Poder e Cotidiano em Sergipe
ROGÉRIO CARVALHO: “Quero disputar eleições em 2018” 11 de Janeiro 10H:19

ROGÉRIO CARVALHO: “Quero disputar eleições em 2018”

Nesta entrevista ao BLOG DO MAX / JORNAL DA CIDADE o presidente estadual do PT, Rogério Carvalho, abre o jogo: ele está de olho nas eleições de 2018, quando pretende se candidatar. O petista diz ainda que o partido apresentará um nome para disputar a Prefeitura de Aracaju, e destaca a deputada estadual Ana Lúcia. Questionado pela reportagem, Rogério afirma também que a ex-primeira-dama, Eliane Aquino, ainda não regularizou sua situação dentro do PT e que a indicação dela para o governo foi uma escolha pessoal de Jackson Barreto. Ele também afirma que a Saúde Pública de Aracaju regrediu e voltou ao patamar de 14 anos atrás. Confira a entrevista completa.

Blog do Max – Após receber uma boa votação na última eleição, qual será o seu futuro na política? Tem recebido convites ou discutido assumir cargos no Governo Federal?
Rogério Carvalho –
Neste momento estou na presidência do partido e estamos em processo de reorganização. O desafio este ano é ampliar o número de filiados do partido. Tem uma discussão do Ministério da Saúde, a possibilidade de eu presidir a Fundação Nacional de Saúde ou algum espaço dentro do Ministério, existe essa possibilidade. Mas, se por acaso a disputa for muito grande e não tiver como ocupar o espaço da Funasa, minha pretensão é fazer meu pós-doutorado e a partir de 2016, entrar num espaço de direção, ou no estado ou no Brasil.


BM – Quando o senhor deve ter alguma definição?
RC -
Essa discussão deve ser finalizada nos próximos trinta dias. Fui também convidado para presidir o Instituto Nacional do Câncer, que fica no Rio de Janeiro, mas ficaria muito distante daqui do estado. Prefiro ver se há possibilidade de uma alternativa em Brasília, pois as pessoas do estado vão a Brasília, havendo assim uma manutenção de relação com as lideranças do Estado, militância, lideranças políticas. O INCA é muito nobre, presidir a instituição normatizadora do tratamento de câncer no Brasil, mas é no Rio de Janeiro, o eu me afastaia bastante da atividade política.


BM – Como está este trabalho de filiação? O objetivo é 2016?
RC –
O objetivo é trazer par ao partido a militância que participou da campanha da Dilma, principalmente no segundo turno. Houve um envolvimento muito forte de uma militância que não tem filiação partidária. A idéia é que a gente possa ampliar o número de filiados e melhorar a viabilidade eleitoral do partido em várias cidades do interior do estado, com o objetivo sim de ter uma viabilidade eleitoral maior em 2016.


BM – Como está esse processo de filiação em Aracaju? O PT já está se preparando para as eleições de 2016?
RV –
Em Aracaju, é fundamental que a gente faça filiações. Esse trabalho já começou, a militância, movimento da juventude, sindical e comunitáro já estão iniciando o trabalho de filiar. Mas no PT, para que o filiado possa ter plenos direitos, é preciso passar por etapas de formação política, é uma exigência estatutária do partido.


BM – O PT pensa em apresentar candidatos a prefeito em quantos municípios?
RC –
O PT pensa em apresentar candidatos em pelo menos vinte municípios e em outros dez, pelo menos, o vice-prefeito. É um trabalho que vai requerer esforço grande da direção do partido, visitas, indicações de lideranças que queiram vir para o partido.


BM – E em Aracaju, pensa em lançar candidato? Quem são os nomes que o PT possui?
RC –
O PT pretende apresentar candidatura, é óbvio que a gente gostaria e quer fazer essa discussão com o governador Jackson Barreto, para que a gente possa ter uma construção e trabalho feito conjuntamente. Temos nomes como Márcio Macedo, Ana Lúcia, Conceição Vieira. Esses são os filiados hoje que estão aptos a se colocarem na disputa.


BM –Eliane Aquino pode ser candidata pelo PT? Como está a situação da filiação dela?
RC-
Se ela resolver a questão da filiação dela, não tenho problema em ver o nome dela avaliado pela militância. E se as instancias partidárias definirem, terá o apoio de todo o partido.


BM – E quanto a Ana Lúcia, é o nome mais forte hoje?
RC –
Acho que Ana Lúcia reúne as melhores condições. Foi reeleita, foi a deputada mais bem votada do nosso partido. Apesar de ela não ter se manifestado, a gente identifica nela as condições para fazer um enfrentamento político da atual administração.


BM – O senhor pretende estimular essa candidatura de Ana Lúcia? O nome dela é o seu preferido, o do seu grupo?
RC –
Em 2012, quando disputei com ela, era ela o nome da preferência de Jose Eduardo Dutra. Ela mudou pouco. E o cenário só coloca diante da gente elementos que a tornam uma candidata forte: enfrentamento com o DEM, enfrentamento de uma administração que ainda não mostrou a que veio e deixo a cidade pior: mais suja, arrasada, destruída, sem remédios, sem exames,  sem consulta especializada.


BM – A saúde de Aracau regrediu?
RC –
Piorou muito, regrediu, está ‘pré-2000’, pior do que quando nós encontramos, há 14 anos. Não que em 2000 estivesse ruim, mas mudamos o patamar: ampliamos o PSF, criamos os Zona Norte e Zona Sul, centro de especialidades do August Franco e rua Bahia, construímos 13 novas unidades de saúde, saímos de pouco mais de 39 para 140 equipes do PSF, dois concursos públicos, acabamos com os manicômios e criamos os CAPs. Ou seja, foi feito muita coisa no período que Déda foi prefeito e eu fui secretário. Isso que foi feito, hoje funciona mal ou não funciona, como por exemplo o centro da saúde do trabalhador.


BM – Quais seriam hoje os principais problemas da prefeitura de Aracaju, na Saúde?
RC –
O fim do acolhimento – não se faz mais atendimento de urgência e emergência nas unidades básicas de saúde. O retorno das filas para pegar ficha na porta do posto, uma coisa que tinha sido abolida; a falta de remédio, a falta de profissionais nas escalas dos postos de saúde. Diminuiu do número de medicamentos. O tempo de espera para fazer exames e cirurgias eletivas e exames complementares aumentou e não existe mais o compromisso e 60 ou 90 dias, como a gente tinha. Agora passa um ano, seis meses, e sem nenhum compromisso de dar uma solução.


BM - A Prefeitura diz que não conseguiu melhorar a saúde porque a Justiça barrou a criação das OSs.
RC –
As OS’s não são impeditivas, o fato de não ter OS, não impedem eles de fazer. Antes das Fundações, por exemplo, a gente já fazia. A gente fez as fundações para poder desprivatizar todos os hospitais do estado de Sergipe. Mas o trabalho era feito, e olhe que tínhamos hospitais ruins, com mais de trinta anos de construção e sem nenhum investimento. Isso é só uma desculpa para incapacidade da Prefeitura em dar conta da responsabilidade de cuidar de um serviço essencial. Como também se a gente olhar, na mobilidade urbana têm sido feitas mexidas cosméticas que a gente não sabe se vai melhorar ou piorar - espero que melhore.


BM – Então você acha que em 2016 a população pode querer mudar o comando da capital, se arrependendo de ter mudado a condução política de Aracaju?
RC –
Eu espero que a população consiga perceber que João não foi a solução, que não conseguiu solucionar os principais problemas da cidade de Aracaju e que em alguns casos, agravou o problema que existia, como na Saúde, no trânsito, limpeza pública. O transporte púbico nitidamente piorou, com redução do número de veículos e linhas. Então, João ao foi a solução.


BM – Falando em nomes do PT para 2016, você pode ser candidato em Aracaju?
RC –
Eu particularmente tenho me colocado fora desta disputa de 2016, eu quero nestes próximos quatro anos ter o compromisso de reorganizar o PT, tornar um partido forte, dar minha contribuição na vida partidária, e se tiver a possibilidade, retomar minha atividade na área pública, como professor ou gestor federal. Quero disputar eleições em 2018.


BM – Você já pensa em Senado ou governo? Tem discutido isso com o partido?
RC
–Não, vamos ver como vai ser o desempenho do partido nas próximas eleições e depois vamos ver isso.


BM – O PT se sente contemplado com os cargos que indicou no governo Jackson Barreto?
RC –
Olha, o governo extinguiu nove secretarias, subsecretarias, extinguiu empresas. Então, dentro desta nova realidade do estado, eu reconheço que o governador Jackson Barreto fez um esforço grande para contemplar todos os aliados. E o PT sente-se bem representado no governo, ainda que a gente tivesse no governo de Marcelo Déda uma presença muito maior, nós tínhamos dez secretarias. O que é natural, já que o governo era do PT, agora é do PMDB.


BM – O PT vai pleitear mais algum espaço no governo? Segundo escalão?
RC –
O governador, no acordo com o Partido dos Trabalhadores, colocou como órgãos e espaço para o PT no governo a Secretaria de Meio Ambiente, a Secretaria de Agricultura, com a Emdagro, o Ipes e três diretorias da Seides: Direitos Humanos, Mulehres e Juventude.


BM - Houve uma questão dentro do PT. As outras correntes do PT sentem-se contempladas? Eliane foi uma indicação do PT?
RC
– Eliane foi uma indicação de Jackson, não foi uma indicação do PT. O Olivier é um quadro da CNB. Esmeraldo é um quadro ligado aos movimentos sociais. A militância partidária do interior, onde o PT teve um grande desempenho, foi contemplada. Ganhei a eleição para o Senado em todo o estado e perdi em Aracaju. Ainda tem em aberto pra discussão as três diretorias, que a partir desta segunda devemos ter conversas para ver quem vai assuir isso. E também, o acertado na diretoria do partido que todas as forças vão apresentar nome s para compor as diretorias, de acordo com o perfil que o cargo exija.


BM – O que você achou da indicação de Zezinho Sobral para a Saúde e o que você espera do governo Jackson Barreto, neste setor?
RC –
Gostei. Um companheiro que tem relação direta como governador, um quadro que tem uma formação gestora boa, advogado, engenheiro, tem experiência administrativa. Tem um desafio mito grade, que é colocar no eixo, para funcionar, uma rede com dez hospitais, que não são os hospitais de 10 anos atrás, são hospitais de verdade. As pessoas não se dão conta: O Huse hoje tem 75 leitos de UTI e ala vermelha. O Huse tem hoje quase 500 leitos, quase dobrou de tamanho. O de Propriá tem 70 leitos, o de Lagarto tem 120 leitos, com UTI; Itabaina tem quase isso. Socorro faz partos, faz cirurgia. Estância tem 120 leitos. A rede é uma rede hospitalar de verdade. São quase 7 mil pessoas trabalhando, é uma rede gigante e um desafio muito grande, não é a rede que nós recebemos em 2007. Ela é pelo menos três vezes maior, em número de leitos, profissionais, tecnologia e capacidade resolutiva.Tem centros de especialidades odontológicas farmácias populares, tem o Hemolacen, o Lacen, Hemose... Então eu acho que é um desafio grande, mas acredito na capacidade gerencial dele. Precisa ter mais recursos, este é um desafio, é um desafio para todos que assumem essa pasta.

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