O presidente da República interino, Michel Temer, nomeou o deputado federal André Moura (PSC/SE) como líder de seu governo na Câmara federal. A decisão tomada no final da noite de ontem após o presidente ser pressionado pelos partidos do chamado “centrão”.
Os parlamentares defendiam o nome de André Moura – atual líder do PSC – para a função de articulação do governo com o Congresso.
“O compromisso dos partidos é com a normalidade e funcionamento da Casa, votando, a partir de hoje, matérias de interesse do país, começando com medidas provisórias que trancam a pauta”, garantiu o líder do PP, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB). O deputado negou que a sugestão do nome de Moura esteja vinculada às votações.
O Centrão será formalizado na próxima semana, como um bloco de 225 deputados aliado a Temer. O PMDB ainda não ingressou no grupo, mas acrescentaria ainda outros 68 parlamentares, completando o maior bloco da Casa, com mais da metade dos 513 deputados. O líder interino da legenda, Leonardo Quintão (MG), disse que vai defender a adesão do partido ao bloco.
“Estamos caminhando para participar do bloco. Isso traz governabilidade para Michel Temer. O que precisamos agora na Câmara é votar. Vou lutar para partido compor o bloco.”
Ambos evitaram confirmar o nome de Moura no cargo. O anúncio deve ser feito pelo próprio presidente Temer. Ontem (1, o grupo formalizou o apoio na primeira reunião que o presidente da República interino fez com as lideranças partidárias. O apoio não conta, porém, com PSDB, DEM e PPS que defendiam Rodrigo Maia (DEM-RJ) na função, argumentando, inclusive, que Moura é próximo do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e que o líder precisava ter mais autonomia na Casa.
Há rumores de que o DEM possa assumir a liderança do bloco da maioria, já que Moura foi confirmado na liderança do governo. Ao comentar a indicação de Moura, o líder democrata, Pauderney Avelino (AM), disse que quem está por trás dessa articulação é o deputado afastado Eduardo Cunha, "pelo fato de André Moura ser umbilicalmente ligado a ele". "Já temos um presidente interino que obedece a Cunha, a Câmara já é diriguida a distancia", destacou.
Agência Brasil
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