Poder e Cotidiano em Sergipe
“A população quer renovação na Câmara Federal”, avalia Gustinho Ribeiro 24 de Julho 8H:09

“A população quer renovação na Câmara Federal”, avalia Gustinho Ribeiro

O deputado estadual Gustinho Ribeiro (PRP) deve mesmo disputar uma vaga na Câmara Federal, no próximo ano. Apesar de não confirmar isso, Gustinho diz que vários prefeitos e aliados estão o encorajando a encarar esse novo projeto.

 

Ele também tem sentido que a população pede uma renovação na Câmara, o que também tem impulsionado seu nome junto à sua base eleitoral. E lembra que foi o deputado estadual mais votado da sua coligação, na última eleição.

 

O jovem deputado também fala sobre o impacto das investigações que recaem sobre a Assembleia no dia-a-dia da instituição. Confira abaixo a conversa completa.

 

BLOG DO MAX - O senhor vai mesmo disputar um mandato de deputado federal? Já tomou a decisão, já está em pré-campanha?
Gustinho Ribeiro - A decisão não compete a mim, mas a todo o nosso agrupamento político, ao meu partido, o PRP, aos nossos aliados, e principalmente, à população. Ainda assim, muitos prefeitos, amigos meus e parceiros na luta política de cada dia, já conversam comigo e me sugerem essa possibilidade em 2018. É claro que o desejo vai aumentando quando a gente sente nas ruas que a população quer renovação na câmara federal. Estamos construindo essa ideia aos poucos, devagar, no tempo certo. Porém, agora, é continuar com o trabalho que o nosso mandato vem fazendo na Assembleia. E o fruto desse trabalho é que vai nos direcionar.

 

BM- Para viabilizar seu projeto o senhor vai precisar aumentar a sua base de apoio. Já está fazendo isso?
GR - Fui o deputado mais votado da coligação que participei, junto ao governador Jackson Barreto. 99% dos que me apoiaram em 2014 continuam no nosso projeto e tenho recebido diversas lideranças de todas as regiões do estado e de vários segmentos que desejam crescer junto com a gente. A melhor maneira de construir uma base de apoio é trabalhando.

 

BM- Temos hoje um deputado federal nascido em Lagarto. A cidade e a região possuem condições de eleger dois deputados federais?
GR - A região sul e centro-sul é a mais populosa do interior sergipano, e no passado, já contou com 3 federais. Hoje existe um vácuo muito grande de uma liderança capaz de viabilizar grandes projetos estruturantes e sociais para a região, e que esteja em sintonia com o povo. Sentindo esse vazio, a região sugere o nosso nome. Não posso afirmar se elege 2,3 ou mais federais, a única coisa que posso afirmar é que a população dessa região, hoje, não se sente representada na Câmara Federal. São 300 mil pessoas que têm no seu DNA o trabalho, a coragem, o empreendedorismo, a determinação e a capacidade de lutar pelos seus sonhos - e essas pessoas querem representantes que tenham estas características.

 

BM - O senhor apoia a administração do prefeito Valmir Monteiro. Como está o início da gestão dele?
GR - A gestão Valmir e Hilda está no rumo certo. A prova disso é que a última pesquisa apontou uma aprovação de mais de 75%. Nos primeiros meses já se pôde mostrar muita coisa. Salários em dia - mais que isso, pagos antecipadamente -, o cuidado e o zelo com a cidade, os serviços públicos funcionando normalmente, o retorno dos grandes eventos. Exemplo disso foi a 5ª edição do Festival da Mandioca, um dos maiores festejos juninos do nosso estado. Uma festa linda, com grandes atrações, e que compreende, preserva e perpetua a cultura da agricultura lagartense. Na educação temos hoje os professores motivados, dando aula diariamente, transporte escolar atendendo bem os estudantes. Na saúde são quase 50 médicos à disposição da população e programas como a erradicação das casas de taipa e o Bolsa Família municipal estão retornando. A secretaria de obras revitalizou ruas, praças e estradas, a cidade voltou a ter uma iluminação pública de qualidade. Enfim, é a cidade funcionando, para gerar oportunidades às pessoas.

 

BM - Qual será o maior desafio para Valmir, à frente da Prefeitura de Lagarto?
GR - O maior desafio ele já está enfrentando, que é reerguer o município depois de quatro anos de uma gestão desastrosa dos Saramandaias, em que servidores públicos, comerciantes, toda a população se viu diante de grandes problemas na cidade, desde o atraso surreal de salários até a falta de coleta de lixo no município. Então, o maior desafio é esse, é reconstruir o município e devolver a autoestima do povo lagartense.

 

BM - Na Assembleia o senhor tem feito algumas cobranças ao governo do estado. Há algum atrito com o governador?
GR - Muito pelo contrário. Sou aliado e amigo de JB. Faço solicitações que são atribuições do mandato. É extremamente natural que um parlamentar sugira, peça e solicite aquilo que a população cobra. Um parlamentar que atua como eu, em contato direto com o povo, caso não transforme as demandas em proposituras na Alese, ele estará negando a confiança do eleitor e do cidadão. Por sinal, essa é uma das nossas bandeiras, a participação popular no nosso mandato, tendo em vista que a distância entre o eleitor e o parlamento tem sido um fator importante para a crise de representatividade vivida no país. E o melhor de tudo isso é que o governador JB, por ser um homem público que construiu sua história bem próximo do povo, atende a quase todas as nossas solicitações, que sempre visam proporcionar mais qualidade de vida para os sergipanos.

 

BM - Proposta da sua autoria criou o pagamento de meia entrada para portadores de doenças terminais, como Câncer. O tema é importante, mas alguns empresários reclamam do excesso de 'meia-entrada' que existem hoje.
GR - Nossa proposta é justamente beneficiar empresários e cidadãos. O Projeto de Lei 72/2017, que tramita na Alese, visa incentivar as pessoas com doenças degenerativas a terem mais momentos de lazer, ajudando, inclusive, no tratamento da patologia. Então, ao invés dos empresários perderem parte do valor, eles estarão arrecadando mais, já que estaremos incentivando as pessoas a frequentar estes espaços. Mas o mais importante desse projeto - e é seu objetivo, por isso ele foi criado - é proporcionar a essas pessoas mais acessibilidade aos cinemas, teatros, shows e praças esportivas, tendo em vista tudo que envolve o tratamento de doenças graves, como o desgaste emocional e o financeiro. Já ficou comprovado que o acesso ao lazer minimiza os danos causados pelas doenças.

 

BM - As investigações e processos judiciais envolvendo as verbas de subvenção estão atrapalhando o andamento dos trabalhos na Assembleia?
GR - Acredito que investigações nunca atrapalham. Elas são necessárias e até ajudam, desde quando seja respeitado o direito da ampla defesa e desde que não façam pré-julgamentos, condenando antecipadamente e causando prejuízos irreparáveis às imagens de pessoas públicas. Mas creio que toda a massificação midiática do caso, nas TVs e jornais, trouxe um desgaste muito grande para parlamentares e para a Assembleia. Muitos deputados foram investigados e isso acabou desviando a atenção dos trabalhos da Alese para os inquéritos. No meu caso, o Ministério Público arquivou o procedimento referente ao ano de 2014, encerrando as investigações relacionadas às subvenções destinadas por mim naquele ano. No caso do arquivamento por falta de provas, pouco se falou na mídia. Já na época das denúncias, era pauta em todos os meios de comunicação imagináveis.

 

BM - O senhor tem solicitado ao governo uma série de melhorias em diversas estradas de Sergipe. As estradas estaduais estão hoje em más condições?
GR - Os governos Déda e JB fizeram uma verdadeira revolução no que diz respeito à malha viária do estado. É natural que com o passar do tempo uma ou outra rodovia precise de reparos. E como já falei anteriormente, atuo ouvindo as demandas da população. O nosso governo fez e está fazendo muito nessa área. A prova disso é a nova rodovia que liga Itaporanga a Itabaiana e outros grandes investimentos de mobilidade urbana na grande Aracaju.

 

BM- Todos os políticos estão aguardando as definições sobre mais uma reforma política. O senhor acha isso importante? para o deputado, o que deve ser mantido e o que precisa ser alterado?
GR - É preciso mudar a maneira de elegermos nossos parlamentares, pois é cada vez maior a distância entre eleitos e eleitores. Não é justo um deputado federal ser eleito com 200 votos em um estado como São Paulo. Na época do Éneas isso ocorreu. Defendo o voto majoritário para os parlamentos, acredito que seja mais justo e democrático. Sou contra o modelo de voto em lista fechada. Apesar de liderar um partido em Sergipe - o que, nesse sentido, poderia me beneficiar - sou contra a esse modelo. Não acho justo com o eleitor deixá-lo escolher na urna apenas o partido. Ele precisa saber, de fato, em quem está votando e poder cobrar desta pessoa caso seja eleito.

 

 

Comentários

  • Seja o(a) primeiro(a) a comentar!

Deixe seu comentário

Imagem de Segurança
* CAMPOS OBRIGATÓRIOS
Whatsapp

Receba notícias no seu Whatsapp.

Cadastre seu número agora mesmo!

Houve um erro ao enviar. Tente novamente mais tarde.
Seu número foi cadastrado com sucesso! Em breve você receberá nossas notícias.