Poder e Cotidiano em Sergipe
Rogério diz que Bolsonaro quer armar população para formar milícias 19 de Junho 7H:29
PODER | Por Max Augusto

Rogério diz que Bolsonaro quer armar população para formar milícias

Senadores sergipanos votaram a favor do projeto que anulou o decreto presidencial que flexibiliza posse e porte de arma

O Senado rejeitou nesta terça-feira (18), por 47 votos a 28, um decreto assinado em maio pelo presidente Jair Bolsonaro, que busca flexibilizar a posse e o porte de armas no Brasil. O Plenário aprovou o projeto de decreto legislativo (PDL 233/2019), de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que torna sem efeito o regulamento.

Entre os senadores sergipanos, Rogério Carvalho (PT) e Alessandro Vieira (Cidadania) votaram a favor da proposta que rejeitou o decreto presidencial.

Maria do Carmo (DEM) não compareceu à votação, sendo uma entre os cinco senadores que faltaram.

Rogério Carvalho, que inclusive foi o relator do projeto na CCJ, afirmou que foi a favor da derrubada do decreto, porque o presidente, segundo ele, tem interesse em formar milícias. 

"Inclusive ele deixou claro no último discurso dele. Ele quer armar a população para se impor pela força", disse o petista.

Alessandro, em reportagem publicada no BLOG DO MAX já havia se manifestado contra o projeto. Ele avaliou que seu posicionamento era consciente e técnico.

O senador do Cidadania afirmava defender a flexibilização da legislação que trata da comercialização, registro, posse e porte de arma de fogo, mas de uma forma consciente e técnica.

“A suspensão é consequência de falhas formais. Os decretos ferem a constituição por invadir competência do Congresso. Mas no mérito, o desordenamento que está sendo promovido, a desregulamentação excessiva, a concessão de calibres muito altos e quantidades muito grandes de munições, só ajuda ao fabricante de arma. Pessoas comuns não se beneficiarão deste excesso em circulação”, destacou.

Plenário anula decreto de Bolsonaro

O Decreto 9.785, de 2019, que havia sido editado pelo presidente Bolsonaro, autoriza a concessão de porte a 20 categorias profissionais e aumenta de 50 para 5 mil o número de munições disponíveis anualmente a cada proprietário de arma de fogo.

O PDL aprovado pelo Senado, que derrubou o decreto presidencial, segue agora para votação na Câmara dos Deputados.

O texto chegou ao Plenário em regime de urgência, depois de passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na última quarta-feira (12).

O colegiado rejeitou o parecer original do senador Marcos do Val (Cidadania-ES), que era contrário ao PDL 233/2019 e favorável ao decreto de Jair Bolsonaro. Com a rejeição, a CCJ adotou como parecer um voto em separado do senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB). Para o parlamentar, o presidente da República “extrapolou o poder regulamentar”.

Outros seis projetos de decreto legislativo estavam apensados a PDL 233/2019 e foram arquivados, todos contrários ao decreto que regulamentava o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826, de 2003). As proposições foram apresentadas pelos senadores Eliziane Gama (Cidadania-MA), Fabiano Contarato (Rede-ES), Humberto Costa (PT-PE), Jaques Wagner (PT-BA), Jean Paul Prates (PT-RN), Paulo Paim (PT-RS), Paulo Rocha (PT-PA), Rogério Carvalho (PT-SE) e Zenaide Maia (Pros-RN).

Debate
Mais de 20 senadores revezaram-se na tribuna do Plenário do Senado, metade defendendo a validade do decreto de Bolsonaro e outro tanto defendendo a derrubada do decreto das armas. A maioria dos senadores favoráveis à sustação do decreto argumentou que tais mudanças devem ser enviadas pelo Executivo ao Congresso por meio de projeto de lei, para que as alterações sejam debatidas democraticamente.

Já os senadores favoráveis à manutenção do decreto do Executivo defenderam que o presidente não extrapolou nenhuma de suas atribuições nem invadiu competências do Poder Legislativo, já que o próprio Estatuto do Desarmamento previu que vários de seus dispositivos necessitariam de regulamentação posterior.

Marcos do Val argumentou que o decreto de Bolsonaro é constitucional. Ele disse que o documento não muda os rigorosos pré-requisitos já existentes para quem quer ter uma arma, como ter mais de 25 anos, ter emprego e residência fixa, passar por aulas de tiro e exame psicológico, não ter antecedentes criminais e comprovar a efetiva necessidade da arma. Para o senador, é uma "falácia" o argumento de que o decreto “liberou geral” a posse e porte de armas.

— O Estatuto do Desarmamento foi um fracasso. O cidadão de bem tem o direito de se proteger. Armas ilegais sempre estarão nas mãos dos criminosos, nenhuma lei consegue desarmar os criminosos. Chega de ver só criminosos matando cidadão honesto. O cidadão tem o direito de proteger a própria família. Arma para nós representa a vida, não a morte. Arma é proteção da vida — disse Marcos do Val.

 

 

Com informações da Agência Senado

Comentários

  • Teresa 19/06/2019 às 12:10

    Lamento o fato do meu senador Alexandro, ter sido contrário ao porte de armas, pois com certeza, a ideia não seria distribuir armas de forma indiscriminada, mas obedecendo rígidos critérios para a concessão do porte, inclusive exame psicotécnico. Quanto ao senador petista,até entendo, pois faz parte do projeto do partido, não apenas ser contrário à todas as iniciativas do atual governo, como também o de desarmar a população de bem para evitar reação,como no caso da Venezuela.

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