
Em outubro, entre as 18 capitais onde o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - realiza a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos, metade apresentou aumento do valor do conjunto de bens alimentícios básicos e a outra metade, redução.
As maiores altas ocorreram em Brasília (2,10%), Natal (0,97%)
e Aracaju (0,93%). Já as quedas mais expressivas foram apuradas nas cidades do Sul – Curitiba (-1,85%), Porto Alegre (-1,27%) e Florianópolis (-1,21%).
Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 282,87), Natal (R$ 285,47) e Recife (R$ 297,78).
Em 12 meses, entre novembro de 2014 e outubro de 2015, as 18 cidades acumularam alta no preço da cesta. As variações ficaram entre 6,02%, em Recife, e 21,50%, em Aracaju.
Também nos 10 primeiros meses de 2015, todas as cidades apresentaram aumento. Destacam-se as elevações registradas em Aracaju (15,13%), Salvador (11,21%) e Curitiba (10,79%). As menores variações aconteceram em Goiânia (3,16%) e Recife (3,98%).
Comportamento dos preços
Em outubro, os produtos com predomínio de alta nos preços nas cidades pesquisadas foram açúcar, arroz, óleo de soja, café em pó, pão francês e carne bovina. Já a batata, coletada nas regiões Centro-Sul, apresentou diminuição de valor em todas as capitais onde é pesquisada.
O arroz também teve seu valor elevado em 17 cidades, com altas que oscilaram entre 0,42%, em Manaus e 8,07%, em Aracaju. Em 12 meses, apenas duas capitais tiveram redução no custo da cesta: Natal (-2,88%) e Recife (-2,78%). As outras 16 mostraram aumento, com destaque para Aracaju (26,13%) e Salvador (21,76%).
A chuva tem dificultado a retirada de lotes de arroz das propriedades, além disso, os produtores seguraram o grão, com objetivo de manter o preço em alta.
Em outubro, o café em pó aumentou em 16 cidades, com variações entre 0,22%, em Manaus, e 4,44%, em Belo Horizonte. Houve estabilidade nos preços em Aracaju e retração em Brasília (-2,52%).
Em 12 meses, o café acumulou alta em todas as capitais. As maiores elevações foram anotadas em Aracaju (19,66%), Salvador (15,63%) e Belo Horizonte (14,34%). O aumento pode ser explicado pela quebra da safra 2015/16, aumento das exportações e expectativas negativas em relação à próxima safra, devido ao calor intenso em setembro.
O pão francês seguiu com aumento em 13 cidades, em outubro. As taxas oscilaram entre 0,54%, em Natal, e 3,03%, em Belém. O preço ficou estável em Curitiba e Aracaju e houve diminuição em Vitória (-0,08%), Porto Alegre (-0,62%) e Manaus (-0,64%).
Em 12 meses, todas as cidades apresentaram elevação, com taxas entre 1,14%, em Goiânia, e 31,87%, em Aracaju. A desvalorização do real frente ao dólar vem encarecendo o trigo. Houve também baixa oferta do cereal de boa qualidade e chuvas que atrapalharam a colheita no Sul. Todos estes fatores elevaram o preço do trigo e, consequentemente, o custo do pão francês.
Em outubro, o preço da carne bovina apresentou elevação em 13 capitais. Em 12 meses, o valor aumentou em todas as cidades e as taxas variaram entre 11,04%, em João Pessoa, e 30,85%, em Aracaju. A entressafra na produção de carne e o alto volume de exportação reduziram a oferta e aumentaram a cotação no varejo.
Fonte: Dieese