“A divulgação do Mapa da Violência, focado na criminalidade contra as mulheres, me causou perplexidade e muita preocupação”, disse o deputado federal Valadares Filho (PSB-SE) durante discurso na manhã desta quinta-feira (12) na Tribuna da Câmara dos Deputados.
Mesmo depois da aprovação da Lei Maria da Penha, sancionada em agosto de 2006, que tornou mais rigorosa a punição para os crimes domésticos, os índices de violência contra as mulheres continua aumentando.
Em 2007, houve uma queda expressiva nos registros de 4,2 feminicídios para 3,9 para cada 100 mil mulheres. Mas, no ano seguinte, a taxa voltou a crescer, chegando a um aumento de 8,8% no período. “A aprovação da Lei trouxe a esperança de que esses crimes iriam reduzir e agora somos surpreendidos com números sinistros. No total dos crimes contra as mulheres, a taxa de homicídios de mulheres negras aumentou 19,5%, enquanto a taxa de homicídios de mulheres brancas caiu 11,9%”, lamentou o parlamentar.
Um estudo feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que o risco de um jovem negro ser assassinado no Brasil tem aumentado e supera em 2,5 vezes a possibilidade do mesmo acontecer a um jovem branco, os doados foram confirmados pelo relatório da CPI da Violência contra os Jovens Negros e Pobres.
“Agora é a vez dos números, das planilhas e da transparência revelarem a dureza dos fatos. Daí a minha perplexidade. As penalidades da Lei Maria da Penha não foram suficientes para inibir a violência contra as mulheres e esta violência está, ainda, contaminada por preconceitos”, desabafou o deputado.
Especialistas acreditam que essas agressões se dão pela diferença entre a força física, sendo mais acentuado nas regiões mais pobres pela falta de informação.
“O que dizer a respeito das mulheres negras? Não me arrisco a uma resposta e custo a acreditar que esses crimes possam ter motivações racistas”, refletiu Valadares Filho.
Em todo o caso, os crimes contra as mulheres, em particular contra as mulheres negras, constrangem o Brasil no panorama mundial das nações que defendem os direitos humanos.
“Os números são um alerta vermelho e as taxas crescentes de ocorrência desses crimes são um pedido de socorro. Nós, parlamentares, devemos tomar atitudes urgentes e enérgicas contra esses crimes. Pessoas inocentes perderam a vida simplesmente por fazerem parte do elo mais fraco”, chamou a atenção.
Fonte: Assessoria do Parlamentar
12 de Novembro 20H:20