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Análise em escolas de SE revela alto número de infecções assintomáticas por SARS-CoV-2 17 de Novembro 5H:50
COTIDIANO

Análise em escolas de SE revela alto número de infecções assintomáticas por SARS-CoV-2

Estudo foi desenvolvido entre novembro de 2020 e janeiro de 2021

A revista científica internacional Cell Press publicou o artigo Cross-sectional analysis of students and school workers reveals a high number of asymptomatic SARS-CoV-2 infections during school reopening in Brazilian cities, que originalmente quer dizer ‘Análise transversal de estudantes e funcionários de escolas revela alto número de infecções assintomáticas por SARS-CoV-2 durante reabertura escolar em cidades brasileiras’.

A publicação foi escrita por pesquisadores brasileiros, dentre eles o coordenador da Força-Tarefa Covid-19 da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Lysandro Borges, do Departamento de Farmácia da UFS. “Nosso grupo de estudo, com a força-tarefa Covid-19, por meio de uma parceria com outros professores da instituição e também com a Universidade de São Paulo, conseguiu fazer uma publicação extremamente relevante para a universidade e para a nossa área. Uma publicação vinculada a revista Cell, que é uma das melhores e maiores revistas do mundo, trazendo informações extremamente relevantes na área científica”, destacou Lysandro.

De acordo com ele, muitos países suspenderam o aprendizado presencial nas escolas como parte de intervenções para reduzir a transmissão de SARS-CoV-2. No entanto, o fechamento de escolas é altamente controverso na maioria dos países, pois crianças e adolescentes têm menos probabilidade de apresentar sintomas com risco de morte após a infecção por síndrome respiratória aguda grave por coronavírus-2 (SARS-CoV-2).

“Além disso, o fechamento da escola pode afetar adversamente as necessidades educacionais e a saúde mental das crianças. Embora o Brasil tenha fechado escolas por períodos prolongados, há evidências crescentes de que essa abordagem resultará em muitos anos de vida acadêmica perdidos. Em contraste, alguns países, como a Suécia, mantiveram as escolas abertas durante a pandemia, enquanto outros fecharam apenas por curtos períodos, por exemplo, por dois meses na Alemanha”, apontou Lysandro junto aos demais pesquisadores.

Valorização

“Esta publicação trouxe muita alegria, satisfação e valorização a todo o trabalho que temos desempenhado desde o início da pandemia, em março de 2020. Nesse estudo, conseguimos testar a comunidade escolar estadual em Sergipe. Ou seja, fizemos testes em torno de três mil servidores e profissionais que atuam no ambiente escolar, foi feito um critério de exclusão e reduziu-se esse número para se enquadrar na nossa pesquisa e, nesse estudo, conseguimos evidenciar, logo após a reabertura das escolas, quem eram os envolvidos com a contaminação da Covid-19 dentro do ambiente escolar”, comentou o professor.

O artigo sugere que os profissionais vinculados à área administrativa, como professores e gestores, eram os que tinham o maior nível de contaminação em relação aos estudantes. “Esse estudo mostra a importância de que, na comunidade escolar, os adultos, ou seja, as pessoas relacionadas com a administração, com a limpeza, com a vigilância e com a docência, no caso dos professores, eram os que teriam que se cuidar mais, se proteger muito mais do que os próprios estudantes, para não acabar levando o vírus para o ambiente escolar”, declarou Borges.

Para a análise, foram testados 2.259 pessoas, sendo 1.139 estudantes e 1.120 trabalhadores do ambiente escolar em 28 instituições de ensino de 28 municípios de Sergipe. Os autores do artigo informam que o Brasil registrou 29,8 milhões de casos e 659 mil mortes por Covid-19 até 25 de março de 2022, estando entre os países com os períodos mais prolongados de fechamento de escolas.

“O Brasil, que tem uma população de 35,2 milhões de crianças e adolescentes em idade escolar, reabriu as escolas para aulas presenciais em outubro de 2020. Cada estado das cinco regiões brasileiras decidiu, independentemente, reabrir as escolas enquanto ainda havia uma alta transmissão de SARS-CoV-2 em todo o país. Este período de reabertura escolar oferece uma oportunidade única para documentar o status da infecção por SARS-CoV-2 em estudantes e funcionários de escolas no Brasil, pois eles podem representar um grupo com alta prevalência de infecções assintomáticas que podem resultar em uma alta taxa de transmissão”, aponta o texto.

O artigo informa ainda que foi investigada a ocorrência de infecções assintomáticas por SARS-CoV-2 e soroprevalência no primeiro mês de reabertura escolar no Brasil. O estudo foi desenvolvido no período de 17 de novembro de 2020 a 21 de janeiro de 2021, quando o Brasil estava em transição da primeira para a segunda onda da Covid-19, mais agressiva neste país em comparação com outros ao redor do globo.

De acordo com o texto, esse período foi marcado por uma diversidade filogenética do SARS-CoV-2, com diversas variantes virais surgindo na América do Sul, levando ao predomínio das cepas Alfa e Gama. Neste momento, a linhagem Omicron não havia sido relatada.

 

Da Ascom/UFS

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