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“Como cristão, não poderia chegar ao dia de Corpus Christi com aquelas famílias largadas na rua”, diz Jackson 4 de Junho 11H:14

“Como cristão, não poderia chegar ao dia de Corpus Christi com aquelas famílias largadas na rua”, diz Jackson

Governador determinou transferência imediata das 41 famílias que foram retiradas do edifício Casarão do Parque para um albergue estadual na avenida Maranhão


As 41 famílias que estavam alojadas na rua Propriá, Centro de Aracaju, foram transferidas na tarde desta quarta-feira, 03, para um albergue estadual, localizado na Avenida Maranhão. A transferência foi acertada durante reunião entre o Governo do Estado, representantes das famílias, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Polícia Militar.


O grupo de 104 pessoas estava nas proximidades no Parque Teófilo Dantas desde o último sábado, dia 30, quando foram retiradas do edifício conhecido como Casarão do Parque por determinação judicial.


Por decisão do governador Jackson Barreto, a secretária de Inclusão Social, Marta Leão, providenciará, num prazo de 30 dias, o início do pagamento de aluguel social às famílias.

“Como governador, é meu dever buscar alternativas para as famílias que não têm moradia. Como cristão, não poderia chegar ao dia de Corpus Christi com aquelas famílias largadas na rua. O Governo do Estado já desenvolve uma política habitacional e vamos trabalhar por uma solução”, disse o governador.


De acordo com a representante das famílias, Elisângela dos Santos, algumas das 41 famílias moravam no Casarão desde 2013. “Essas famílias não têm cadastro em programas habitacionais da Prefeitura de Aracaju. Ficamos felizes com a decisão do Governo porque crianças e adultos passarão a noite em um local seguro. Queremos moradia digna, nada mais que isso”, declarou.


Segundo Marta Leão, o governador passou no local e ao ver as famílias expostas ao frio e a chuva não poderia permitir que, principalmente, mulheres e crianças passassem mais uma noite naquelas condições.


“Foi um pedido do governador, que tem uma grande preocupação com o povo. Em um dia chuvoso como este, a gente não poderia deixar que estas famílias continuassem aqui. Vamos deixá-los, durante 30 dias, na nossa Casa de Passagem no albergue da Avenida Maranhão.Chegamos a um acordo, junto coma OAB, Coordenação de Direitos Humanos, Secretaria de Segurança Pública, Policia Militar e Igreja Católica, e decidimos que o mais correto era a proposta que o governador fez, de tirá-los daqui, e que eles acataram”, disse a secretária.


Marta Leão informou que, um micro-ônibus da Polícia Civil, carros e a vans da Secretaria de Estado de Inclusão Social foram utilizados para retirar as pessoas. A Secretaria também providenciou caminhões para retirar os pertences da população que ocupava a rua. A prioridade foi abrigar primeiramente as mulheres e as crianças, enquanto os homens ajudaram a transportar os pertences das famílias para em seguida irem para o albergue.


“Grupos de assistentes sociais, de apoio administrativo, psicólogos, esperam as mulheres e crianças chegarem ao albergue, para irem alojando-os. Estamos com uma equipe administrativa para fazer o inventário de cada um, cada família vai assinar o documento referente aos pertences que serão guardados em outro depósito. Quando sair o aluguel social, cada um vai receber de volta os seus pertences. Hoje à noite cada um já vai estar abrigado, jantando direitinho e dormindo como dignos cristãos”, completou Marta Leão, acrescentando que a equipe da Seidh realizou um cadastro das famílias que receberão o aluguel social.


Aos 18 anos, Fabrícia Silva Ferreira contou da sua felicidade em poder ter um lugar ao para ela e sua filha de 10 meses de idade, a pequena Naune Gabriele da Silva Lima.“A gente estava aqui só na chuva, esperando Deus dá um cantinho para gente. Agora aliviou bastante. Graças a Deus, agora vamos dormir sossegados".


Grávida de 7 meses, e enfrentando uma gravidez de risco, Micheline da Silva Santana, de 26 anos comemorou a mudança para o albergue. “Estávamos esperando uma benção de Deus para podermos sair daqui. A gente não tinha para onde ir. Hoje mesmo acordei e logo enfiei os pés dentro da água da chuva. Agora vamos conseguir seguir nossas vidas. O governador viu que a gente precisava mesmo e nos ajudou”.


Felizes também ficaram os comerciantes da região, que estavam impedidos de abrir seus estabelecimentos desde a desapropriação do Casarão, no sábado. “Alguns comerciantes aqui não abriam o seu comércio desde segunda e estavam tendo prejuízo com isso. Os clientes evitavam vir aqui com essas pessoas na rua. Agora eles indo para o abrigo vai ser muito bom, bom para todo mundo, para nós, que temos comércio e para eles também”, afirma Raimunda Nascimento, que desde 2002 tem um salão de beleza em frente à praça.

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