Elber Batalha Filho diz que o "Rodando no Macio" nunca saiu do papel e que João promoveu "o maior aumento de IPTU da história"
O prefeito João Alves promoveu o maior aumento de IPTU da história de Aracaju – e o valor continuará subindo até 2011. O programa Rodando no Macio nunca saiu do papel, e l
âmpadas de LED são colocadas na avenida beira-mar, enquanto o resto da cidade está às escuras, mesmo com a cobrança da taxa de iluminação.
As críticas são do presidente municipal do PSB, Elber Batalha Filho, que nessa entrevista ao BLOG DO MAX / JORNAL DA CIDADE diz que
seu partido possui uma alternativa à gestão atual da capital, e não deve abrir mão da candidatura própria. Elber confirma que o PSB já está dialogando com outras siglas, tentando viabilizar a candidatura de Valadares Filho a prefeito de Aracaju, na próxima eleição. Confira a conversa.
BLOG DO MAX - A decisão do PSB apresentar candidatura à prefeitura de Aracaju é irreversível?
Elber Batalha - Acredito que essa seja uma decisão irreversível sim. O PSB, desde a última eleição, apresentou à sociedade uma alternativa ao modelo de política trabalhado atualmente. Desejamos que o aracajuano participe da composição deste projeto e compreenda a nossa disponibilidade em fazer um trabalho que resgate a qualidade de vida da qual já dispusemos e promova o bem estar da nossa população. Neste cenário, o nome do jovem pré-candidato Valadares Filho é extremamente referendado. Valadares Filho já demonstrou, pelo seu histórico de atuação política, pelas bases a qual está vinculado e pela disposição em fazer um excelente e democrático trabalho à frente da Prefeitura Municipal de Aracaju, que é merecedor do desafio que enfrentaremos em breve.
BM – Mas essa definição de não retirar a candidatura em hipótese alguma, não limita o diálogo com outros partidos?
EB - Não encaro esta situação como limitadora. O diálogo é uma marca do PSB. Para que você tenha uma ideia, nosso Plano de Governo está sendo construído com a participação de representantes de diversas entidades e pessoas inclusive ligadas a outras siglas partidárias. Todos os aspectos que norteiam a administração municipal estão sendo considerados. Esse é um grande diferencial. Estamos construindo diálogos sólidos com todos os que se identificam conosco.
BM - O PSB tem discutido alianças com outros partidos, para a disputa da prefeitura de Aracaju?
EB - O PSB tem grande facilidade de diálogo com outras siglas e aceitação por parte delas. Por não ser um partido radical, mas que, ao mesmo tempo, tem como valor principal de suas ações a moralidade pública e a intolerância com os desvios de conduta. Agregado a isso, somam-se o prestígio político dos nossos líderes, a exemplo do Senador Valadares, o vice-governador Belivaldo Chagas e o Deputado Estadual Luciano Pimentel, E o carisma pessoal do nosso pré-candidato, Valadares Filho. Quase que a unanimidade dos partidos do nosso grupo político já nos declarou que, não tendo candidatura própria, apoiarão o PSB.
BM- Quem são os partidos preferenciais que o PSB buscaria numa aliança?
EB - As alianças são formadas no PSB com base na identificação. Por isso, os nossos referenciais de aliança são baseados na concordância do modelo de política que adotamos e no estilo de administração que queremos para Aracaju. Isso nos abre um campo vasto de possíveis aliados. Já estamos conversando sim, com representantes de outros partidos. Mas, é impossível desconsiderar que exista um grupo político do qual fazemos parte, aqui representado pela figura maior do Executivo em nosso estado, o Governador Jackson Barreto. Desta forma, nossa preferência em termos de aliança se dá dentro deste grupo. Estamos trabalhando para ser a candidatura do grupo político. Esta será uma representação pela qual trabalharemos com afinco nos próximos meses.
BM - Há algum partido que o PSB não buscaria para a sua aliança, de forma alguma? Por que?
EB - A incompatibilidade total do nosso projeto se dá com o Democratas, que hoje administra Aracaju com a prática da velha política.
BM- O PSB receberia o apoio de partidos com o PSC e PSDB, além de outros ligados aos irmãos Amorim? Houve algum diálogo com siglas fora do arco dos atuais aliados?
EB - Como já afirmei anteriormente, nossa preferência e os contatos até o presente momento estão focados em nos consolidar como a pré-candidatura do grupo político do qual fazemos parte. Não devemos procurar reforços ao nosso projeto antes de o consolidarmos de maneira definitiva dentro do nosso grupo. Quem faz isso, se enfraquece e demonstra que deseja o poder pelo poder, sem nenhuma preocupação com os ideais que devem nortear uma futura candidatura. Uma vez consolidada essa fase, estaremos abertos a discutir com outras siglas que desejem se somar ao todo o nosso grupo.
BM - O PSB vem tomando uma postura de oposição à presidente Dilma. Essa postura pode dificultar a aliança com partidos como o PT e PMDB?
EB - O Governo da Presidenta Dilma tem encontrado divergências até dentro do seu partido. O PSB tem posições firmes e não se furta às discussões ideológicas e administrativas quando necessário. No entanto, temos um excelente relacionamento com os representantes do PT e do PMDB em Sergipe. Compartilhamos o descontentamento para com a política que é adotada à frente da PMA. Isso nos dá um ponto de concordância muito maior que o de discordância. Seguindo essa linha de raciocínio e tendo na mudança necessária a Prefeitura de Aracaju um significativo ponto em comum, quero crer que teremos o apoio dos partidos que compõem nosso grupo político.
BM - Ouve-se que alguns aliados estariam dispostos a apoiar uma candidatura de Valadares Filho à PMA, mas apenas se o senador Valadares anunciar que não disputaria a reeleição para o senado. O que o PSB pensa disso? A eleição de 2016 estará conectada à de 2018?
EB - Nosso grupo é formado por políticos experientes que discutem cada pleito em seu momento. As discussões políticas sobre apoios estão sendo travados para o pleito em questão. É normal ouvir muitas especulações, isso faz parte do período que antecede toda e qualquer campanha eleitoral. Mas, reafirmo: as alianças formadas pelo PSB têm cunho prioritariamente ideológico.
BM - Como o PSB tem avaliado a gestão de João Alves Filho? Ele acertou em algum ponto?
EB - O PSB faz severas restrições à política adotada por João Alves Filho à frente da Prefeitura Municipal de Aracaju, porque ele administra nossa capital com as práticas e costumes da velha política. Se alguém se dispuser a assistir o programa eleitoral do então candidato João Alves a prefeito de Aracaju, daria a ele o prêmio de ator do ano. Nada do que foi prometido foi feito, e já estamos a um ano e três meses do fim do seu mandato.
BM - E erros, quais seriam os maiores de João, à frente da PMA? O PSB já tem propostas para suplantar essas falhas?
EB - As principais são: Prometeu implantar o BRT, mais especificamente 10 corredores de BRTs em Aracaju, mas há pouco mais de um ano do fim do seu mandato, nem sequer iniciou a licitação para a implantação do sistema. João prometeu iluminar a cidade, criou a contribuição de iluminação pública, por meio da qual recebe milhões mensais da população. E, no entanto, quer nos enganar colocando lâmpadas de LED na Av. Beira Mar, enquanto o resto da cidade está às escuras. O seu projeto “Rodando no Macio” nunca saiu do papel. O que temos são operações tapa-buraco, o que tem tornado nosso asfalto cada vez mais irregular.
Esse fato tem chamado a atenção de vários turistas que conheciam como era a pavimentação de Aracaju antes dessa gestão. João Alves promoveu o maior aumento de IPTU da história de Aracaju. O IPTU dos aracajuanos continuará aumentando 30% ao ano até 2022, e, em contrapartida, não se viu melhoria dos serviços públicos que justifiquem esse aumento. O abandono da cidade é tão gritante, que perdemos uma das nossas melhores referências, que era de ser a capital mais limpa do Brasil. O lixo se aglomera por todos os cantos da cidade porque a prefeitura não consegue gerir sequer a sua limpeza.
João prometeu criar estacionamentos gratuitos no centro da cidade, inclusive um edifício garagem. No entanto, até agora, não conseguiu sequer implantar de maneira organizada o estacionamento rotativo que já existia e que ele tanto criticava. Enquanto isso, desde o primeiro mês do seu mandato, João duplicou o número de cargos comissionados existentes. O valor se tornou tão excessivo, que, após dois anos e nove meses desse excesso, se viu obrigado a exonerar 50% desses cargos.