Por MAX AUGUSTO
Nesta entrevista concedida ao BLOG DO MAX / JORNAL DA CIDADE o presidente do diretório aracajuano do PSB, Elber Batalha Filho, confirmou que o objetivo principal da sigla em Sergipe é apresentar candidatura própria ao Governo do Estado. Para isso, já contaria com o apoio de outras cinco agremiações. Elber, que ratificou sua pré-candidatura a deputado estadual, avaliou que a indefinição geral no quadro político tira o sono dos pré-candidatos a cargos proporcionais. Ele também disse que não existem problemas quanto a palanques duplos em Sergipe, para presidente, e avaliou que Eduardo Campos deverá ser bem votado no estado.
JORNAL DA CIDADE - O foco do PSB hoje é apresentar candidatura própria ao Governo do Estado?
Elber Batalha - Sim, esse é o nosso projeto prioritário para as eleições desse ano. O PSB é hoje um partido lembrado pela população em todas as pesquisas, terá a melhor chapa concorrendo à Presidência da República, com Eduardo Campos e Marina Silva, e em Sergipe tem como grande líder da nossa agremiação o Senador Antônio Carlos Valadares, que mesmo não tendo lançado sua pré-candidatura ao governo de Sergipe, pontua nas pesquisas de todos os institutos entre 10 e 15 pontos, um índice respeitado por todos, inclusive pelos nossos possíveis adversários. Estamos na reta final do processo de construção das alianças que tornarão esse projeto viável e competitivo.
JC - Quais são os partidos que tem dialogado com o PSB? O momento é de muito diálogo ou as conversas ainda são poucas?
EB - Política é arte, dentre outras coisas, do diálogo, e essas conversas tem sido muito proveitosas. Temos hoje cinco agremiações partidárias comprometidas com o projeto do PSB, e as tratativas para finalizar essas discussões tem se afunilado tendo em vista a proximidade do prazo final para as convenções que é dia 30 de junho.
JC - Há alguma mágoa do PSB em relação ao governador Jackson Barreto, por não ter fechado logo uma chapa majoritária, indicando um vice do PSB?
EB - Não se faz política com mágoa ou ressentimento, cada partido, através de seus líderes, traça as estratégias de composições que entendem ser melhores para si. O processo de diálogo, como já afirmei anteriormente, está aberto, e todas as agremiações partidárias continuam conversando entre si. O resultado dessas composições é que traçará as alianças que serão postas a população como opção eleitoral.
JC - Eduardo Campos é um candidato que poderá ser bem votado em Sergipe? Estar em um palanque onde o candidato ao Governo do Estado apoia outro presidenciável é ruim para Campos?
EB - Não tenho dúvidas do potencial eleitoral da chapa Eduardo Campos e Marina Silva, as pesquisas tem demonstrado isso. Eduardo é conhecido atualmente por apenas 26% da população brasileira, mas mesmo assim alcança 14 pontos percentuais em várias pesquisas. Quando se faz o recorte somente com os eleitores que conhecem os três principais candidatos, Eduardo já é o primeiro colocado, ficando dois pontos percentuais acima da presidente Dilma. Não tenho dúvida que com o início da campanha, quando a população conhecer melhor Eduardo Campos e suas propostas, venceremos as eleições.
JC – Mas em relação aos palanques duplos?
EB - Não existem problemas quanto a palanques duplos em Sergipe para presidente da República. Em todas as possibilidades nenhuma aliança terá o chamado palanque puro sangue. Se consolidarmos nosso projeto de candidatura própria, com certeza teremos conosco partidos que apoiam Aécio Neves. No mesmo sentido o PSC tem candidato próprio a presidência, que é o Pastor Everaldo, e o PMDB apoia oficialmente a reeleição da Presidente Dilma. Em Sergipe não existirá palanque único para a candidatura presidencial.
JC - A indefinição do partido na eleição majoritária dificulta as candidaturas proporcionais?
EB - Não diria que dificulta, mas pelo menos tira o sono e o sossego dos pré-candidatos proporcionais até a definição final. As coligações majoritárias delimitam o que se pode fazer de alianças para os cargos proporcionais, podendo modificar radicalmente as chances de um candidato se eleger ou não.
JC - É verdade que no interior, grande parte dos prefeitos e vereadores seriam favoráveis à uma aliança com Jackson Barreto?
EB - O PSB está unido e seguirá a decisão tomada por sua convenção, de forma coesa. Fizemos parte desde 1994 de uma grande aliança de partidos que levou Marcelo Déda ao Governo de Sergipe, e isso nos aproximou desde então do PT e do PMDB. É Natural que depois de vinte anos de convivência política tenhamos uma maior afinidade pessoal com esse grupo. Isso, no entanto, não quer dizer que o partido está dividido. Marcharemos juntos, todo o PSB para o projeto que a nossa convenção aprovar dia 30 de junho.
JC - Você irá disputar mesmo um mandato de deputado estadual? Como está a pré-campanha?
EB - Nosso intento continua sendo o de pré-candidatura a deputado estadual e estamos à disposição do PSB para outras missões que o partido nos designar. A pré-campanha está bem encaminhada, sempre pautada numa linha de coerência e trabalho.
JC - A prisão do ex-prefeito Sukita macula a imagem do PSB? Atrapalha a eleição de todos os outros do partido?
EB - Não, de forma alguma. O caso do ex-prefeito Sukita é uma situação que diz respeito a ele e à sua gestão na prefeitura de Capela, ele foi investigado por uma operação policial e teve sua prisão provisória decretada. O que o partido deseja é que as autoridades policiais e o Ministério Público investiguem e tomem todas as providências cabíveis, que o Sukita exerça o seu direito de ampla defesa, e que o judiciário decida da forma que melhor retrate a justiça.
JC - O PSB apresentou candidato à Prefeitura de Aracaju. Como vocês avaliam agora a gestão do prefeito João Alves Filho?
EB - O Deputado Valadares Filho disputou as eleições de 2012 e teve 38% dos votos de Aracaju, mas naquela oportunidade a população elegeu João Alves prefeito. É bem verdade que os municípios vem passando por sérias dificuldades financeiras em suas gestões e com certeza isso deve estar acontecendo também em Aracaju, o que acaba atrapalhando desempenho da gestão. Entendo que o correto é esperarmos a gestão avançar mais no tempo do seu mandato para termos um retrato mais claro dos resultados. Afinal o mandato é de quatro anos.
JC - Quando vereador você se envolveu muito nas discussões sobre o Plano Diretor, que agora foi devolvido à Prefeitura. O que você acha disso? Há um prejuízo para a cidade?
EB - É uma pena que a discussão do plano diretor tivesse saído da esfera política e técnica e tenha se judicializado. Mas isso foi necessário, face algumas falhas do processo legislativo que não foram sanadas consensualmente pelos vereadores. Inclusive a ação que suspendeu a referida votação foi interposta pelo atuante ex-vereador Bertulino Menezes, um homem sério e comprometido com a cidade e com a população. O mais importante é que se crie a consciência de que o Plano de Diretor da cidade é o marco divisor entre que tipo de cidade teremos em Aracaju no futuro: uma cidade sustentavelmente desenvolvida ou uma “selva de pedras” totalmente desumanizada e com os problemas que acometem as grandes capitais do país.
JC - Qual foi o saldo da sua gestão na Secretaria de Turismo? O setor está mesmo crescendo em Sergipe?
EB - A gestão do turismo é pautada em três eixos: infra-estrutura, capacitação e divulgação. E procuramos atuar o mais solidamente possível em todos eles. Na infra-estrutura, construímos a maior obra do Ministério do Turismo no Brasil, que foi a Ponte Gilberto Amado; estamos construindo o novo Aeroporto e novas avenidas de acesso a ele; fizemos a rodovia Pontal-Convento, em Indiaroba; estamos em processo de conclusão da Rodovia Santa Luzia - Crasto e estão sendo concluídas as obras do prédio histórico do Cacique Chá que se tornará possivelmente a escola de gastronomia do Senac. Na capacitação profissional qualificamos cerca de 2000 pessoas em inglês, espanhol, práticas em manuseio de alimentos e gestão de pequenos empreendimentos turísticos em parceria com o Senac. Na divulgação investimos mais de 7 milhões de reais em parceria de Sergipe nacionalmente e tornamos nosso Estado um destino conhecido de todo o Brasil, além de retomarmos o turismo internacional em nosso estado com campanhas publicitárias no Chile e na Argentina. Também trouxemos a Seleção da Grécia para Sergipe durante a Copa do Mundo, que começou na última quinta. Com certeza o turismo de Sergipe tem crescido muito, nosso turismo de negócios que já era forte se consolidou, e no turismo de lazer, é certo que ainda há muito que se fazer, mas decididamente deixamos de ser passagem dos turistas, para nos tornarmos o destino escolhido para suas férias e para lazer.
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