Para ele, quantidade de pessoas liberadas nas audiências de custódia também é muito alta
No início da semana o BLOG DO MAX trouxe, com exclusividade, dados divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) referentes às audiências de custódia. Neles, 41% das pessoas presas em flagrante, no ano de 2017, foram liberadas após a realização desse instrumento legal.
Os dados provocaram uma forte discussão nas redes sociais. Visando aprofundar a discussão sobre Segurança Pública, o BLOG DO MAX ouviu o comandante do policiamento da Capital, tenente-coronel Vivaldy Cabral, que ressaltou o número alto de reincidência - ou seja, daquelas pessoas que cometem o delito, são soltas e voltam a delinquir.
"Dados divulgados pela SSP mostram que de cada dez pessoas encaminhadas ao sistema prisional em 2017, quatro voltam a praticar crimes graves. É uma reincidência muito alta e respaldada numa legislação antiga, caduca e que precisa ser discutida. As audiências de custódia atuam de forma legítima, legal, mas avalio que a quantidade de pessoas liberadas é muito alta", lamenta o tenente-coronel Vivaldy Cabral.
E o comandante da Capital aponta um caso concreto. "Já houve casos em que um mesmo homem foi preso em flagrante duas vezes na mesma semana. Da primeira vez, foi liberado em uma audiência de custódia. A flexibilidade da atual legislação, naturalmente usada e analisada nas audiências de custódia, acaba liberando um número alto de presos".
Os números do CNJ apontam também que 3.010 pessoas (58,71%) tiveram a prisão preventiva expedida durante essas audiências, e apenas 57 delas (1%) alegaram violência policial no ato da prisão.
Por fim, Vivaldy Cabral apresentou dados sobre as prisões em flagrante e cumprimento de mandados de prisão efetuados em 2017, quando 4.055 presos foram encaminhados para o sistema prisional por crimes graves, como homicídios, latrocínio, tráfico e estupros.
Veja os dados sobre as audiências de custódia
Foto: Ascom/PM/SE
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17 de Janeiro 7H:38