Poder e Cotidiano em Sergipe
Teremos novidades na eleição de Aracaju? 17 de Abril 11H:32

Teremos novidades na eleição de Aracaju?

MAX AUGUSTO
Jornalista, Editor de Política do JORNAL DA CIDADE e do BLOG DO MAX

 

Na semana passada fiz nesta coluna uma breve análise sobre os principais candidatos que devem disputar o comando da Prefeitura Municipal de Aracaju: João Alves Filho (DEM), Valadares Filho (PSB), Edvaldo Nogueira (PC do B) e Zezinho Sobral (PMDB). No texto, mostrei como estão as conversas, os bastidores e as articulações de cada um.



Mas, nas redes sociais, o artigo causou um pequeno rebuliço: algumas pessoas acharam que a análise poderia ter incluído outros nomes, além destes chancelados pelos caciques dos maiores partidos. Uma turma em especial, insistia no nome do vereador Dr. Emerson, que já se apresentou como pré-candidato pela Rede, da ex-senadora Marina Silva.


Teria eu subestimado o potencial de votos do vereador Dr. Emerson ou os comentários foram sabiamentearticulados por simpatizantes? Essa é uma outra história. Mas teria Emerson possibilidade real de tornar-se uma surpresa, na eleição municipal de Aracaju? Aliás, podemos refinar ainda mais este questionamento: há espaço para alguma novidade na eleição para o prefeito da capital sergipana?


Não, não há espaços para uma grande novidade. A tendência é de termos os mesmos nomes, dos mesmos partidos, com chances reais. Por diversos motivos. Para começar, o primeiro mandamento é que política não se faz sozinho. Ninguém chega a vitória sem aliados. Uma candidatura vencedora deve construir pontes com outros líderes e partidos, para garantir mais tempo na TV, mais militância nas ruas, mais apoiadores e simpatizantes pedindo votos.



A Rede do Dr. Emerson não construiu uma rede de aliados e apoiadores nos bairros e nas comunidades. Não reuniu em torno de si um exército de simpatizantes, dispostos a ir pra rua, pedir votos, doar dinheiro para a campanha – sim, não esqueçam que campanha não é de graça. Sem capilaridade, Emerson começa fraco.

Emerson tem como ponto forte a boa imagem. Basta falar no nome dele que os interlocutores que o conhecem parecem unânimes: trata-se de um homem sério, pessoa de bem, com caráter. Um excelente início. Oxalá todos os que entrassem na disputa pudessem gozar da mesma reputação. Mas, mais uma vez, isso não é suficiente. O povo de Aracaju, assim como o brasileiro, já mostrou que não se acanha de votar em candidatos ficha-suja. Basta dar uma olhada ao redor pra perceber isso.



Emerson foi também um vereador coerente. Nas votações na Câmara, chegou a votar contra o prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B), mesmo sendo integrante da sua bancada. O ex-petista manteve suas posições, mesmo quando foi voto vencido, em projetos polêmicos. Isso é ótimo. Só que, mais uma vez, não é suficiente. Além de manter suas convicções nas votações e apresentar alguns projetos interessantes, Emerson não conseguiu se destacar entre os vereadores.


Não teve uma produção legislativa muito acima dos demais. Não possui um discurso empolgante, uma retórica contagiante. Desenxabido e sem graça com as amarras que um mandato agrega, Emerson se perdeu muitas vezes em discursos filosóficos e retóricos sobre a política, da forma que é praticada hoje. Reflexões feitas de forma muito genérica, que não conseguem atrair o povo.



Ainda há tempo. Emerson pode inovar e ultrapassar essas reflexões feitas aqui. É sabido que ele conseguirá levar consigo uma fatia pequena de um eleitorado mais crítico, com mais estudo, que está decepcionado com “tudo isso que está aí”. Mas dificilmente ele conseguirá viralizar esses votos e tornar-se uma surpresa na eleição de Aracaju.

 

 

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