"O PT é um partido com muito apoio popular no Brasil e em Sergipe", avalia Silvio Santos

Nesta entrevista concedida ao BLOG DO MAX/JORNAL DA CIDADE o presidente da Funcaju e dirigente do PT em Sergipe, Sílvio Santos, afirmou que os festejos juninos estão sendo organizados pela prefeitura e que as atrações e cachês das bandas serão compatíveis com as possibilidades financeiras do momento.

Sobre o PT, ele disse que não se pode descartar uma candidatura própria ao governo e destacou o nome de Rogério Carvalho, que vem aparecendo bem nas pesquisas.

Ele também fala que não há temor algum de que nomes do partido em Sergipe estejam nas manchetes envolvidos em nos casos de corrupção que vem sendo divulgados.

BLOG DO MAX – O PT está pensando mesmo em apresentar candidato ao governo do Estado? Rogério Carvalho seria esse nome? Há outros?
Sílvio Santos – Apesar de muitos afirmarem o contrário, o PT é um partido com muito apoio popular no Brasil e em Sergipe. Ainda esta semana vi na imprensa local uma pesquisa do IFP sobre as eleições em 2018 que coloca Lula em primeiro lugar para presidente da República em Sergipe, com mais de 53%, enquanto o segundo colocado tem apenas 9%. Nessa mesma pesquisa o ex-deputado Rogério Carvalho aparece para senador em empate técnico com importantes lideranças, como o governador Jackson Barreto, e outros. Então é óbvio que numa situação dessas não se pode descartar a possibilidade de termos candidatura própria ao governo do Estado. Rogério é o nome que o Partido dos Trabalhadores vem trabalhando para ser candidato majoritário, mas é claro que o partido tem outros nomes muito fortes.

BM – Uma parte do PT rejeita a aliança com o PMDB em 2018. Eles continuarão sendo minoria?
SS – Os cenários na política se alteram muito e muita coisa pode acontecer, mas hoje o PT opera num cenário de manutenção do bloco político que governa o Estado e a capital.

BM – O PT e o PMDB de Jackson estarão unidos em 2018?
SS - Mais do que o PMDB, Jackson Barreto é um aliado histórico. Desde o segundo turno da eleição presidencial de 1989 foram raras as eleições que não estivemos juntos. Hora Jackson liderando, hora o PT liderando. Portanto, a possibilidade de continuarmos juntos na próxima eleição é real.

BM – Em meio a tantas denúncias, o partido em Sergipe teme ver alguns dos seus nomes envolvidos em todas essas operações e processos?
SS - Não há temor algum. O PT atua no campo da política e historicamente nunca abriu mão do compromisso com a ética. Os erros individuais serão respondidos individualmente. O PT não pode ser vítima ou refém desses erros individuais.

BM – O prefeito Edvaldo Nogueira, pelo peso político conquistado, tem sido consultado nesse processo de debate pré-eleitoral?
SS – Claro. O prefeito Edvaldo é uma das principais lideranças do nosso bloco. Além de reconhecermos sua liderança, confiamos no seu compromisso programático com as bandeiras que defendemos. Nossos partidos atuam juntos defendendo as mesmas causas no campo institucional e nas lutas de massas nos movimentos sociais. Não tem como pensarmos um projeto político sem ouvi-lo.

BM– Como está a preparação para o São João em Aracaju? A programação não deveria estar pronta?
SS – Estamos trabalhando, buscando os meios, prospectando recursos para atendermos a determinação do prefeito Edvaldo de viabilizarmos esse evento que é símbolo da nossa cultura popular. É claro que vivemos um momento de muita adversidade, falta de recursos. Não bastasse a crise econômica que atinge a todos, nós herdamos da gestão do ex-prefeito João Alves uma situação de terra arrasada no campo das finanças e na estrutura organizacional da prefeitura. Isso tudo torna nossa tarefa muito mais difícil, mas estamos enfrentando essas adversidades e vamos vencê-las.

BM – O Forró Caju, se for mesmo anunciado, terá bandas ‘grandes’, de cachês altos? Qual será o tamanho da festa?
SS – Para nós, todos que se apresentarão nos palcos do Forró Caju, seja banda ou individual, serão grandes. Todos serão tratados com o mesmo respeito e status. Quanto aos cachês, serão compatíveis com suas dimensões mercadológicas e nossas possibilidades financeiras.

BM – A Prefeitura possui recursos para a festa? Há boatos de que a prefeitura depende de uma emenda? E se a verba não vier?
SS – Conforme já falei anteriormente, estamos prospectando recursos junto a outros entes, sejam governamentais ou da iniciativa privada. Não dependemos de uma única fonte. Estamos sim atuando para liberarmos emendas parlamentares, mas não é a única fonte que estamos buscando.

BM – A Funcaju tem produzido vários eventos e não está nadando em dinheiro. Como tem conseguido agitar a cena cultural sem recursos em caixa?
SS - Com muito trabalho, credibilidade, criatividade e total dedicação de todos os que fazem a Funcaju e a liderança e o compromisso histórico do nosso prefeito Edvaldo com a nossa cultura. São elementos fundamentais para enfrentarmos aquelas adversidades das quais falei antes. Tudo isso mais uma espetacular cumplicidade dos fazedores de cultura da nossa terra. As parcerias com a Secretaria de Cultura do Estado, universidades, movimentos culturais autônomos, etc, têm levado a um resultado bastante estimulante e promissor em relação à expectativa de que estamos dando um passo importante para um novo momento na cena cultural da nossa cidade.

BM – Aracaju é carente de eventos culturais. É possível mudar esse cenário, fazer com que o aracajuano saia de casa para ver mostras de cinema, exposições de arte...
SS – Sim. Esse é nosso objetivo. Estimular, incentivar e jogar luz em todas as formas de arte e levar para a sociedade uma agenda cultural que ofereça alternativas para atender os mais variados gostos e de forma mais constante. Trabalhar na formação de público e na valorização dos nossos artistas e oferecermos ao público uma programação cultural vasta e de qualidade.