Poder e Cotidiano em Sergipe
Prefeitura não tem recursos para tocar obras 13 de Outubro 19H:31

Prefeitura não tem recursos para tocar obras

Secretário de Obras, Luís Durval diz que não há repasses dos ministérios e que prefeitura de Aracaju tem tido dificuldades para efetuar as contrapartidas das obras construídas com recursos federais

 
Sem querer comentar a afirmação do vice-prefeito José Carlos Machado (PSDB), de que as obras da Prefeitura de Aracaju estariam lentas, nesta entrevista ao BLOG DO MAX / JORNAL DA CIDADE, o secretário de Obras de Aracaju, Luís Durval, admite que há dificuldades financeiras – o que prejudica o andamento das obras.


Muitas vezes, segundo ele, falta dinheiro para custear as contrapartidas que cabem à PMA. O secretário também falou sobre obras como o novo calçadão da 13 de julho, o BRT e os trabalhos no Santa Maria. Confira.

BLOG DO MAX – O vice-prefeito José Carlos Machado gerou rebuliço esta semana ao criticar a lentidão nas obras da Prefeitura. Essa lentidão existe? O senhor concorda com Machado?
Luís Durval – Não me sinto confortável em fazer comentários sobre um superior meu. Eu acho que é inadequado eu comentar pronunciamento do vice-prefeito ou do prefeito.
 


BM - Mas esquecendo as palavras do vice, o senhor avalia que as obras estão em ritmo lento? A população tem se queixado.
LD – O Brasil vem atravessando uma crise econômica, que tem respaldo na crise política que precede tudo isso. Por consequência, o país tem sofrido, a economia está paralisada e as obras públicas estão sofrendo com isso. Não há repasses de recursos dos ministérios, e você tem o estado na mesma situação.  E Aracaju não poderia ser uma ilha dentro deste contexto, isolada e nadando em dinheiro. Tem havido dificuldade no repasse de verbas públicas, a Prefeitura tem tido uma dificuldade muito grande na parte que lhe cabe, as chamadas contrapartidas. Todo recurso da união tem no mínimo uma contrapartida de 10%. Às vezes esse percentual é maior. É notória a dificuldade que o município vem tendo, de captação de recursos próprios, essa é uma dificuldade real.
 


BM - Então podemos dizer que as obras realizadas em Aracaju estão lentas ou paradas por questões financeiras?
LD – Não foi isso que eu disse. Há dificuldade na alocação de recursos para algumas dessas obras, isso existe. Agora, não é o único fator, existem uma série de fatores, como questões burocráticas. Por exemplo, a obra no 17 de março, sofreu uma série de reavaliações da parte técnica, o que implicou um aumento de custo, que deveria ser absorvido pelo município, implicando uma participação muito maior. Estava estimado em 10% e foi alterado pra 50%. E como o município vai fazer? A união diz que não pode bancar isso, e o município pode?
 


BM - A Prefeitura está com dificuldades para receber recursos federais?
LD - Há dificuldades de toda ordem. De modo geral, eles fluem numa condição melhor que a nossa. Mas o pagamento do recurso federal só pode ser feito se houver o aporte da Prefeitura, e a Prefeitura nem sempre tem condições de fazer esse aporte.
 


BM – A Prefeitura já deixou de receber esses recursos ou de executar obra por não poder fazer esse aporte?
LD – Eu diria que isso influencia no rendimento das obras.
 


BM – Como estão as parcerias do governo do estado, para a execução de obras?
LD – Nenhuma. Nós temos um convênio estabelecido para uso de recursos do Proinveste, na execução da avenida Juscelino Kubtzcheck, ou perimetral Oeste, mas até hoje não foi viabilizado. O convênio existe, está assinado, mas os recursos não formam liberados.
 


BM – O que está faltando para que esta obra seja iniciada, ou para que o diálogo com o governo volte a fluir?
LD – Não existe falta de diálogo com o governo. Você perguntou se existe parceria com a Prefeitura, e eu expliquei que só existe neste aspecto.
 


BM - Mas como está o andamento desta obra?
LD – Uma parte dos recursos o Estado repassaria para a Prefeitura e a própria PMA faria a obra. Outra parte dos recursos, o próprio estado construiria. Uma terceira, que seria uma parte complementar, nós precisaríamos de recursos do Ministério da Cidade, e já pleiteamos, já entregamos o projeto. O ideal é que se comece essa obra tendo a garantia dos três recursos, e no momento ainda não temos.
 


BM – E há previsão concreta para o início dessa obra?
LD – Não, não há previsão concreta para o início da obra, estamos aguardando os recursos do ministério.
 


BM - E quanto à obra da 13 de julho, está parada? Esta semana alguns vereadores voltaram a criticar o andamento lento. Alguns chegaram a afirmar que atrás dos tapumes quase não há gente trabalhando.
LD – Se eu disse pra você que a obra está andando às mil maravilhas, o que é o sonho de todo engenheiro, eu estaria faltando com a verdade. Mas há alguns aspectos daquela obra que confundem as pessoas que não são da área. Toda a parte de concretagem da obra é feita em concreto usinado. A parte de concretagem é onde demanda maior número de mão de obra, mas nesse caso, como já vem pronto, não demanda muita gente. Já temos muita coisa feita, você está convidado para visitar a obra. Hoje, não dá pra ver nada por conta dos tapumes, mas já começa a aparecer por cima deles. Os postes já foram colocados e hoje já tem uma laje preparada para ser concretada. O resto é obra de chão, se você olhar pelo tapume, não vai ver. Agora, ela não tem o ritmo dentro daquilo que nós sonhamos e desejamos. E isso não tenha dúvida, é questão financeira.
 


BM - Qual a previsão de entrega daquela obra? Ela está sendo feita apenas com recursos próprios?
LD - Sim, somente recursos da prefeitura. Nossa estimativa é de que a obra seja entregue até o final de fevereiro.
 


BM – E quanto ao BRT, em que pé estamos? Há previsão para início das obras?
LD – Estamos concluindo os projetos de engenharia. São dois projetos distintos, o de trânsito e o de engenharia. Somos responsáveis pela engenharia, enquanto a SMTT fará a parte de sinalização e tecnologia da informação. O BRT não é só um ônibus grande, é um sistema completo de transporte, é algo muito complexo. Já temos uma licitação que foi realizada agora, para o corredor da avenida Euclides Figueiredo. A proposta de preço está sendo analisada agora, e inclui construção dos corredores e alargamento da avenida.
 


BM - As licitações serão feitas de forma fracionada, por avenida?
LD - Sim, primeiro, porque seria muito ruim concentrar numa única empresa. Se essa empresa tivesse o sucesso adequado na execução da obra, ótimo, beleza pura. Mas se não tiver, o insucesso é total. Depois, ficaria uma única empresa fazendo todas as obras.
 


BM – É possível dizer quantos corredores para o BRT estarão prontos, até o fim do atual mandato de João Alves Filho?
LD – Vai depender muito do andar das licitações. Mas cada um que ficar pronto, poderá ser usado. É algo complexo. Veja que Curitiba, que foi a célula mãe desse sistema, que hoje existe em mais de 180 cidades, ainda está implantando. Sobre as licitações, veja que iniciamos uma para a manutenção da iluminação pública em setembro de 2014 e só agora foi dada a ordem de serviço. Significa 13 meses para fazer uma licitação. Hoje as licitações deixaram de ser uma questão de engenharia e passaram a ser questões jurídicas. Nossa legislação prevê um cipoal de recursos, que a pessoa pode utilizar. A dificuldade em dizer quantos BRTs eu consigo deixar pronto, é a dificuldade em concluir a licitação.
 


BM - O BRT é construído com que recursos?
LD - São empréstimos contraídos pela Prefeitura de Aracaju. Esse empréstimo está liberado na Caixa Econômica Federal (CEF). Estamos entregando os projetos de engenharia e eles vão liberando os recursos, aos poucos.
 


BM - Como estão as obras no bairro Santa Maria? O que está faltando lá?
LD - Falta tudo. O maior investimento que o município de Aracaju tem hoje é no Santa Maria e 17 de março. Os investimentos mais pesados que temos em obras são ali. Aí perguntam, e porque isso não aparece? Porque é um local muito carente, falta tudo. As obras se tornam hoje mais caras, de difícil execução, porque a população invade as margens do canal. Hoje não tem um trecho no canal de Santa Maria que você possa acessar pelos dois lados, há trechos que precisamos aterrar o canal para poder colocar as máquinas. Aquele canal era revestido, mas levaram até as paredes.
 


BM -Como estão os estudos realizados pelo escritório do arquiteto Jaime Lerner, para a formatação do bairro novo?
LD – Já foram concluídos, já foi tudo entregue. Ele pensou na formatação do Bairro Novo. Na Zona de Expansão o escritório deu as diretrizes sobre o que ele concebe para aproveitamento do Bairro Novo. Isso foi concluído e apresentado no auditório da Prefeitura. Estamos aguardando agora a conclusão do plano de saneamento, pela Secretaria de Meio Ambiente, para iniciar os projetos de engenharia do Bairro Novo.

Comentários

  • Seja o(a) primeiro(a) a comentar!

Deixe seu comentário

Imagem de Segurança
* CAMPOS OBRIGATÓRIOS
Whatsapp

Receba notícias no seu Whatsapp.

Cadastre seu número agora mesmo!

Houve um erro ao enviar. Tente novamente mais tarde.
Seu número foi cadastrado com sucesso! Em breve você receberá nossas notícias.