No próximo dia 26 de janeiro, a Comissão Estadual da Verdade, instituída pelo Governador Jackson Barreto através do Decreto nº 30.030 de 26 de junho de 2015, começa a promover audiências públicas, para a ouvida de depoimentos de pessoas que sofreram os mais variados tipos de violação de direitos - desde perseguições até torturas e assassinatos – durante a Ditadura Militar, implantada no país através do golpe de 1964. Também serão ouvidos familiares.
O primeiro a ser ouvido, às 9h do dia 26, será Milton Coelho, uma das vítimas da repressão do regime militar, que, ao ser torturado, perdeu a visão. No dia 28, ocorrerá a audiência de Bosco Rollemberg; e no dia 29, de Wellington Mangueira.
Todas elas acontecerão no auditório do Museu da Gente Sergipana [Av. Ivo do Prado, n 398, Centro] e serão abertas ao público, sendo os questionamentos aos depoentes de permissão exclusiva dos sete membros que compõem a comissão.
A Comissão Estadual da Verdade tem como um dos seus objetivos, o levantamento de informações relativas ao período de 1947 a 1985. Segundo o Presidente da Comissão, Josué Modesto dos Passos Subrinho, o calendário prévio com datas e horários para a realização de audiências públicas deste mês foi definido durante a reunião ordinária realizada no último dia 14.
“Esta primeira fase é de depoimentos. Iremos ouvir as vítimas da repressão, notadamente da operação Cajueiro. E uma vez colhidos os depoimentos, a Comissão partirá para a análise e elaboração do relatório”, detalhou Josué Modesto.
A comissão tem caráter independente, contando com cooperação das secretarias de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh) e da Casa Civil, na garantia das condições humanas e materiais para que realize suas atribuições. A Coordenação de Direitos Humanos da Seidh faz a interlocução entre a Comissão e o Governo de Sergipe.
De acordo com a secretária da Seidh, Marta Leão, trata-se de uma etapa fundamental dos trabalhos da Comissão. “Ouvir as vítimas da repressão e seus familiares é o mínimo que podemos fazer para lançar alguma luz nesse período obscuro da nossa história. As pessoas precisam contar suas histórias, revelar fatos que talvez ainda sejam desconhecidos, a fim de que possamos realmente chegar à verdade, que é o propósito da Comissão”, pontuou a secretária.
Segundo Antônio Bittencourt, coordenador de Direitos Humanos da Seidh, e os próximos nomes que serão ouvidos serão anunciados já no dia 26 e, nesta primeira etapa, além das audiências, a Comissão também realizará pesquisas e recolherá de documentos.
“Os trabalhos da comissão também caminham no sentido do levantamento de documentos junto aos arquivos públicos de Sergipe e de outros estados, a exemplo do acervo documental do antigo DOPS, que é mantido no Arquivo Público de Sergipe, no projeto memórias Reveladas”, concluiu Bittencourt.
Ascom Seidh