Em conversa com o BLOG DO MAX / JORNAL DA CIDADE o senador Antônio Carlos Valadares (PSB) questionou a adoção do sistema de eleição majoritário para a eleição de deputados estaduais e federais, o chamado distritão. Valadares lembrou que a proposta vem sendo analisada na Câmara Federal, na comissão que estuda a reforma política, e considerou que ela tem forte chance de ser aprovada.
“Acho a adoção deste sistema um retrocesso, ele foi usado na época do império. Desta forma o poder econômico vai influenciar muito no resultado da eleição, os mais votados serão sempre os endinheirados”, afirmou o senador.
Ele considerou que esse sistema seria um verdadeiro jogo de cartas marcadas, porque antes da eleição já seria possível saber quem seriam os eleitos. “O melhor seria continuar o sistema proporcional, ou então estabelecer uma mistura de proporcional com majoritário, um sistema misto, como o exercido na Alemanha”, disse ele.
O líder do PSB em Sergipe disse que o sistema proporcional foi inventado para representar minorias, para evitar o monopólio dos partidos, explicando que na Alemanha, metade dos eleitos são os mais votados do distrito, enquanto a outra metade é escolhida através de uma lista criada pelas siglas.
Cabo eleitoralEle também não poupou o sistema proporcional, que segundo ele, gera a proliferação de candidatos ‘parquedistas’, que possuem voto no estado todo, “porque um cabo eleitoral resolveu votar em determinado candidato”. O senador diz que isso gera fatos estranhos, como candidatos que possuem até cem votos em lugares que nunca visitaram.
ReformaAinda assim, Valadares avalia que a reforma política é necessária, mas destaca que dificilmente conseguirá se chegar a um consenso. Sendo assim, haverá uma reforma pontual, onde devem ser abordados temas importantes, como o financiamento privado, fim das coligações, sistema eleitoral e uma cláusula de desempenho, que deverá gera a extinção de partidos menores.
Para o senador, esta última deverá gerar uma diminuição do número de partidos políticos no Brasil, onde apenas cerca de dez ficariam, dentre os 32 que existem hoje. “Vai haver a fusão de muitos partidos políticos, e isso é benéfico, principalmente por questões de gastos, mas também por garantir mais autenticidade ao sistema”, conclui.