão que a população em situação de rua sofre. O objetivo principal é possibilitar o acesso dessas pessoas à rede de saúde, fazendo encaminhamentos e articulações, entendendo a saúde não apenas como o tratamento de doenças, mas a partir de sua compreensão como direito humano e social. Desta forma, o Consultório na Rua é a ponte, o vínculo e o veículo dessa pessoa em situação de rua aos equipamentos e políticas públicas necessários.

“O Consultório na Rua atende toda a cidade. Percorremos da zona Sul à zona Norte, acompanhando os grupos ou pessoas em situação de rua que já foram mapeados pela equipe. Em dias específicos, fazemos a busca ativa por campos novos, identificando ruas e bairros com pessoas que ainda não foram acessadas e não são acompanhadas pelo Consultório na Rua”, detalha a coordenadora.

A enfermeira Keila Barros, que faz parte da equipe multidisciplinar do Consultório na Rua, enfatiza que a iniciativa é uma política pública que atende a uma demanda: o direito ao acesso à saúde da população em situação de rua.

“A equipe multidisciplinar trabalha em conjunto para garantir o atendimento das demandas que a população em situação de rua apresenta. Possibilitamos as pontes, estabelecendo diálogo com essas pessoas para que, a partir de articulação inter e intrassetorial, as diversas necessidades sejam atendidas”, destaca Keila.

Direito à saúde

Nas ruas há 15 anos, Arnaldo da Silva Emiliano conta que o primeiro contato com a equipe do Consultório na Rua aconteceu há dois anos. Com o acompanhamento, fez exames, recebeu medicamentos e foi encaminhado para atendimentos médicos nas unidades de saúde.

“Quando conheci as meninas eu estava doente demais. Com o acompanhamento que elas fazem direto, melhorei muito. Esse serviço é muito importante pra gente, tem que ter sempre. Mesmo na rua, recebo o atendimento, dá pra ver que a Prefeitura tá olhando pra gente”, comenta Arnaldo.

Marcos Silva está em situação de rua há cinco anos. Atualmente ele faz pouso na Orla da Atalaia, próximo à região dos lagos. Ele avalia o Consultório na Rua como uma iniciativa maravilhosa. Quando contraiu covid-19, recebeu os cuidados necessários, também foi vacinado para estar mais protegido contra a doença.

“Essas meninas sempre vêm ajudar. Com elas, temos toda a assistência, do Creas, do Cras, do PRD. Estamos assistidos por esse pessoal que sempre nos dá força, para que a gente se levante e consiga sair do meio da rua. Chegam junto com a gente, sem demora”, relata Marcos.

 

Fotos: Marcelle Cristinne

 

Comentários

  • Seja o(a) primeiro(a) a comentar!

Deixe seu comentário

Imagem de Segurança
* CAMPOS OBRIGATÓRIOS
Whatsapp

Receba notícias no seu Whatsapp.

Cadastre seu número agora mesmo!

Houve um erro ao enviar. Tente novamente mais tarde.
Seu número foi cadastrado com sucesso! Em breve você receberá nossas notícias.