“Quem manda é o Diretório Nacional”, afirma Machado

Nesta conversa com o BLOG DO MAX/JORNAL DA CIDADE o vice-prefeito de Aracaju, José Carlos Machado (PSDB), disse que a indicação do vice na chapa de João Alves Filho (DEM) não é uma discussão para agora e que é necessário ter desprendimento.


Para ele, a prioridade é escolher quem será o candidato majoritário. Questionado sobre o comando do PSDB em Aracaju e Sergipe, Machado explicou que a Comissão Provisória Estadual e a Comissão Provisória Municipal não possuem nenhuma autoridade, se as decisões tomadas por eles não tiverem o respaldo do Diretório Nacional. Leia a seguir a entrevista completa.

BLOG DO MAX - O senhor será mesmo o vice na chapa de João Alves Filho, na tentativa de reeleição em Aracaju?
José Carlos Machado - O Fundamental é definirmos o candidato majoritário. Na reunião que aconteceu em Brasília, com a presidência Nacional do partido Democratas (DEM), Agripino Maia e do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Aécio Neves, ficou acordado que no momento oportuno a escolha do vice-prefeito só será definida sob a coordenação do candidato majoritário. Essa não é uma discussão para agora. Eu entendo que todos os colegas que participam de uma coligação têm que pleitear a vice, mas infelizmente só há uma vaga. Desta forma, eu entendo que é preciso desprendimento. Essa questão da vice tem que ser discutida no momento certo, a prioridade agora é quem será o candidato majoritário. Na reunião o Líder do PSDB Aécio Neves teceu diversos elogios a João Alves Filho e ressaltou que a amizade de João Alves com Aécio transcende as questões políticas, fez elogios à minha pessoa e disse taxativamente que o PSDB em Aracaju tem compromisso com a candidatura de João Alves. E foi batido o martelo sobre o apoio dos tucanos aos democratas em Aracaju.


BM- O Diretório do PSDB em Aracaju está sob o seu comando?
JCM - Quando foi nomeado o Diretório Estadual, ficou acertado que o Diretório Municipal ficaria sob o meu comando, mas aconteceu também a ação do Diretório Municipal e eu nunca, pelo menos nos primeiros momentos, nos primeiros dias depois da nomeação, nunca fui convidado para tratar disso. Soube através da imprensa que eles já tinham escolhido Vovô Monteiro como presidente do Diretório Municipal. Diante disso, eu como tenho uma boa relação com Pedro Barreto e com Vovô Monteiro, entendo que o Pedrinho exerce um bom trabalho à frente do Diretório Municipal, assim resolvi deixar como está. Recentemente o Pedro me chamou para dizer que precisava reconstituir o Diretório Municipal e eu o respondi que com ele na presidência eu já me sinto representado. Daí ele me pediu que indicasse alguns nomes, e eu indiquei, porém nenhum deles aceitou. Mas eu não tenho preocupação nenhuma com quem comanda o Diretório Provisório Municipal de Aracaju e nem com o Diretório Provisório Estadual. Porque sei, já fui dirigente partidário, já fui vice-presidente do Diretório Nacional do DEM e sei que quem manda é o Diretório Nacional. Porque veja bem, a Comissão Provisória Estadual e a Comissão Provisória Municipal não têm nenhuma autoridade se as decisões tomadas por eles não tiverem o respaldo do Diretório Nacional. Eu não estou preocupado em assumir Diretório Municipal ou Estadual. Como está, está tudo bem. Pedrinho Barreto está fazendo um bom trabalho. Quando indicaram o nome dele não me consultaram e eu quando soube fiquei satisfeito. Então deixa como está. O que eu acredito é que eles têm que ter consciência de que o Diretório Nacional já decidiu que aqui em Aracaju o PSDB apoia a candidatura de João Alves.


BM - Então o Diretório Municipal em Aracaju não tem autonomia para definir o destino do partido? Nem o Diretório Estadual?
JCM - O Diretório Municipal de Aracaju não tem autonomia para definir o destino do partido, nem também o Diretório Estadual. Quem tem autonomia para definir os destinos dos partidos aqui em Sergipe é o Diretório Nacional. Claro que quando a decisão do Diretório Municipal coincide com a decisão do Diretório Estadual e a mesma coincide com a decisão do Diretório Nacional, está tudo resolvido, mas repito: a decisão final é do Nacional. Lamentavelmente, em Sergipe nós não temos diretório nenhum, nem municipal nem estadual. Naturalmente que há prazos para se instalar os diretórios. Agora o que existe é Comissão Provisória, mas nem Comissão, nem Diretório Municipal ou Estadual tem poder pra decidir nada. A decisão final é do Diretório Nacional. Tanto é que eles já receberam a decisão do Diretório Nacional.


BM – O PSDB de Aracaju é o partido de João Alves, de José Carlos Machado ou é o partido de Amorim?
JCM - Se depender de mim, o PSDB em Aracaju e no Estado será o partido de José Carlos Machado, de Amorim e de todos que estão filiados ao partido, porque o partido de João Alves é o DEM, ele já está filiado ao Democratas. O partido é meu, de Amorim e de todos que são filiados, Pedrinho Barreto, Adriano Taxista, do vice- prefeito de Itabaiana, enfim, de todos os filiados. Não será o partido de João, porque João está filiado ao Democratas.


BM - Qual é a relação do senador Eduardo Amorim com o PSDB hoje?
JCM - Eu não sei.


BM- A filiação de Amorim está definitivamente descartada?
JCM - Eu não sei. Eu acabei de ler uma nota do PSDB onde o líder do Nacional demonstra enorme apreço pelo senador Eduardo Amorim, então Amorim tem todos os meios, todo espaço, tem todas as condições de se filiar ao PSDB. Quem declarou enorme apreço que o PSDB tem pelo Amorim não fui eu, não foi Pedrinho Barreto, não foi Adriano Taxista, quem definiu enorme apreço que o PSDB a nível nacional tem pelo senador Eduardo Amorim foi o líder do partido no Senado Federal. Assim Amorim só não vem para o partido se ele não quiser. Agora ele tem que vir sabendo que o PSDB de Aracaju já tem um compromisso com uma candidatura majoritária.


BM- Há um racha declarado no PSDB?
JCM - Não sei, eu não conheço racha. Eu tenho intenção e vou trabalhar pela reconciliação, manda o bom senso que estejamos juntos. Isso porque o passado nos dá lição e a principal lição que nós recebemos no passado é que juntos sempre ficamos fortes. E separados significa que nós estaremos mais fracos. Então a minha intenção é trabalhar para unir todos em torno da candidatura do nosso grande líder.


BM– Então o senhor vai trabalhar a unidade do partido para a eleição de João em Aracaju?
JCM - Claro, assim que João Alves se declarar candidato, sem sombra de dúvida irei trabalhar e muito! Conversei na semana passada com o senador Eduardo Amorim, o deputado André Moura e ficou estabelecido isso, que eu trataria junto a João Alves para marcar uma reunião. Não foi possível porque nós estivemos em Brasília na segunda, na terça e na quarta. Quando foi na quinta todos retornaram e a partir de hoje eu vou trabalhar com o intuito de promover uma reunião na busca do entendimento. Porque o que eu quero é isso, manda o bom senso que isso ocorra e se nós entendemos que devemos ter juízo, nós temos que agir com bom senso. Porque ter juízo é ter bom senso.


BM- O senhor acredita que Eduardo Amorim lançará candidatura a prefeito de Aracaju?
JCM - Isso eu não posso responder, só quem pode responder é o próprio. Se ele pensar em ser candidato ele tem todo o direito legítimo. Agora não será pelo PSDB.


BM - Quantos partidos devem compor a coligação que acompanhará o projeto de João Alves Filho?
JCM - Eu não sei. Estou trabalhando para ampliar. O que eu sei hoje é que os Democratas apoiam João Alves, o PSDB apoia João Alves, o Solidariedade com Laércio Oliveira apoia João Alves, isso é o que eu sei. Vou preferir não nominar. Mas nós estamos trabalhando para ampliar essa aliança com o número de partidos igual ou maior que nós tivemos na eleição anterior. Certo hoje tem Democratas, SD e PSDB, mas estamos conversando com PV, com o PPS, com o PHS. Estamos conversando com todos, não sei quantos, mas quanto mais melhor. Se depender de mim vai aumentar as alianças. E eu quero começar os entendimentos exatamente com o grupo de Amorim, com o PSC. É uma prioridade minha agora . Já recebi carta branca do prefeito João Alves e vou conversar com o prefeito pra marcar um encontro, eu, João Alves e os representantes do PSC. João Alves nunca disse a ninguém que é prefeito, nem que quando for prefeito vai ser candidato a governador. Porque se esperava que em 2014 ele fosse e acabou não sendo. O que nós precisamos é conversar. Laércio já declarou, então estamos certos hoje com o Solidariedade, Democratas, PSDB, estamos conversando com o PV, PPS, PMN, PEN, PHS, Partido da Mulher Brasileira, eu tenho conversado com vários partidos, eu desejo ampliar aquele número de partidos que se agregou em torno da candidatura de João Alves. Então o meu desejo prioritário é conversar com o PSC, ainda essa semana pretendemos promover uma reunião. Mas não depende apenas de mim, depende da disponibilidade do prefeito e dos representantes do PSC.