Por MAX AUGUSTO
Líder do PSC na Câmara Federal e presidente do Diretório Estadual do partido em Sergipe, o deputado André Moura, fala nesta entrevista sobre o momento político no estado e as possíveis alianças a serem fechadas, com a aproximação das convenções partidárias, previstas para ocorrerem até o final de junho, segundo o calendário eleitoral. Para ele, o momento é de namoro político. O parlamentar traça ainda um perfil do que julga ser o diferencial político e administrativo, para convencer a população das vantagens de eleger os candidatos do seu grupamento. Leia a seguir a conversa com o BLOG do MAX / JORNAL DA CIDADE.
BLOG DO MAX – Quando o PSC terá os nomes dos partidos que devem apoiar a pré-candidatura de Eduardo Amorim ao governo?
André Moura – Imagino que essa seja a maior preocupação dos nossos adversários! [risos] Olha, o momento é de muita conversa, de namoro político. Cada dia com sua agonia, não é mesmo? Não tem aquele ditado que diz que apressado come cru ou queima a boca? Então, estamos no nosso “timing”. Teremos essa resposta no momento certo. Nem antes, nem depois. O que posso garantir é que será o maior arco de alianças da história recente da política de Sergipe em torno do nome do nosso candidato, o senador Eduardo Amorim.
BM – Hoje parece que todos os partidos conversam com todos, sobre coligações. O que o PSC tem a oferecer, para agregar novos aliados?
AM – Conversar faz parte da política, é algo inerente ao político. Sem conversar fica impossível até fazer política. Mas em termos práticos, o que estamos oferecendo para conquistar aliados é um conjunto de novas ideias, centradas num novo modo de fazer política e de governar. O PSC é o partido da nova política, das novas Ideias. O partido tem feito estudos técnicos para promover uma ampla reforma na gestão pública de Sergipe. O senador Eduardo Amorim já visitou e tem agendada inúmeras visitas aos estados e cidades onde políticas públicas modernas estão mudando para melhor o cenário da saúde, da educação, da segurança e do desenvolvimento sustentável. São experiências de projetos bem-sucedidos que ele incorpora ao seu programa de governo.
JC – Como estão as conversas com o PSB? É possível uma coligação com o senador Valadares, mesmo após as críticas fortes que ele fez ao grupo do senador Amorim? Valadares chegou a falar, diversas vezes, sobre a influência do poder econômico, por exemplo.
AM – Claro que estamos conversando, mas neste momento opto pelo ditado que diz ser o silêncio a alma da política. Agora, veja bem, as críticas que porventura tenham sido feitas pelo senador Valadares ou por qualquer outro possível aliado do nosso grupo, foram feitas no plano político, o que é normal quando se está em campos opostos. Mas sempre nos relacionamos de maneira respeitosa com o PSB. Aliás, se crítica impedisse aliança, a política, no sentido mais amplo da palavra, nem existiria. Divergir faz parte e não é um elemento impedidor de composições. Nunca foi e não será...
JC – O que seria essa “nova política” que o PSC pretende implantar, em caso de vitória eleitoral?
AM – Primeiramente, uma observação: existe um consenso popular que Sergipe não poderá crescer de verdade e avançar rumo ao desenvolvimento sustentável enquanto a velha política que hoje comanda o governo prevalecer. Temos hoje um modelo de gestão pública falido e uma prática política superada, que caducou com o tempo e atrasa o nosso desenvolvimento econômico e social. Quando dizemos que o PSC é o partido da nova política, das novas ideias, não é um bordão de campanha eleitoral. Trata-se de um projeto de gestão que prioriza concretamente as pessoas, suas necessidades e anseios. Deu certo em outros estados e dará certo em Sergipe, com gente nova no comando e uma nova forma de governar.
JC – Do jeito que o senhor fala parece que vivemos no pior dos Estados...
AM – Basta ver as notícias para saber que tem muita coisa errada que gera esse descontentamento da população. É fácil entender as razões de tanta decepção e indignação popular. Os serviços estaduais de saúde, educação e segurança são, atualmente, os piores que Sergipe já teve em toda a sua história. Agora mesmo, o Mapa da Violência aponta Sergipe como o sexto estado mais violento do Brasil. É mais fácil ser assassinado aqui do que em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Não há planejamento governamental, tudo é tocado na base da improvisação. Esse governo perdeu complemente o rumo, gasta demais e se endividou além da conta. O Estado ainda não quebrou porque os nossos servidores públicos estão há quase três anos e meio sem reajuste – mesmo mal remunerados e mal tratados – seguram as rédeas e mantêm a máquina funcionando.
JC – E qual seria a saída, então?
AM – Lutar contra essa política atrasada, clientelista e inoperante. Nosso projeto de governo propõe promover uma mudança substancial na forma de governar e de fazer política em Sergipe. Queremos ver implantadas em nosso estado políticas que deram certo noutros locais, aqui mesmo no Brasil, e que se baseiam em premissas clássicas como zelo com a coisa pública, planejamento estratégico, educação voltada para gerar emprego e renda etc. Mas não é só isso. Queremos restabelecer especialmente a autoestima que a nossa gente perdeu e que atualmente força essa alta dose de indignação. Estamos reunidos em torno de ideias e não de interesses localizados. Um governo só funciona de verdade com um modelo de gestão eficiente, que assegura à população serviços de qualidade, que trabalha em busca do desenvolvimento econômico com responsabilidade social e ambiental, para poder, objetivamente, erradicar a miséria, ajudar ainda mais os mais pobres, gerar mais emprego e renda para todos, e criar mais oportunidades para os nossos jovens.
JC – Temos aqui uma prévia do discurso de campanha?
AM – Eu diria que são fundamentos para a formulação do nosso Plano de Governo. Começamos essa construção em 2013 com o PSC Jovem fazendo uma grande maratona em todo o estado, promovendo reuniões e debates sobre temas de interesse público, que foram transformados em propostas. Por sua vez, o PSC Mulher recolheu sugestões e opiniões de pessoas comuns nas feiras do interior e nos bairros de Aracaju. Fizemos seminários e palestras com estudantes, professores, sindicatos patronais e de trabalhadores, associações comunitárias e movimentos sociais. Todo esse material – também recolhido via internet, no site do partido – foi entregue a um grupo de trabalho composto de técnicos especializados em planejamento e administração pública, que produziu o documento “Pra Seu Governo”, um programa de governo que representa realmente mudança e renovação no modelo de gestão pública e na ação política em nosso estado. Até 30 de junho teremos esse documento pronto para apresentação em nossa convenção e, durante toda a campanha eleitoral, discutiremos com a sociedade como pretendemos concretizar essas ideias e projetos.
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