ROGÉRIO CARVALHO: “O nome de Ana Lúcia surge com força para disputar a Prefeitura de Aracaju”

Presidente estadual do PT fala também sobre seu novo cargo em Brasília e diz que Mais Médicos é o programa de maior impacto na vida dos brasileiros

O PT ainda não começou oficialmente a discutir uma candidatura para disputar a Prefeitura de Aracaju, mas o nome da deputada estadual Ana Lúcia vem surgindo com força.


A afirmação é do presidente estadual da sigla, Rogério Carvalho, que nesta entrevista ao BLOG DO MAX / JORNAL DA CIDADE falou sobre sua nova função no ministério da Saúde, onde comanda a Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa - ele acredita que sua presença lá trazer benefícios para Sergipe.


Rogério defendeu o programa Mais Médicos e contabiliza seus resultados como positivos, como a assistência a 60 milhões de brasileiros.

BLOG DO MAX - O que representa este cargo que o senhor assumiu? Quais são as atribuições específicas dele?
Rogério Carvalho - Eu assumi a assessoria especial do ministro e fui designado como Secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde. Neste cargo vou ter a função de Organizar o Sistema Único de Saúde, ou seja, as relações entre os Estados e Municípios e entre o Sistema e a sociedade e nessa relação se envolvem os movimentos sociais, os conselhos estaduais e municipais e todas as formas de organização e de setores da sociedade que precisam de uma atenção especial. Além disso, nós temos a tarefa de ter contato direto e colher da sociedade as impressões do funcionamento do sistema em todo o país.


BM - Ocupar um cargo tão próximo ao ministro da Saúde pode facilitar a chegada de recursos federais para a Saúde em Sergipe?
RC- É sempre importante ter um quadro de um Estado no Governo Federal. Sempre ajuda a resolver problemas do município e do Estado. Mapear processos, reivindicar mais de perto. Acredito que minha presença lá trará benefícios para Sergipe.


BM - Quais são as metas do ministério da Saúde, hoje? Qual é o foco do trabalho?
RC- O ministério tem como objetivo melhorar a prestação de serviços, diminuição no tempo de espera e melhorar o padrão de financiamento para que tudo isso se viabilize. Já no campo da Secretaria que eu ocupo, o objetivo principal é consolidar as responsabilidades sanitárias, ou seja, os compromissos e deveres com a saúde publica, dos entes, ou seja, municípios, estados e união, tudo isso para garantir o acesso dos brasileiros a saúde publica de qualidade e que as necessidades dos cidadãos sejam atendidas. É um desafio enorme que vem avançando nos últimos 27 anos do SUS.


BM - Como está o funcionamento do programa Mais Médicos, que o senhor defendeu, quando deputado? Já é possível mensurar sua eficácia? O senhor continua achando que sua defesa do projeto foi correta?
RC- O programa mais médicos foi e é o programa de maior impacto na vida dos brasileiros. Hoje são mais de 14 mil médicos em todo o Brasil. Cidades que nunca tiveram médicos residindo, hoje têm. São mais de 60 milhões de brasileiros atendidos pelo programa Mais Médicos. Só isso já seria um grande resultado do programa e justificaria todo o esforço e os desgastes que tive, inclusive com minha categoria na defesa e na formulação desse programa como relator na condição de deputado federal. Mas além disso, o programa Mais Médicos está ampliando 12 mil vagas de graduação em Medicina, principalmente no interior do país, ou seja, melhorando a distribuição de formação e ao longo prazo a distribuição de médicos no território. O programa Mais Médicos vai universalizar a especialização e com isso, vamos formar o especialista em Medicina Geral, aquele que é capaz de atender os principais problemas da população e que vai trabalhar no sistema único de Saúde. Portanto, o efeito desse programa vai durar por muito tempo.


BM - E a atuação dos médicos cubanos, que foi tão questionada por alguns setores da imprensa? Houve relatos de problemas no trabalho deles? Erros médicos? Eles continuarão integrando o Mais Médicos?
RC- Sim. Enquanto eles estiverem na vigência do contrato inicial de três anos, podendo ser renovados por mais três, permanecerão. Na medida em que médicos brasileiros vão tendo interesse nesse programa, que foi o que aconteceu este ano, a renovação dos novos contratos deve ser com médicos brasileiros. Mas se houver necessidade de médicos estrangeiros para atender a população que estava desassistida, eles estarão aqui.


BM - O que o senhor achou da indicação de Márcio Macêdo para comandar as finanças do PT? Como avalia a atuação dele? Neste momento delicado, esse cargo foi um presente de grego?
RC- Foi importante para o PT de Sergipe e para a atuação dele dentro do Partido dos Trabalhadores. Tenho certeza que o companheiro Márcio cumprirá sua missão a contento.


BM - O PT em Sergipe já começou a discutir sucessão municipal em Aracaju? Quem são os nomes já colocados, que serão analisados?
RC- O PT ainda não começou a discutir sucessão oficialmente mas os debates acontecem de forma informal e tem surgido, com bastante força, o nome da deputada professora Ana Lúcia.


BM - Há algum acordo no sentido de o senhor defender a candidatura de Ana Lúcia para a Prefeitura?
RC- Não fizemos este acordo. Mas a deputada é sempre lembrada por sua história, sua obra, e por sua dedicação a vida pública ao longo de sua vida.


BM - Ao apoiar a greve dos professores, incluindo protestos mais incisivos, como o uso das algemas pelos professores, Ana Lúcia se inviabilizou enquanto possível candidata à Prefeitura? Seu nome dificultaria a manutenção da aliança com JB?
RC - Não. Jackson é um democrata e sabe muito bem separar o que é luta sindical e o que é participação do partido no governo. E não acredito que nenhum movimento inviabilize a pré-candidatura de Ana, que tem dimensões legítimas.


BM - O senhor deve se afastar da presidência do PT? João Daniel assume o comando?
RC - Não irei me afastar da presidência do PT.