Poder e Cotidiano em Sergipe
“O fogo amigo foi excessivo e desnecessário”, diz Fábio Mitidieri 1 de Fevereiro 20H:01

“O fogo amigo foi excessivo e desnecessário”, diz Fábio Mitidieri

Nesta conversa com o BLOG DO MAX/JORNAL DA CIDADE, o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) retoma o polêmico anúncio de apoio à pré-candidatura do PSB em Aracaju.


Ele reafirma que nada foi feito sem conversar com o governador Jackson Barreto (PMDB) e questiona o fato de não haver tanta polêmica com outros fatos políticos semelhantes.


O deputado ainda avaliou que a decisão do seu PSD dificulta um pouco os projetos de candidatura própria do PMDB e PSD e negou rompimento - mas parece ter deixado um recado: “Só quero quem me quer”.


BLOGO DO MAX - Passado a repercussão inicial, o senhor continua avaliando que o anúncio de apoio à candidatura do PSB em Aracaju foi feito no tempo certo? Houve precipitação?

Fábio Mitidieri - Claro. A repercussão foi natural e esperada. Somos dois partidos fortes que se uniram e isso sempre gera comentários. Mas nada foi feito sem conversar com o Governador Jackson Barreto. Sempre fomos muito corretos e fiéis ao nosso agrupamento.


BM -
O senhor esperava tanta repercussão, após o anúncio? Qual o motivo de tanta polêmica?
FM – Tenho que esclarecer que nós não lançamos candidatura, nós apenas declaramos apoio à uma pré-candidatura. O deputado Laércio Oliveira, por exemplo, anunciou apoio a João Alves desde o ano passado e seu agrupamento não teve a mesma reação, não fez carta de repúdio, não chamou de precipitado e nem de traição. Apenas respeitou e tratou com naturalidade. O "fogo amigo" foi excessivo e desnecessário. O PSD não é adversário, é aliado. Portanto, nos tratem desta forma que fica tudo bem.


BM - Muitos consideraram a antecipação deste anúncio um ato de "traição" ao governador, já que ele havia dito que só iria discutir eleições após o carnaval. Como o senhor avalia isso?
FM - Isso não existe. Jackson é nosso líder maior e sempre agimos de forma transparente com ele. Quem conhece os Mitidieri sabe que lealdade é nossa marca. Jackson continuará coordenando o processo sucessório no nosso agrupamento.


BM – Mas Almeida Lima chegou a dizer que o ato foi "praticamente um rompimento" com o governador. Foi mesmo?
FM - O ato foi impactante pela força dos dois partidos. E eu entendo que mexeu com alguns interesses divergentes. O PMDB e o PC do B também pretendem ter candidatos e nossa decisão dificulta um pouco mais esses projetos. Quanto ao rompimento, da nossa parte isso não existe, mas deixo claro que eu só quero quem me quer. O PSD sabe seu valor.


BM - O PSB e o PSD estão conversando com outras lideranças partidárias, buscando mais apoios?

FM - Constantemente. Isso é natural e faz parte do processo. Estamos conversando com todos, inclusive com membros do PMDB que entendem que o partido não pode querer ter tudo. Nós optamos por apoiar o Dep. Valadares Filho e vamos às ruas defender esse projeto. Como disse meu pai, o Dep. Luiz Mitidieri, no dia do anúncio, "Não iremos apenas apoiar, nós iremos trabalhar pela vitória".


BM - Sua pré-candidatura ao Senado federal está mesmo definida? O senhor já está trabalhando isso? O apoio a Valadares Filho foi parte da sua articulação?

FM - Candidatura majoritária não se define sozinha, ela nasce do apoio dos partidos aliados. Tenho dito e defendido que o PSD demonstrou sua força nas urnas e que fez por onde merecer uma vaga na majoritária. Se esse for o entendimento dos aliados, meu nome está sim à disposição para o Senado. E já venho conversando e trabalhando isso com nossas lideranças. O PSB é um partido importante da base aliada e no momento certo iremos procurá-lo para pedir seu apoio. Mas agora, estamos falando em eleições municipais e nosso foco é recolocar Aracaju no caminho do desenvolvimento, da geração de emprego e renda.


BM - PSB e PSD podem mudar de lado e integrar a chapa do prefeito João Alves Filho?

FM - Falo pelo meu partido. O PSD não! Eu sou pela renovação na política. Renovar não apenas a idade mas a mentalidade. Queremos o novo, de um jeito novo!


BM - Já houve conversas com demais membros do PSD sobre o apoio a Valadares Filho? Jeferson Andrade, Ivaldo José e outros já se definiram?

FM - Sim, tivemos e eu respeito a decisão do Dep. Jeferson em esperar o Governador para definir o seu apoio pessoal. Isso não muda em nada a nossa amizade e parceria política e nem afeta a decisão do diretório municipal de Aracaju. O PSD é um partido diferente, que permite o debate, a discordância (desde que respeitosa). De forma majoritária, nossos pré-candidatos a vereador aprovaram a escolha por Valadares Filho como nosso pré-candidato a prefeito.


BM - Como o senhor avalia a gestão do prefeito João Alves Filho? Qual a maior deficiência?
FM - Essa semana dr. João disse que sou fofoqueiro. [Risos]. Deve ser porque contei para os aracajuanos os desmandos da sua gestão. No primeiro mês de mandato, João criou 400 cargos comissionados, 4 secretarias e aumentou o valor dos cargos comissionados ao ponto de um secretário adjunto do município receber mais que um secretário de Estado. Depois não suportou, obviamente, e teve que sair fazendo cortes.
João criou a taxa de iluminação pública, elevou o IPTU e teve a coragem de dizer que o "IPTU não subiu, sua casa é que vale mais". João prometeu resolver os problemas da saúde em seis meses e todos nós estamos vendo o que está acontecendo em Aracaju. O BRT nem eu e nem ninguém conseguiu enxergar. Só João quem viu! É por isso e muito mais que entendo que precisamos renovar.


BM - Como foi o seu trabalho na Câmara Federal em 2015? quais os destaques?
FM - Apesar de ter sido meu primeiro ano, procurei me destacar apresentando 20 projetos de Lei, 25 relatorias e mais de 40 requerimentos. Fiz parte de 12 Comissões e duas CPIs. Também procurei dar assistência constante aos nossos prefeitos em Brasília nas visitas aos Ministérios, em especial, ao Ministério das Cidades, devido à nossa relação de amizade com o Ministro Kassab.


BM - O Congresso deve votar o impeachment da presidente Dilma Roussef agora no retorno dos trabalhos. O senhor já tem posicionamento sobre isso?

FM - Sempre deixei claro que sou contra o impeachment. Isso não é coisa que se brinque, estamos numa democracia e a presidenta Dilma foi eleita democraticamente. Não podemos condená-la apenas porque estou com raiva do cenário econômico. Não existe nenhuma denúncia contra ela e as tais pedaladas não são motivos pra um impeachment. Essa prática sempre ocorreu em todos os governos e nunca vi nenhum presidente ser cassado por isso. Eu também estou muito insatisfeito com a economia e com os rumos do Brasil mas a vontade das urnas deve sempre ser respeitada.


BM - Ao condicionar apoio em Aracaju ao apoio ao deputado Jony em Socorro, o pastor Heleno está fazendo pior do que o PSD, que apenas anunciou apoio a um aliado sem exigir nem mesmo a vice?

FM - Heleno está no seu papel de líder do PRB mas o interessante é que não houve reação. Mas vamos aguardar, pode ser que chegue uma carta ou uma nota do PMDB reclamando, como fizeram conosco.


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