Por Sydnei Ulisses*
Funcionários públicos, parte pequena dos empregados da iniciativa privada, pequenos e médios empresários, profissionais liberais, formam a classe média brasileira, que é facilmente encontrada nas redes sociais. Parte defende a candidata Dilma e outra parte, com disposição maior para se manifestar, defende o candidato Aécio. Um ponto me chama a atenção nas defesas calorosas: a vontade de discutir a corrupção como o mais importante aspecto para a definição do novo presidente. É imprescindível que outras questões sejam consideradas: A clareza da importância de que o Estado precisa deter o controle de serviços essenciais e o investimento na ampliação desses serviços, o que garantiu a realização de inúmeros concursos públicos nos últimos 12 anos, fortalecendo a classe média - ao contrário do que aconteceu nos anos de FHC, dado que a cultura do Estado mínimo e da venda de empresas públicas induziram o governo a não abrir novas vagas. Foram anos de concurso zero.
É imprescindível que outras questões sejam consideradas: A clareza da importância de que o Estado precisa deter o controle de serviços essenciais e o investimento na ampliação desses serviços, garantiram a realização de inúmeros concursos públicos nos últimos 12 anos fortalecendo a classe média, ao contrário do que aconteceu nos anos de FHC dado que a cultura do Estado mínimo e da venda de empresas públicas induziram o governo a não abrir novas vagas. Foram anos de concurso zero.
Só a UFS, triplicou a oferta de vagas e Campus, inclusive interiorizando a presença da Universidade como ocorreu em Laranjeiras e Lagarto, garantindo a contratação de funcionários e diversos níveis, tudo no governo Lula e Dilma.
A Petrobras, menina dos olhos do governo, nunca cresceu e contratou tanto, e continua sendo estratégica inclusive no controle do desenvolvimento e da inflação. Concordo com o governo quando segura o preço do combustível, uma empresa desse porte tem que ter função social e os acionistas que me desculpem, não temos que quebrar o Brasil para garantir os melhores níveis de ganhos para investidores em detrimento de todo o povo. Quem compra ações de uma empresa com as características da Petrobras sabe disso.
O enfraquecimento dos bancos públicos, como vem sinalizando o candidato a ministro do candidato Aécio imporá à classe média grandes problemas, além da paralisação das contratações podemos esperar o enfraquecimento das linhas de crédito que vão muito além do ganho de capital como é o caso do crédito imobiliário.
Nunca se vendeu tantos imóveis neste país e só entramos em processo de desaceleração graças ao que as construtoras estão fazendo: lançando produtos para entrega daqui a 24 meses com preço que ele custará quando entregue. Assim ninguém dá conta e as pessoas param de comprar mesmo, preferem procurar imóvel pronto para morar, evidentemente.
Imóveis caros e linha de crédito comprometida por intenção de desvalorização dos bancos preparando-os para a privatização vão resultar em desemprego, inflação e arrocho salarial. Como consequência o setor da sociedade “chamado classe média” pagará o preço.
Quanto à corrupção? Não se iludam, ela vai continuar. Enquanto não tivermos reforma política o dinheiro das campanhas sairão das empresas públicas e privadas como sempre aconteceu. Ou alguém em sã consciência acredita que os recursos das campanhas dos tucanos, ou de qualquer outro candidato de qualquer partido, seguem rigorosamente os caixas declarados? Crer nisso é o mesmo que fechar os olhos para os 480 bilhões sonegados dos cofres públicos por pessoas que não tem desconto do Imposto de Renda na fonte. Todo mundo sabe inclusive os meios usados, basta ir ao médico particular e ouvir como primeira pergunta da consulta: o Senhor vai querer recibo? Sim, porque os preços são diferentes...rs
Penso que o discurso de que todo político é ladrão não passa de um mecanismo para justificar a cultura da sonegação incrustrada nas empresas e nas pessoas.
Muita coisa precisa mudar mas antes de substituirmos o projeto de governo com ação social, desenvolvimento e distribuição de renda, precisamos avaliar com cuidado o projeto de Estado mínimo, diminuição dos empregos públicos, privatização de empresas estratégicas e promessa de combate a corrupção que sabemos ser pura hipocrisia, de outra forma teríamos mais que petistas presos já que os mecanismos de captação de recursos são os mesmos, pelo menos é o que diz o ultimo premiado para delatar que inclui Sergio Guerra, ex-presidente do PSDB, na lista de receptores de recursos para campanha( R$ 10.000.000,00) . Ele e o incólume Senador Álvaro Dias abandonaram uma CPI da Petrobras em situação oportuna. Por óbvio tudo precisa ser apurado.
Sydnei Ulisses* é corretor de imóveis em Aracaju – Sergipe
20 de Outubro 11H:38