Poder e Cotidiano em Sergipe
Salários dos prefeitos chega a ser 60 vezes superior à renda média dos municípios 19 de Outubro 12H:58

Salários dos prefeitos chega a ser 60 vezes superior à renda média dos municípios

O JORNAL DA CIDADE publicou nos últimos dias o salário de todos os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores dos municípios sergipanos.


Em tempos onde os gestores atrasam pagamentos e não concedem reajustes aos servidores, creditando as supostas dificuldades à crise financeira, chamou atenção os excelentes salários dos alcaides.


Mas os números chamam ainda mais atenção quando comparados à renda média domiciliar per capita das cidades que eles administram.


Os 75 prefeitos sergipanos ganham em média R$ 17,5 mil, enquanto seus vices possuem salário médio de R$ 11,7 mil. Já a renda média da população sergipana é de R$ 508,20. E a disparidade aumenta quando se analisa município por município.


Em Itabaiana, onde o prefeito recebe o maior salário (R$ 26,6 mil) a renda média da população é de 433,11. Em N. Sra. do Socorro e Estância, onde os prefeitos recebem salários de R$ 26 mil, a renda média é de R$ 358,22 e R$ 385,38 respectivamente.

Ou seja, nesses casos, os salários dos prefeitos chega a ser até 60 vezes maior que a renda média da população. Vale ressalvar, a comparação está sendo feita com a renda domiciliar apurada em 2010 (o dado mais atual, por município, que a reportagem conseguiu acessar).


Hoje esse valor é um pouco maior. A renda média domiciliar de Sergipe por exemplo, era de R$ 508,20 e hoje é de R$ 758. Ainda assim, a comparação é válida, para demonstrar que há um abismo entre os dois valores.
Vamos a mais exemplos. Em Frei Paulo, a renda média domiciliar dos cerca de 13 mil habitantes é de R$ 379,95, enquanto o prefeito fatura mensalmente R$ 25,5 mil. Já os prefeitos citados a seguir recebem R$ 24 mil.


Veja ao lado de cada um a renda média dos seus munícipes: Aquidabã (R$ 269,57), Japaratuba (R$ 287,84), N. Sra. da Glória (R$ 310,09) e Poço Redondo (R$ 197,86) – este último possui uma das menores rendas do estado.

Pobreza
Na região do Baixo São Francisco, existe um grande bolsão de pobreza em Sergipe. Três municípios de lá possuem as menores rendas per capta do estado: Brejo Grande (R$ 194,86), Ilha das Flores (185,63) e Pacatuba (R$ 190,00). Mas os prefeitos estão longe dessa miséria. O gestor de Brejo Grande recebe R$ 13.310,34, enquanto o de Ilha das Flores R$ 9.907,24 e o de Pacatuba 17.010,16.


A diferença é grande até mesmo em Aracaju, que possui a maior renda per capta, que em 2010 era de R$ 1.022,07. O administrador da capital recebe R$ 24 mil, ou seja, 24 vezes mais do que a média de rendimentos da população.


O rendimento domiciliar per capita é calculado com base no total dos rendimentos domiciliares e o número de moradores, para cada unidade da Federação e o Brasil.


Os dados divulgados na tabela são relativos à renda média domiciliar per capta do ano de 2010 – último ano onde o JORNAL DA CIDADE localizou os dados por município.


Os salários dos prefeitos foram divulgados com base em um levantamento exclusivo realizado junto ao Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE).
 

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