Poder e Cotidiano em Sergipe
Governo vai usar dinheiro da repatriação para pagar fornecedores 11 de Novembro 19H:28

Governo vai usar dinheiro da repatriação para pagar fornecedores

O secretário de Estado da Fazenda, Jeferson Passos, informou ontem que o Governo vai utilizar os recursos arrecadados através do Programa de Repatriação de Ativos para pagar aos fornecedores. Sergipe recebeu ontem cerca de R$ 157 milhões, encaminhados juntamente com os repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE).

 

A informação foi dada durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), onde ele apresentou o desempenho das finanças estaduais no segundo quadrimestre de 2016.



Jeferson revelou o destino dos recursos ao ser indagado pelo deputado estadual Georgeo Passos (PTC), que sugeriu a utilização do dinheito para o pagamento do 13º dos funcionários públicos do estado. O secretário descartou essa possibilidade, pois, segundo ele, o Estado vai priorizar o pagamento de fornecedores. “Não tem somente o pagamento da folha. É preciso pagar os fornecedores, pois, do contrário, teremos um agravamento dos serviços públicos. E a nossa preocupação é a continuidade dos serviços que serão prestados para a sociedade”, afirmou o secretário.

Números
Jeferson revelou que de maio a agosto deste ano o estado teve uma receita de R$ 4,85 bilhões – o que significa uma queda de R$ 19,5 milhões em comparação ao mesmo período do ano passado (retração de 0,4%). O percentual de redução das receitas chega a 8,6%, sem descontar o IPCA.



Passos disse que o Estado teve em 2016 o mesmo comportamento de 2015, ano em que a crise econômica também influenciou os números. Uma das principais fontes de receita, as transferências correntes, onde se inserem recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), registrou queda de R$ 8,9 milhões no quadrimestre, uma diminuição de 0,4% (ou -8,6%, sem o IPCA). As receitas de capital, apontou o secretário, tiveram uma queda de R$ 96,6 milhões, uma redução expressiva: 55%.

 

Por conta desta diferença de quantia da receita e despesa, o 13º salário dos servidores do Estado está comprometido. Mas, a solução encontrada pelo Governo foi de parcelar e disponibilizar uma linha de crédito de empréstimo no Banese com encargos já inclusos. Segundo informações da Secretaria da Fazenda, essa medida é opcional e o servidor só pega se quiser.



Queda no FPE
A queda no repasse de receitas, explicou Jeferson Passos, fez com que o Tesouro Estadual tivesse um desempenho ruim. O Fundo de Participação dos Estados (FPE) sofreu variações negativas durante todo o ano. Já no primeiro repasse, em janeiro, houve uma retração de 12,7%, comparado com 2015. O percentual representa R$ 41 milhões a menos. Em fevereiro houve um crescimento de 6,9% no repasse do fundo, mas houve registro de saldo negativo nos dois meses seguintes.

 

ICMS
A arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) teve desempenho melhor que o FPE. Este ano foram arrecadados R$ 2,09 bilhões de janeiro a setembro. Em apenas dois meses do período houve queda em comparação com 2015.



Os números apresentados, segundo o secretário, têm chegado aos cofres sem repor a inflação do período e causado sobressaltos no orçamento planejado. As despesas correntes têm crescido e atingiram o patamar de R$ 4,4 bilhões no quadrimestre, um aumento de R$ 111,9 milhões se comparado ao mesmo quadrimestre de 2015. Um crescimento de 2,6% (-5,9% sem o IPCA).



Pessoal
Na composição de despesas, citou o secretário, o Estado atualmente gasta 64% com pessoal e encargos sociais e 24% com despesas de custeio. 5% são destinados à amortização e encargos com a dívida.



O maior problema, assegurou Jeferson Passos, continua sendo com as despesas previdenciárias, com um rombo que chega a R$ 504,6 milhões, maior do que o registrado no segundo quadrimestre de 2015, que foi de R$ 437 milhões. O aumento nas despesas, até agora, é de 15,5%. Já s receitas previdenciárias cresceram apenas 3,9%.



Limite prudencial
As despesas com pessoal ultrapassaram 0,04% do limite prudencial em agosto, com aplicação de 57,04% (o limite prudencial é de 57% e o limite máximo é de 60%). O Poder Executivo, cujo limite prudencial é de 46,55%, está com despesas na casa dos 47,12%, abaixo do limite máximo permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é de 49%.

 

Poder Legislativo (Assembleia e Tribunal de Contas) está com 2,82%, abaixo do prudencial e do limite máximo. Ministério Público 1,61% (limites de 1,90% e 2,00%) e Tribunal de Justiça com 5,49% (limites de 5,70% e 6,00%).



Obras paradas
Em Sergipe, destacou o secretário ao responder a questionamentos feitos pelo deputado Georgeo Passos e Ana Lúcia sobre investimentos e pagamentos de fornecedores, a recessão se aprofundou, mas os Estados tiveram que cumprir com as obrigações constitucionais dos repasses obrigatórios. Sem dinheiro suficiente, esclarece Passos, nem tudo pode ser honrado.



“Diversos convênios e obras foram suspensas por falta de recursos, a exemplo do Centro de Convenções, (serviço) que não teve repasse do Ministério do Turismo. Mas a situação está sendo normalizada”, assegurou. Jeferson disse ainda que o Estado atrasou o repasse de duodécimo dos Poderes e dos precatórios.



“Estamos negociando com a Justiça para evitar problemas”, salientou. O secretário disse ainda que muitos compromissos serão retomados a partir do repasse do dinheiro da repatriação (recursos federais), a exemplo do transporte escolar e convênios da Saúde.


Participaram da audiência os deputados Francisco Gualberto, Georgeo Passos, Maria Mendonça, Zezinho Guimarães, Jairo de Glória, Goreti Reis, Luciano Pimentel e Ana Lúcia.

 

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Comentários

  • Seja o(a) primeiro(a) a comentar!

Deixe seu comentário

Imagem de Segurança
* CAMPOS OBRIGATÓRIOS
Whatsapp

Receba notícias no seu Whatsapp.

Cadastre seu número agora mesmo!

Houve um erro ao enviar. Tente novamente mais tarde.
Seu número foi cadastrado com sucesso! Em breve você receberá nossas notícias.