Poder e Cotidiano em Sergipe
Sergipe recebeu do Exército 5 mil comprimidos de cloroquina 9 de Março 5H:47
COTIDIANO | Por Max Augusto

Sergipe recebeu do Exército 5 mil comprimidos de cloroquina

O Mapa da cloroquina: como governo Bolsonaro enviou 2,8 milhões de comprimidos para todo o Brasil

Sergipe foi o estado que menos recebeu a cloroquina encaminhada pelo Exército Brasileiro. Ao todo foram 5 mil comprimidos – número igual ao recebido pela Paraíba. As informações são do comando do Exército, obtidas por meio da Lei de Acesso à informação, pela Agencia Pública.

Os estados que mais receberam os comprimidos foram: Rio Grande do Sul (479 mil); São Paulo (316 mil); Bahia (180 mil); Amazonas (170 mil) e Roraima (119 mil).

Confira a reportagem a Agência Pública:

O Mapa da cloroquina: como governo Bolsonaro enviou 2,8 milhões de comprimidos para todo o Brasil

Por Anna Beatriz Anjos, Bianca Muniz, Bruno Fonseca, Larissa Fernandes, Da Agência Pública

Região Norte recebeu mais de meio milhão de comprimidos, revelam dados obtidos pela Pública; Exército fechou R$ 1,5 milhão em contratos sem licitação para produzir cloroquina

O Governo Federal e as Forças Armadas distribuíram 2,8 milhões de comprimidos de cloroquina produzidos pelos laboratórios do Exército e Marinha à população de todos os estados brasileiros, revelam documentos inéditos obtidos pela Agência Pública via Lei de Acesso à Informação. A maior parte desses medicamentos, mais de 2,4 milhões, foi distribuída via Ministério da Saúde a secretarias de saúde de estados e municípios. O restante, cerca de 441 mil comprimidos, foi enviado pelas próprias Forças Armadas a hospitais militares, depósitos e postos de saúde ligados ao Exército, Marinha e Aeronáutica.

De acordo com documentos enviados pelo próprio Exército, o Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército (LQFEx) e o Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM) produziram ao todo 3,2 milhões de comprimidos de cloroquina em 2020. A quantidade foi 25 vezes a produção habitual por ano: o Exército respondeu à Pública que, antes da pandemia, o laboratório produzia “250 mil comprimidos a cada dois anos para o combate à malária”. O Exército não informou o destino de 348 mil comprimidos produzidos em 2020, mas que não constam nos registros de envio ao Ministério da Saúde ou a unidades militares.

Segundo a Pública apurou, o Exército começou a fechar contratos de produção de cloroquina com dispensa de licitação já em março de 2020, quando o ministro da Saúde ainda era Luiz Henrique Mandetta — foi apenas em maio, após a saída do segundo ministro a ocupar o cargo durante a pandemia, Nelson Teich, que o governo publicou um novo protocolo orientando uso da cloroquina para tratamento de pessoas com sintomas leves de Covid-19. Três contratos sem licitação foram fechados no dia 20 de março para aquisição de cloroquina, e cinco no dia 23, para compra de insumos para produção do remédio.

No dia 31 de março, os contratos já davam resultado: 25 mil unidades de cloroquina produzida pelo Exército foram enviadas a dois estados brasileiros — 20 mil para São Paulo e 5 mil para o Distrito Federal. Ao todo, o Exército fechou mais de R$ 1,5 milhão em contratos sem licitação para produzir cloroquina ou comprar insumos entre março e maio de 2020.

Toda a produção de cloroquina das Forças Armadas em 2020 aconteceu em três meses — março, maio e junho. A distribuição, contudo, aconteceu durante todo o ano, começando em março e seguindo até janeiro de 2021.

De acordo com os dados a que Pública teve acesso, o último envio foi registrado no dia 19 de janeiro, quando 25 mil unidades de cloroquina foram encaminhadas para um depósito da 12ª Região Militar do Exército. A região abrange os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Na época, o Amazonas enfrentava há dias o colapso no sistema de saúde, com pacientes morrendo por falta de oxigênio nos hospitais da capital Manaus. O próprio ministro da Saúde e general de divisão do Exército Brasileiro, Eduardo Pazuello, havia visitado a cidade e coordenado o envio de hidroxicloroquina e oseltamivir ao estado.


ESPECIAL: CORONAVÍRUS
Em apenas três meses, Forças Armadas produziram 25 vezes a quantidade de cloroquina que era produzida para combater malária
Médica recebida por Bolsonaro pediu cloroquina no Instagram e governo enviou 40 mil comprimidos. Prefeituras afirmam que milhares de comprimidos de cloroquina enviados pelo governo ficaram “empacados” em estoque

O Governo Federal e as Forças Armadas distribuíram 2,8 milhões de comprimidos de cloroquina produzidos pelos laboratórios do Exército e Marinha à população de todos os estados brasileiros, revelam documentos inéditos obtidos pela Agência Pública via Lei de Acesso à Informação. A maior parte desses medicamentos, mais de 2,4 milhões, foi distribuída via Ministério da Saúde a secretarias de saúde de estados e municípios. O restante, cerca de 441 mil comprimidos, foi enviado pelas próprias Forças Armadas a hospitais militares, depósitos e postos de saúde ligados ao Exército, Marinha e Aeronáutica.

De acordo com documentos enviados pelo próprio Exército, o Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército (LQFEx) e o Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM) produziram ao todo 3,2 milhões de comprimidos de cloroquina em 2020. A quantidade foi 25 vezes a produção habitual por ano: o Exército respondeu à Pública que, antes da pandemia, o laboratório produzia “250 mil comprimidos a cada dois anos para o combate à malária”. O Exército não informou o destino de 348 mil comprimidos produzidos em 2020, mas que não constam nos registros de envio ao Ministério da Saúde ou a unidades militares.

Cloroquina produzida pelo Exército e Marinha foi enviada para todos os estados brasileiros para secretarias de saúde e também para hospitais, depósitos e postos militares
Segundo a Pública apurou, o Exército começou a fechar contratos de produção de cloroquina com dispensa de licitação já em março de 2020, quando o ministro da Saúde ainda era Luiz Henrique Mandetta — foi apenas em maio, após a saída do segundo ministro a ocupar o cargo durante a pandemia, Nelson Teich, que o governo publicou um novo protocolo orientando uso da cloroquina para tratamento de pessoas com sintomas leves de Covid-19. Três contratos sem licitação foram fechados no dia 20 de março para aquisição de cloroquina, e cinco no dia 23, para compra de insumos para produção do remédio.

No dia 31 de março, os contratos já davam resultado: 25 mil unidades de cloroquina produzida pelo Exército foram enviadas a dois estados brasileiros — 20 mil para São Paulo e 5 mil para o Distrito Federal. Ao todo, o Exército fechou mais de R$ 1,5 milhão em contratos sem licitação para produzir cloroquina ou comprar insumos entre março e maio de 2020.

Toda a produção de cloroquina das Forças Armadas em 2020 aconteceu em três meses — março, maio e junho. A distribuição, contudo, aconteceu durante todo o ano, começando em março e seguindo até janeiro de 2021.

De acordo com os dados a que Pública teve acesso, o último envio foi registrado no dia 19 de janeiro, quando 25 mil unidades de cloroquina foram encaminhadas para um depósito da 12ª Região Militar do Exército. A região abrange os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Na época, o Amazonas enfrentava há dias o colapso no sistema de saúde, com pacientes morrendo por falta de oxigênio nos hospitais da capital Manaus. O próprio ministro da Saúde e general de divisão do Exército Brasileiro, Eduardo Pazuello, havia visitado a cidade e coordenado o envio de hidroxicloroquina e oseltamivir ao estado.

Governo enviou mais de meio milhão de cloroquina do Exército para o norte do país
O norte do país foi a região que mais recebeu cloroquina do Exército e Marinha em relação à sua população: 591 mil unidades do medicamento foram enviadas a secretarias de saúde estaduais e municipais dos estados da região.

Cerca de um quinto de toda a cloroquina enviada ao norte do Brasil foi parar no Acre, colocando o estado no topo dentre os que mais receberam cloroquina em relação à população em todo o país. Foram mais de 100 mil comprimidos despachados à Secretaria de Saúde do estado. O primeiro envio aconteceu em abril, com 8 mil comprimidos, mas a maior parte, 94 mil unidades, foi enviada em julho.

Após o norte do país, o sul foi a região que mais recebeu cloroquina das Forças Armadas em relação à população. O sul também foi a região que mais recebeu cloroquina em números absolutos: mais de 652 mil unidades do medicamento foram enviadas entre abril de 2020 e janeiro de 2021. Mais de 76% desses comprimidos foram enviados ao Rio Grande do Sul — também o estado que mais recebeu cloroquina em número absoluto de todo o Brasil.

Dos dez municípios que mais receberam cloroquina proporcionalmente no país, cinco ficam no Rio Grande do Sul: Silveira Martins, São João do Polêsine, Quevedos, Ivorá e Pinhal Grande, localizados na região central do Estado. São todos municípios pequenos: a população dos cinco, somada, está em torno dos 14 mil habitantes.

 

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