Poder e Cotidiano em Sergipe
OAB: Roseline Morais diz que composição de candidatos é evidência da sua força 3 de Agosto 8H:26

OAB: Roseline Morais diz que composição de candidatos é evidência da sua força

A advogada Roseline Morais acredita que a composição entre os advogados Henry Clay Andrade e Inácio Krauss é uma evidência da força do seu nome na disputa pelo comando da OAB. Nessa entrevista ao BLOG DO MAXC / JORNAL DA CIDADE ela classificou a união dos seus adversários como “politicagem”  e disse que os advogados não deverão engolir isso.


Roseline foi dura e afirmou que dois grupos antagônicos, que viviam se digladiando, uniram-se pela sede de poder e para tentar ganhar a Ordem a qualquer preço, rateando cargos e sem propostas. Confira a conversa completa.
 
 
BLOG DO MAX - Como a senhora vê a composição entre os dois pré-candidatos a presidente da OAB, Inácio Krauss e Henri Clay?
ROSELINE MORAIS - Em primeiro lugar, como evidência da força que o meu nome adquiriu como possível concorrente à Presidência da OAB. Nosso grupo veio conquistando terreno, apresentando propostas, discutindo ideias com os advogados e cada vez mais agregando um número sempre maior de interessados em juntar-se a nós para fortalecer a entidade.


O acordo entre os dois só comprovou isso, porque se eles estivessem se sentindo fortes, em condições de disputar, não iriam lançar mão de uma composição dessas, difícil de explicar e engolir. É decepcionante ver o que está acontecendo. Porque são grupos antagônicos, que viviam se digladiando e agora, movidos pela sede de poder, abrem mão de suas posições para tentar ganhar a Ordem a qualquer preço.
 
BM – Por que essa visão de que seus adversários querem ganhar a Ordem a qualquer preço?
RM - De um lado, o que nós estamos assistindo é a capitulação de Inácio Krauss. Ele dizia que iria renovar a Ordeme retirar dela um grupo que, segundo ele, estaria na OAB há 18 anos, mas o que vimos foi ele cair na mais completa subserviência a um representante deste mesmo grupo, ao ponto de ceder o lugar de candidato a presidente. Ele orgulhava-se de não pertencer a esse "malfadado" grupo.


Cadê a coerência? Cadê a renovação? Cadê o compromisso com os advogados? Do outro lado, o que vemos é uma tentativa de ser presidente da OAB pela terceira vez. Ele que se dizia a terceira via, a verdadeira oposição e cujo interesse é apenas conseguir o terceiro mandato. Uma negociação feita à base do rateamento de cargos, toma lá dá cá. Cadê as propostas? Não tem, porque não tem como juntar óleo e água, porque é uma negociação feita à base do interesse de cada um. Será que não já chega? Não é hora de, realmente, dar vez a novas pessoas?
 

BM – Eles afirmam que a união foi para o bem maior da OAB.
RM - Esse é o discurso com que eles vão tentar se justificar para a sociedade e o conjunto dos advogados que não engolem essa traição. O que eles fizeram foi negociar com a OAB, com a nossa entidade, com cargos e posições dentro de uma diretoria e conselhos, em favor dos seus projetos políticos e de seus projetos pessoais. Querem mangar da inteligência dos advogados. Isso é feio. A gente vive criticando os políticos, as negociatas, os conchavos de gabinete. Uma verdadeira pantomima digna dos conchavos mais indignos.
 
 
BM – A senhora acredita que essa composição pode alterar o quadro da disputa pela OAB?
RM - Sim, a meu favor, porque os advogados sergipanos não engolem essa politicagem na nossa entidade, nem quer vê-la entregue a pessoas com condutas desse tipo. Desde que esse acordão foi anunciado, tenho recebido centenas de mensagens condenando essa atitude, mostrando desacordo com a forma e, sobretudo, o conteúdo dessa composição e expressando apoio ao meu nome.


São inúmeras defecções que já ocorreram do grupo deles e acreditamos que ocorrerão mais. Chamou-me especialmente a atenção a mensagem de áudio que tive conhecimento, em que um jovem advogado (cuja identidade quero preservar), que decepcionado com o que aconteceu, diz algo mais ou menos assim: “Rose acabou de ganhar mais um voto, o meu, viu. Como é que Inácio lança uma proposta e chega agora, desiste de tudo que ele pregou de renovação, se alia a Henri Clay e ainda cede a presidência a Henri Clay? Que renovação é essa?”. Essa mensagem singela, sincera e legítima resume o sentimento que toma conta da alma e dos corações de milhares de advogados. Eu fico feliz em representar a esperança para todos eles e para os demais.
 
 
BM – Essa composição poderia ter ocorrido com o seu grupo?
RM - Jamais. O grande drama de alguns nesse processo é que nós nunca topamos nos submeter às ordens de um chefe exterior à OAB/Sergipe para perpetuar quem quer que seja. Nosso compromisso não é o de perpetuar grupos, mas fazer da Ordem uma entidade autônoma, independente, apartidária, cujo compromisso principal é com os advogados sergipanos e a sociedade sergipana. Por isso, enfrentamos a oposição de uma pequena minoria dentro da própria entidade e injunções externas de quem nunca se conformou em não continuar mandando na OAB/Sergipe.
 

BM – O que a senhora gostaria de dizer aos advogados sergipanos?
RM - Quero dizer aos meus colegas advogados que esse episódio só fez reforçar em mim a crença nos ideais de luta dos advogados, só fez reforçar ainda mais meu compromisso com a causa dos advogados e da advocacia. Quero dizer aos meus pares que estou pronta para o embate. Aceito colocar meu nome para representar as causas de uma OAB autônoma, independente e apartidária, casa legítima e inquestionável dos advogados sergipanos e instituição guardiã dos valores da democracia, da justiça e da liberdade.  


Quero chamar meus colegas advogados a juntarem-se ao nosso grupo por esse perfil de OAB. Pedir aos mais experientes, os que já passaram pela entidade e já têm uma longa estrada, que me ajudem, me ensinem, compartilhem comigo seus conhecimentos. E dizer aos mais novos, aos jovens advogados, que nós podemos fazer diferente. Não precisamos reproduzir no nosso órgão de classe as velhas práticas que tanto condenamos. Não vamos deixar que a OAB sirva de instrumento nas mãos de quem não tem compromisso com os advogados, porque para nós a OAB é inegociável. Como dizem os versos imortalizados na voz de Elis, “o novo sempre vem”. Nós somos esse novo.

Comentários

  • Seja o(a) primeiro(a) a comentar!

Deixe seu comentário

Imagem de Segurança
* CAMPOS OBRIGATÓRIOS
Whatsapp

Receba notícias no seu Whatsapp.

Cadastre seu número agora mesmo!

Houve um erro ao enviar. Tente novamente mais tarde.
Seu número foi cadastrado com sucesso! Em breve você receberá nossas notícias.