Poder e Cotidiano em Sergipe
ENTREVISTA – VINÍCIUS PORTO: “João não vai ficar em cima do muro” 26 de Maio 16H:02

ENTREVISTA – VINÍCIUS PORTO: “João não vai ficar em cima do muro”

Prefeito interino de Aracaju, Vinícius diz que "Chance de aliança do DEM com o PT é zero” e garante:
“Na Câmara de Aracaju não há clima para aumento da passagem”


Por MAX AUGUSTO

Com a viagem do prefeito João Alves Filho (DEM) a Londres, neste sábado (dia 24), o presidente da Câmara de Vereadores, Vinícius Porto (DEM), assume a Prefeitura de Aracaju. Nesta entrevista ao BLOG DO MAX - JORNAL DA CIDADE Vinícius considera pouco provável uma aliança entre DEM e PT. Ainda assim ele não fecha as portas para o apoio à reeleição do governador Jackson Barreto (PMDB). Sobre a decisão de João Alves, Vinícius acha que ele só deve anunciar durante as convenções, que seria o período mais indicado. Ele também tem certeza que João não ficará em cima do muro: vai apoiar alguém para o governo. Na conversa ele também afirma que não vê clima na Câmara para a aprovação de outro aumento na tarifa do transporte coletivo. Leia a seguir:



BLOG DO MAX - O senhor volta a tomar posse na Prefeitura de Aracaju neste sábado. Quais são seus planos para os próximos dez dias?
VINÍCIUS PORTO –
Será uma solenidade rápida e simples, no aeroporto. O prefeito vai a Londres para participar de um simpósio sobre PPP, ele quer trazer isso para a cidade e vai verificar essa experiência. Serão cerca de dez dias. O planejamento é dar continuidade a tudo o que está acontecendo na Prefeitura. Esta semana acontecerão algumas reuniões e como prefeito, estarei participando de tudo, acompanhando passo a passo o trabalho das secretarias. Vou ouvir a população nos bairros, vou estar presente em todas as ações da Prefeitura.

BM - Quando é que o prefeito João Alves decidirá seu apoio na eleição do próximo ano? Ele já avisou aos aliados quando vai se definir? Há hoje uma impaciência dos aliados, para saber essa resposta?
VP –
Primeiro houve o questionamento se o prefeito seria candidato ou não a governador. Agora vem o segundo ponto: quem ele deverá apoiar. Com certeza absoluta ele deverá apoiar alguém, não deverá ficar em cima do muro. Nunca ficou e não ficará agora. Quem estiver pensando como nós estamos, em reeleger a senadora Maria do Carmo e eleger o nosso candidato a presidente, Aécio Neves, será o nossos candidato a governador, não tenho dúvidas nenhuma disso.

BM – A prioridade então será reeleger Maria do Carmo?
VP –
O partido possivelmente não terá candidato a governador e teremos um candidato fortíssimo ao senado, Maria do Carmo, que está liderando todas as pesquisas, com grande vantagem em relação ao segundo colocado. Mas nós temos os pés no chão e sabemos das dificuldades que ocorrem em todas as eleições. Aqueles partidos que forem se somar para elegermos Maria do Carmo e Aécio Neves, será o grupo que nós estaremos ao lado. Não podemos descartar assim o governador Jackson Barreto, que é do PMDB e poderá tomar a decisão de apoiar Aécio Neves. Não descartamos o PSC, que em nível federal está caminhando para se unir a Aécio Neves. E o senador Valadares, pois apesar de o PSB ter candidato a presidente da república, eles não estão criando problemas com as coligações estaduais.

BM - Então nenhum destes caminhos está fechado hoje?
VP –
Eu acho que o momento de anunciar isso é o momento das convenções. No próximo mês de junho, a partir do dia 10, é que se inicia o período das convenções.

BM – Mas João tem dito aos seus aliados quando vai anunciar seu posicionamento? Será apenas nas convenções mesmo?
VP –
Acho que o momento ideal para anunciar o apoio é nas convenções. A preocupação do prefeito agora é com os problemas da cidade. Para que essa definição agora? Os jogadores não foram colocados na mesa, sabemos do reforço que o candidato a governador tiver no momento em que João anunciar seu apoio. O jogo está aberto, não vejo ninguém na frente de ninguém e as definições vão ser realizadas no momento das convenções.

BM – E o partido está discutindo isso?
VP –
Houve uma discussão no momento em que ele definiu não sair candidato a governador. Estão existindo algumas reuniões do prefeito com líderes políticos, mas o partido confia muito na decisão que for tomada pelo prefeito e vai segui-lo.

BM – Então o senhor considera inviável uma aliança que agrupe DEM e PT?
VP –
Eu acho que é muito pouco provável que nós possamos nos unir ao PT. Acho que a chance é praticamente zero. Nós sempre pensamos diferente do PT. Tem partidários do PT que não gostam do Democratas e tem partidários do Democratas que não gostam da forma como o PT age no país. Então eu acho que nós temos horizontes completamente diferentes. O PMDB já é diferente, faz parte de um grupo que em alguns estados o Democratas é aliado do PMDB. O PMDB é aliado do PSDB, em alguns lugares. Mas nunca aconteceu aqui de o DEM está junto do PT.

BM - O DEM pode apoiar um candidato do PSDB ao governo?
VP –
Eu vejo que agora, neste momento, que poderemos ter três prováveis candidatos a governador, não quatro. Vejo que poderá haver a terceira via, e isso tem que ser avaliado com cuidado. Mas o mais importante que vejo é a decisão do DEM, em fazer a opção pelo grupo político que pensa como nós pensamos e onde a gente consiga eleger nossa senadora.

BM – Qual está sendo a sua marca na gestão da Câmara Municipal de Aracaju?
VP –
Nos últimos anos houve uma gestão muito competente na Câmara, que foi a de Emmanuel Nascimento. Estamos agora ampliando, melhorando cada vez mais o sistema de acesso às informações para o público aracajuano, informatizando a Câmara toda. Tivemos oportunidade de deixar cada vereador com sue terminal próprio, estamos digitalizando todo o material da Câmara. Em reunião com o Tribunal de Justiça o presidente falou de uma dificuldade grande em ter conhecimento das leis municipais. Então estamos digitalizando todas as leis, para facilitar o acesso a eles, que já estão disponibilizadas no site.

BM - O vereador Gonzaga cobrou recentemente essa digitalização das leis. Em que pé isso está hoje, exatamente?
VP –
Hoje é possível pesquisar por assuntos ou temas, no site da Câmara. Isso está sendo feito, antes você não poderia fazer pesquisa por palavra, hoje nós estamos buscar essa maior facilidade para a pesquisa. Temos no arquivo um quarto enorme, com vários documentos. Não é simples, não vamos conseguir do dia para a noite, espero que até o final do ano a gente tenha tudo isso digitalizado.

BM - Quando entra em funcionamento a rádio e a TV da Câmara?
VP –
Estamos encaminhando o processo final do canal de televisão 24 horas da Câmara, que será um ganho fantástico. São duas vertentes, a TV aberta e a fechada. Em relação à aberta, acredito que ainda este ano nós já tenhamos a TV aberta aqui, para todo o público sergipano. E ainda este semestre, teremos o canal fechado, 24 horas, com programação da Câmara. Vamos ter programas locais, documentários, transmissão ao vivo das sessões, programas de debates. É um sonho nosso ter um canal exclusivo para os vereadores.

BM - Quando será construída a nova sede da Câmara?
VP -
A Câmara não tem condições de construir com recursos próprios. Nós tínhamos uma área, doada pelo então governador Albano Franco, mas não foi aprovada. conseguimos com o prefeito João Alves outra área muito boa, na Coroa do Meio. Já estamos fazendo o projeto, para entregar ao prefeito e apelar para que ele e governador possam nos ajudar na construção da nossa sede.

BM – Como ficará o funcionamento da Câmara no período eleitoral? O senhor teme que os trabalhos sejam prejudicados?
VP –
Na eleição passada a Câmara funcionava pela tarde, o que quebrava o dia do candidato. Mas as sessões estão sendo realizadas pela manhã, à tarde e noite são os horários para os vereadores que estiverem na campanha trabalharem. Somos eleitos para nos dedicarmos diariamente à Câmara. Discuto bastante que o Brasil não suporta eleição de dois em dois anos, acho que deveria haver mudanças, para que o país não pare a cada dois anos. Isso prejudica, mas estaremos atentos e tenho certeza que há um comprometimento deste grupo de vereadores e passaremos esse período sem problemas.

BM - O senhor avalia ter apresentado algum projeto relevante, este ano?
VP –
Fizemos um choque de gestão na parte administrativa, valorizando o servidor efetivo. Os servidores também estão tendo acesso a um plano de saúde. Foi nosso o projeto, aprovado por unanimidade, que acabou com as votações secretas. Hoje todas as votações na Câmara são abertas. Fomos eleitos pelo povo e porque esconder algumas votações do povo? Temos que abrir, para que o povo possa avaliar todos os vereadores. Sempre existiu o questionamento porque determinadas votações eram fechadas.

BM - A Câmara deve votar mais um aumento na tarifa do transporte público, este ano?
VP –
Já conversei com setores da prefeitura e não vejo clima para o aumento de passagem, não chegou a esta casa nenhuma discussão sobre aumento de passagem, então eu acho pouco provável que haja aumento de passagem este ano na cidade de Aracaju. O pleito dos empresários é natural, mas cabe a prefeitura analisar a necessidade disso. Na Câmara, isso não está sendo discutido.

Comentários

  • Seja o(a) primeiro(a) a comentar!

Deixe seu comentário

Imagem de Segurança
* CAMPOS OBRIGATÓRIOS
Whatsapp

Receba notícias no seu Whatsapp.

Cadastre seu número agora mesmo!

Houve um erro ao enviar. Tente novamente mais tarde.
Seu número foi cadastrado com sucesso! Em breve você receberá nossas notícias.