"PT e PSDB não nos representam", dizem lideranças
No último fim de semana ocorreram duas manifestações em Aracaju. Uma na sexta-feira, dia 13, organizada por setores dos movimentos sociais que apoiam o governo de Dilma Rousseff (PT), como a CUT, CTB, MST e Consulta Popular. A outra foi no domingo, dia 15, e foi organizada pelos setores de oposição de direita que pedem o ‘impeachment’ da presidente Dilma. As duas manifestações faziam parte de um calendário nacional de protestos. O PSTU não participou de nenhuma das manifestações, pois não concordamos com caráter dos dois protestos.
O partido divulgou nota afirmando que o País vive uma escalada na crise econômica que o governo, os bancos e o grande empresariado tratam de descarregar nas costas dos trabalhadores. Vive também, de acordo com o PSTU, uma grave crise política, envolvendo o governo e sua base de sustentação no Congresso Nacional, com o escândalo de corrupção na Petrobrás.
Diferente do que prometeu na campanha eleitoral, o governo federal está atacando os direitos trabalhistas como seguro-desemprego, o abono do PIS e a pensão por morte. Disse que a educação seria prioridade e que o Brasil seria uma pátria educadora, contudo, cortou 30% das verbas da educação pública. A inflação cresce todos os dias, os preços dos alimentos sobem. Subiu o preço da energia. O desemprego aumenta.
Há um descontentamento, uma revolta da população com a presidente Dilma. O ajuste fiscal imposto joga todo o sacrifício da crise nas costas dos trabalhadores e da população mais pobre. O PSTU defende a unidade dos trabalhadores em uma só luta de norte a sul do país, para derrotar as políticas econômicas que vem sendo aplicadas pelo governo, e em defesa de um plano econômico que resolva os problemas enfrentados pelos trabalhadores.
Defendemos a redução e congelamento dos preços dos alimentos, redução das tarifas de energia, da água e dos combustíveis. Prisão dos corruptos e corruptores, e confisco de todo o dinheiro roubado da Petrobrás. A defesa da Petrobras 100% estatal e sob o controle dos trabalhadores e incorporação de todos os terceirizados ao quadro de efetivos, com uma diretoria eleita diretamente pelos trabalhadores. Reforma agrária que garanta terra e produção barata de alimentos. Contra as Medidas Provisórias 663 e 665.
Chamamos a CUT, CTB, UNE, MST e Consulta Popular para defender os trabalhadores dos ataques do governo e contra as investidas oportunistas da direita e ultra direita. Mas, nessa luta não é possível defender o governo.
Sem impeachmentPor outro lado, não temos nenhum acordo com a política do impeachment. O sentimento de indignação dos trabalhadores com o governo do PT é mais do que justo. Indignados, muitos querem o “Fora Dilma”, e acabam caindo numa armadilha da direita. Pela Constituição brasileira com o impeachment do presidente, que assume é o vice, Michel, na impossibilidade deste, o presidente da Câmara dos Deputados (ambos do PMDB). Ou seja, não muda nada.
Por tudo isso, o PSTU chama a construção de uma alternativa que atenda às necessidades e aos interesses da classe trabalhadora, produtora de toda riqueza, contra o governo que ataca os direitos dos trabalhadores; contra os seus aliados que fazem farra com o dinheiro roubado da Petrobrás, e contra a direita que sempre fez a mesma coisa que faz o governo Dilma/PT, neste momento, para atender aos interesses dos empresários, do agronegócio e dos banqueiros.
O Brasil é rico. É possível resolver todos os problemas dos trabalhadores. Chega de mandar dinheiro para banqueiro, o governo precisa pagar a dívida que tem com a classe trabalhadora e pobre do Brasil. Chega de inflação que só serve para encher os cofres dos banqueiros. Basta de privatização das empresas construídas com o dinheiro do povo. Chega de desemprego. Só assim podemos derrotar, ao mesmo tempo, o governo do PT, a direita (PSDB, DEM, PMDB e companhia) e também aos banqueiros, multinacionais e grandes empresários, pois é para eles que tanto o PT como o PSDB governam quando estão no poder.
E só assim poderemos avançar para a construção de um Brasil socialista, soberano, livre de toda forma de exploração e opressão, onde todos e todas possam viver de forma plena, como seres humanos, e não como escravos de banqueiros e multinacionais, em que o capitalismo nos transformou.
Aracaju, 16 de março de 2015.
Vera Lúcia
Presidente Estadual do PSTU Sergipe