O deputado federal João Daniel (PT/SE) apresentou algumas alternativas, através das quais avalia que será possível vencer os momentos de crise e de dificuldade econômica que o país está inserido, sem que a classe trabalhadora seja sacrificada. Para o parlamentar, é preciso que o governo da presidenta Dilma Rousseff tenha clareza, força e sabedoria de que o que vai tirar o Brasil de qualquer tipo de recessão é um grande projeto de distribuição de emprego e renda.
O deputado defendeu que a taxação das grandes fortunas é uma dessas alternativas para o país vencer esse momento, pois com ela os que têm mais passarão a contribuir mais. Além disso, para João Daniel é preciso pegar a tabela com quem não paga imposto no país.
“Essa é a questão central. Não podemos admitir que os ricos vivam para tirar o suor e o sangue dos trabalhadores e em troca vão fazer suas compras em shoppings e se divertir em teatros e cinemas americanos. Vivem aqui para tirar lucro, mas fazem parte de uma elite que não tem interesse nenhum em nosso país”, afirmou.
Durante o discurso realizado esta semana na Câmara dos Deputados, João Daniel lembrou que o Brasil, até bem pouco tempo, estava em pleno emprego, em desenvolvimento em com grandes expectativas, vivendo um momento de muita esperança por parte de toda população trabalhadora do campo e da cidade, em especial os trabalhadores mais pobres.
“E nós vimos que a partir do grande confronto das eleições que se encerraram em 2014, um novo momento surge em nosso país, onde setores conservadores que perderam a eleição tentam a todo custo impor uma pauta de agenda econômica”, avaliou.
Distribuição de renda
Para o deputado, diante desse cenário é preciso que o governo da presidenta Dilma tenha clareza de que o que vai tirar o Brasil de qualquer tipo de recessão e emprego é um grande projeto de distribuição de emprego e renda. João Daniel acrescentou que o que se tem visto no parlamento federal são projetos que vão de encontro a isso. “É preciso que o nosso governo, eleito livremente pelo povo brasileiro, tenha clareza e firmeza e que possamos continuar construindo um grande projeto. Nenhum corte às políticas sociais, às políticas para a juventude, muito menos discutir diminuição de Ministérios das áreas sociais”, enfatizou João Daniel.
Segundo o parlamentar, o Brasil atravessa uma fase difícil em sua economia, resultado de uma crise global do capital financeiro, mas tentam incutir a ideia de que na crise cada um deve dar sua contribuição para que todos possam se salvar, mesmo sabendo que o principal objeto dessa salvação é a própria burguesia. “Voltam-se contra os trabalhadores para ampliar o raio de exploração e retirar-lhes direitos e garantias”, disse.
Como exemplo disso, João Daniel citou o que ocorreu com o projeto da terceirização e a tentativa de modificação do sistema de exploração do pré-sal, tirando-se a questão do controle nacional em favor das grandes multinacionais, que, diferentemente do que está definido com a utilização dos royalties para saúde e educação, terão no lucro do capital a sua efetiva destinação.
Para ele, outras matérias, como a destinação de áreas para a agricultura predatória e avanços sobre as áreas indígenas e terrenos de marinha fazem parte do sistema de exploração. “Portanto, essa conjuntura deverá acirrar as lutas sociais e as disputas entre as classes fundamentais da sociedade. Trata-se de um momento especial da luta de classe em caráter mundial, em que a burguesia vai utilizar todos os meios possíveis para sair vitoriosa da crise; e o proletariado também deve estruturar seu projeto de sociedade para superar o capitalismo”, disse.
Alternativas
Entre outras alternativas para esse momento de crise, o deputado João Daniel também citou a necessidade de uma urgente reforma urbana e também a reforma agrária. Na sua avaliação, é preciso assentar as famílias, investir na agricultura familiar, agregar valor aos produtos, produzir alimentos saudáveis, proteger a natureza, pensar o Brasil com políticas sustentáveis que garantam desenvolvimento sem que se tenha que dar em troca nossos rios, florestas e o nosso principal bem: o povo brasileiro.
“Precisamos de todas as forças sociais progressistas para combater o desemprego, como alternativa à crise econômica e social, defender a democracia e seus representantes legítimos, as conquistas dos trabalhadores, as empresas nacionais, o desenvolvimento do País e a nossa soberania”, frisou.