Poder e Cotidiano em Sergipe
MÁRCIO MACÊDO: “A administração de João Alves é uma tragédia” 22 de Dezembro 16H:45

MÁRCIO MACÊDO: “A administração de João Alves é uma tragédia”

Para o deputado federal Márcio Macêdo (PT), a administração de João Alves Filho (DEM) na Prefeitura de Aracaju é um desastre. Segundo ele, quem anda pela cidade percebe que a qualidade dos serviços públicos caíram. Nesta conversa com o BLOG DO MAX / JORNAL DA CIDADE Márcio também comentou as disputas internas do seu partido. Ele disse que o consenso tem que ser fruto do convencimento, não da força, e ressalta a necessidade de diálogo para geração da unidade no partido. Ele também quer que o PT apresente um pré-candidato à prefeitura da capital.

BLOG DO MAX - O PT em Sergipe vai continuar dividido? Parece não haver possibilidade de entendimento entre os setores que compõem o partido.
MÁRCIO MACÊDO -
Sempre defendi a unidade e continuarei defendendo. Penso que, neste momento da história, mais do que nunca, a unidade é uma questão de sobrevivência para o PT. Contudo, a unidade só será uma realidade com diálogo, respeito e construção de consensos. Parafraseando Gramsci, o consenso tem que ser fruto do convencimento, não da força.


BM - O PT foi o único partido aliado ao governador Jackson Barreto cujo presidente foi à imprensa dizer que era o único credenciado a discutir cargos no próximo governo. O que o senhor achou deste comportamento?
MM –
Penso que a imprensa não é melhor local para debater esse assunto. É natural que quem ajudou a ganhar, ajude a governar. O Partido dos Trabalhadores tem capital político e base social para reivindicar participação no governo. Entretanto, o tempo e o espaço de construção deste debate são prerrogativas do governador, legitimado pelas urnas e preconizado pela Constituição. Além do mais, o PT não tem centralismo democrático. Respeitamos as instâncias, suas deliberações, mas é imperativo que se ouça todas as forças políticas que compõem o Partido.


BM - O presidente do PT pretende não ceder espaços do partido a pessoas que não são ligadas à corrente dele? Há hoje uma intenção de deixar Eliane Aquino, Márcio Macêdo, Silvio Santos e outros nomes longe de cargos públicos cuja indicação caibam ao PT?
MM -
Eu não acredito que esteja acontecendo isso. O PT hoje tem a seguinte configuração: 40% do partido é da corrente liderada pelo presidente do PT; 40% pela corrente da qual faço parte; 16% pela Articulação de Esquerda e 4% pela Movimento PT. Nesse cenário, nenhuma dessas forças políticas pode ser desconsiderada.


BM - O PT vai apresentar nomes para disputar a prefeitura de Aracaju em 2016 e o governo do estado, em 2018? O partido pode apoiar nomes de fora da sigla?
MM -
Irei defender nas instâncias partidárias, no momento adequado que, em 2016, o PT apresente um pré-candidato a prefeito de Aracaju ao conjunto dos partidos da base aliada, hoje liderada pelo governador Jackson Barreto. 2018 está muito distante. Qualquer avaliação agora será precipitada. Muita água ainda passará por debaixo dessa ponte.


BM - O PT perdeu cadeiras no Congresso Nacional. Como será a conversa com os partidos, neste segundo mandato?
MM -
O PT é a maior bancada na Câmara dos Deputados, mas isso, por si só, não dá à presidenta, num modelo de presidencialismo de coalizão, a tranquilidade necessária para governar. Portanto, exigirá do partido a capacidade de ampliar e consolidar uma base aliada suficientemente capaz de ajudar a presidenta a implementar o programa de governo vitorioso nas urnas.


BM - Que avaliação o senhor faz do seu mandato? Alcançou os objetivos traçados no início?
MM -
Estou com o coração em paz e a consciência tranquila de que cumpri a minha missão. Me despeço do cargo de deputado federal, orgulhoso por nesses quatro anos ter me dedicado a ajudar a construir o nosso Brasil e o Estado de Sergipe em lugares mais fortes, justos e desenvolvidos, apoiado nas políticas sociais do Governo da presidenta Dilma, do ex-governador Marcelo Déda e do atual governador Jackson Barreto. Como parlamentar, estive presente nos grandes debates nacionais, com a PEC das domésticas e a PEC do Trabalho Escravo, o Estatuto da Juventude, a divisão dos recursos do pré-sal para saúde educação, o Marco Civil da Internet e o refinanciamento das dívidas dos municípios, cuja discussão teve minha participação de forma intensa. Desenvolvi funções importantes, como a presidência e relatoria da Comissão Mista de Mudanças Climáticas e a vice-presidência da bancada do PT. Apresentei 45 Projetos de Lei, 10 Indicações, uma PEC, 34 requerimentos, totalizando 90 proposições que irão beneficiar o cidadão brasileiro. Nestes quatro anos de mandato, as emendas que apresentei ao orçamento e as que foram empenhadas totalizam um valor de R$ 71.3 milhões. Como disse São Paulo, "combati o bom combate".


BM – O que fica de mais marcante da passagem de Márcio Macêdo pela Câmara?
MM -
Em primeiro lugar procurei deixar um legado de um deputado ético, honesto e compromissado com os valores da democracia, da justiça, da igualdade social e do desenvolvimento com sustentabilidade. Procurei incluir Sergipe nos grandes temas nacionais. E por fim, me tornei um operário na luta para angariar recursos e investimentos para o nosso Estado.


BM - Qual as projeções que o senhor faz para o futuro? Retornará à pasta do Meio Ambiente, assumirá um cargo em âmbito federal...?
MM -
Neste momento estou concentrado em fechar um ciclo da minha vida, concluindo o meu mandato e o futuro a Deus pertence.


BM – O que senhor tem a dizer do recente escândalo que envolve a Petrobras? Qual a responsabilidade do PT e como superar essa situação?
MM -
Sinto uma grande tristeza ao constatar que os desvios têm acontecido à Petrobras ao longo de décadas. Esses desvios foram realizados por técnicos que, uma vez em posições-chave, usaram os recursos da empresa para o benefício próprio. É estarrecedor constatar que executivos das prestadoras de serviços roubaram de suas próprias empresas. Espero que as leis sejam cumpridas e os culpados sejam punidos exemplarmente. A minha preocupação é a de que a forma açodada como tem sido tratado o tema sirva de cortina de fumaça para colocar em xeque o conteúdo e o interesse nacional da empresa, como a oposição tem feito. A direita usa o tema para requentar a tese da privatização e da apropriação das riquezas do pré-sal pelo capital estrangeiro. Essa sim é uma posição irresponsável e duvidosa.


BM – Deputado, o senhor acompanhou o pacote de reajustes apresentado pelo prefeito João Alves Filho, que repercutiu no aumento da tarifa de ônibus e do IPTU? Esses aumentos eram necessários?
MM –
Acho uma tragédia a administração de João Alves Filho. Quem roda a cidade e presta a atenção percebe como os serviços públicos caíram e a administração tem sido sofrível em relação às políticas públicas e ao conjunto da população. E para finalizar o ano, ele dá esse presente de grego para o povo com aumento da passagem e do IPTU.

Comentários

  • Seja o(a) primeiro(a) a comentar!

Deixe seu comentário

Imagem de Segurança
* CAMPOS OBRIGATÓRIOS
Whatsapp

Receba notícias no seu Whatsapp.

Cadastre seu número agora mesmo!

Houve um erro ao enviar. Tente novamente mais tarde.
Seu número foi cadastrado com sucesso! Em breve você receberá nossas notícias.