Poder e Cotidiano em Sergipe
Vereador denuncia prolemas graves no SUS 22 de Outubro 18H:56

Vereador denuncia prolemas graves no SUS

O vereador Dr. Emerson ocupou a tribuna da Câmara Municipal de Aracaju (CMA) na manhã de hoje para fazer uma análise sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) que, segundo ele, tem sido descaracterizado progressivamente. “Jamais colocaram para a população brasileira a possibilidade de um modelo de atenção a saúde que seja condicente com o que propõe o SUS, nem explicaram de modo pedagógico, de modo claro para a população brasileira qual é a proposta do SUS”, lamentou Dr. Emerson.

De acordo com o vereador, essa degeneração praticada ao longo dos anos vem descaracterizando esse modelo que poderia ser muito mais eficiente. “Durante a Campanha Eleitoral falam muito sobre a tabela do SUS. Temos cirurgias que custam R$ 40, R$ 50, isso é um absurdo. Esse absurdo é antigo, mas nada é feito para corrigir isso, porque tem muita gente que ganha dinheiro com esse modelo. Nós temos um SUS que faz de conta que paga e temos um sistema que faz de conta que presta serviço”, denuncia Dr. Emerson.


Segundo ele, os convênios que são formados nesse País são firmados em função de teto. “Firma-se um convênio de R$ 600 mil e o prestador de serviço é quem manda a relação no final do mês do cartão SUS, com o número do cartão e dizendo que atendeu o teto e recebe aquele dinheiro. Não se faz nenhuma comprovação se aquele serviço foi efetivamente prestado”, revela Dr. Emerson. E isso acontece no Brasil inteiro.
“Ocasionalmente a gente observa homens que fizeram estereoscopia, que retiraram o útero, mulheres que fizeram retiradas da próstata, por causa desse sistema que paga sem certificação de que o serviço foi feito”, relata o vereador.


Embora o valor dessas cirurgias sejam irrisórios, o dinheiro arrecadado é enorme, afinal não há comprovação de que os serviços foram de fato realizados. “Por isso, que tem muita gente dizendo que a tabela do SUS não presta, mas você não vê ninguém querendo sair da prestação dessa relação de serviço, porque se ganha ilegalmente fazendo esse modelo”, afirma Dr. Emerson.


Demanda Espontânea
Além de abordar a falta de fiscalização do SUS, o vereador Dr. Emerson, também criticou as dificuldades da demanda espontânea que vem sendo atendida pelo Sistema Único de Saúde. “O que menos o Sistema Único atende é a demanda espontânea. O cidadão quando procura esse modelo pode até conseguir uma consulta, com certa dificuldade, mas a consulta consegue. Em seguida, o médico examina, encaminha para exames ou faz o diagnóstico e diz que é caso cirúrgico, que precisa de uma cirurgia. Ou seja, vai demandar da média ou da alta complexidade”, explica o vereador.


Segundo ele, é exatamente nessa hora que começa a via crucis do paciente, que muitas vezes para conseguir que a cirurgia seja feita tem que procurar um vereador, deputado ou o prefeito. “A atenção à saúde ela é impessoal, é um direito inalienável. Por exemplo, eu tenho um problema de saúde, procuro a unidade e tenho que ser atendido em toda a complexidade do meu problema. Agora sabe o que acontece no Brasil, os serviços públicos são aparelhados. O vereador quando assume exige uma cota dos postos de saúde para indicar o presidente”, expôs Dr. Emerson.


Ele explica que antigamente quando não havia o SUS, o sistema era feito através de boletos de autorização. “Gabinete de deputado, vereador e prefeito eram cheios de boletos carimbados e assinados. A pessoa para ser atendida tinha que procurar um político, agora continua o mesmo, quem faz demanda espontânea vai enfrentar uma via crucis. O cidadão não vai ser atendido, ai procura um político e inicia a relação de troca de favores. Tem político que até na sua atuação não move uma palha para que esse modelo seja resolutivo, ao contrario atua para que tudo continue como está”, afirmou Emerson.


E mais, esses políticos aparelham postos de saúde, aparelham hospitais e esse sistema só consegue atender o camarada que entra através de um pedido de um político que controla posto de saúde e que manda encaminhar e colocar no sistema uma cirurgia, um exame de média e alta complexidade. E esse modelo não é resolutivo para o cidadão que não entra nesse sistema. “Então veja, a saúde no Brasil é direito de todo cidadão, mas o cidadão se for por vias normais ele não consegue, e dai se estabelece uma prática de que esse sistema não presta. Esse é um dos gargalos que eu não vejo ninguém com coragem para resolver, para fazer esse enfrentamento. Os anos se passam e esse cenário é o mesmo do Brasil”, analisa Dr. Emerson.

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