Poder e Cotidiano em Sergipe
UFS vai apurar denúncias de fraudes nas cotas étnico-raciais 11 de Agosto 6H:25
PODER | Por Max Augusto

UFS vai apurar denúncias de fraudes nas cotas étnico-raciais

Perfil no Twitter denunciou estudantes de pele branca, loiros e até de olhos azuis, que foram beneficiados com as cotas

A Universidade Federal de Sergipe (UFS) vai apurar uma série de denúncias sobre possíveis fraudes ao sistema de cotas étnico-raciais da instituição.

Questionado pelo BLOG DO MAX, o pró-reitor de Graduação, Dilton Maynard, informou que a UFS vai atender à recomendação feita pelo Ministério Público Federal (MPF), sendo que durante esta semana deverá ser publicado um edital para montar a banca que vai avaliar os casos pretéritos – e funcionará avaliando cada caso.

“Naqueles casos em que se confirmar que as pessoas infringiram a autodeclaração, serão abertos processos administrativos internos e eles serão julgados nas instâncias cabíveis”, disse o pró-reitor.
Ele garantiu ainda que a assessoria técnica da Prograd está acompanhando todas as denúncias e levantando informações para subsidiar os processos. O cronograma de ações será construído de forma a viabilizar as atividades na retomada das atividades na UFS.

Denúncias
O BLOG do MAX noticiou no dia 4 de junho deste ano que um perfil no Twitter estava denunciando uma série de supostos fraudadores de cotas na UFS e no IFS.

O perfil Fraudadores de Sergipe – UFS e IFS (@Ufsfraudes) já foi deletado, mas publicou fotos, nome completo e data de aprovação no vestibular de pessoas com pele branca, que teriam sido aprovadas utilizando as cotas raciais. Há diversas fotos de loiras e até alguns denunciados com olhos azuis, aprovados em vestibulares de anos anteriores.

A maior parte das denúncias se referia ao curso de medicina, mas havia também estudantes de Farmácia, Fisioterapia, Odontologia, Direito e outros cursos.

O perfil pedia que mais denúncias fossem feitas e estimulou que as possíveis irregularidades fossem denunciadas formalmente à UFS – que aceita apenas relatos sobre o vestibular 2020.

MPF
Na semana passada o Ministério Público Federal (MPF) expediu recomendação à Universidade Federal de Sergipe (UFS) para que apure todas as denúncias recebidas acerca de fraudes quanto ao preenchimento dos requisitos para ingresso de alunos em vagas reservadas à população de pretos, pardos e indígenas (PPI).

De acordo com a recomendação, a UFS deve criar uma comissão permanente de heteroidentificação para apurar denúncias de fraudes às cotas étnico-raciais, mediante abertura de edital que preveja como requisitos para composição a comprovada experiência na matéria e formação específica no tema.

Essa comissão deve realizar os trabalhos de confirmação ou não da autodeclaração nos casos denunciados, baseados na análise do fenótipo do indivíduo, ou seja, nos traços objetivamente identificáveis que determinam as práticas de discriminação e exclusão próprias do racismo, como definido pelo Supremo Tribunal Federal (ADPF 186 e ADC 41).

A UFS deverá também formalizar a composição e as normas de funcionamento da comissão, que deve adotar procedimento que respeite a dignidade da pessoa humana e garanta aos investigados os princípios do contraditório e da ampla defesa.

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