Poder e Cotidiano em Sergipe
Pedalar com segurança: é preciso que todos façam sua parte 27 de Julho 18H:41
ARTIGOS | Por Max Augusto

Pedalar com segurança: é preciso que todos façam sua parte

Por Marco Pinheiro*

Na semana passada, tivemos a triste e trágica notícia do falecimento do amigo de pedal André Rodrigues Espínola, vítima de um acidente na Rodovia Inácio Barbosa, em Aracaju. Um motorista embriagado o atropelou enquanto ele pedalava à noite. Como adepto da bicicleta e criador de um grupo de ciclismo, o sentimento é devastador ao ver mais uma vida sendo ceifada desta maneira.

 

Infelizmente, não é o primeiro caso nem será o último, já que atualmente não existe uma atenção para esse público na capital sergipana. O que prevalece é a sensação de medo e insegurança para os praticantes deste esporte. Muitos já não pedalam sozinhos ou evitam sair à noite com sua “magrela” temendo se tornar mais uma vítima. O que é de se lamentar, pois a nossa cidade já chegou a apontar um cenário melhor para este segmento.

Anos atrás, Aracaju vivenciou um “boom” na construção de ciclovias e ciclofaixas, no sentido de facilitar a utilização do modal ciclístico no deslocamento pela cidade. Era um novo e importante momento de valorização e despertar para este segmento, alinhado com as mais modernas práticas de trânsito e de conscientização ambiental – afinal, pedalar não polui. Pegar a bike e sair por aí estava em alta.

Segundo levantamento da ONG Mobilize Brasil, feito em 2015, Aracaju era a 12ª capital com mais vias adequadas para a circulação de bicicletas, com 56 Km de estrutura cicloviária. Mas essa rede ainda é pequena diante da demanda atual. E, se lá atrás se construíram bastante ciclovias, hoje pouco se vê desse tipo de empreendimento no planejamento e nas ações do poder público.

O ciclista que está na rua não está disputando espaço com o motorista – ele tem o direito de estar ali na rua. O transporte de bicicleta contribui para a saúde, o meio ambiente e para a mobilidade urbana. É preciso enxergar isso. Temos excelentes exemplos na América do Sul, principalmente na Colômbia, nas cidades de Bogotá e Medelín, existem faixas divididas em três: uma para carro, uma para ônibus e uma para bicicleta.

Porém, somente a ciclovia não é o suficiente. Existe outro instrumento que pode ajudar a proteger as vidas daqueles que não estão dentro de um veículo automotor, mas em condições de fragilidade nas ruas: as lombadas eletrônicas ou radares. Infelizmente, esses aparelhos parecem não estar presentes na pauta da gestão municipal e na discussão sobre o trânsito da nossa cidade, o que é um grande descaso.

Em uma Rodovia como a Inácio Barbosa, que favorece a alta celeridade dos veículos, é urgente a instalação de uma lombada eletrônica, já existente em vários pontos da Capital. De imediato, pode-se fazer uma ação administrativa, uma vez que esses aparelhos são mais fáceis de serem instalados, pois a ciclovia demanda orçamento, obra e tudo mais.

Com as lombadas, os motoristas irão conduzir com velocidade moderada e, certamente, com mais consciência para evitar multas, garantindo assim, a segurança de ciclistas e pedestres que estejam circulando naquele trecho. Já passou da hora da Prefeitura se atentar para isso. É importante também que sejam feitas campanhas educativas por parte do DER, da SMTT e dos órgãos oficiais conscientizando o motorista sobre o código de trânsito, que fala que é obrigação do maior proteger o menor.

Obviamente que esse tipo de equipamento não impede que motoristas embriagados acabem cometendo acidentes, conforme aconteceu esta semana. Para estes, somente o rigor da Lei poderá ser a resposta, evitando a impunidade. É preciso entender que dirigir embriagado é um crime doloso. Precisamos também para fazer um movimento cobrando os deputados federais e senadores a criação de leis mais duras, para que quem dirigir e causar acidentes sob o efeito de álcool.

É sempre bom lembrar que os adeptos do ciclismo, tanto para o lazer quanto para o deslocamento na cidade, também precisam fazer a sua parte, utilizando os equipamentos de segurança como capacete, sinalização refletiva na bicicleta, espelhos retrovisores, entre outros. Cada um fazendo a sua parte, teremos menos episódios tristes como o desta semana. A segurança agradece.

 

Marco Pinheiro é Empresário e praticante do ciclismo

Comentários

  • Seja o(a) primeiro(a) a comentar!

Deixe seu comentário

Imagem de Segurança
* CAMPOS OBRIGATÓRIOS
Whatsapp

Receba notícias no seu Whatsapp.

Cadastre seu número agora mesmo!

Houve um erro ao enviar. Tente novamente mais tarde.
Seu número foi cadastrado com sucesso! Em breve você receberá nossas notícias.