Moro: Alessandro pede CPI e Rogério diz que ex-ministro prevaricou. Maria lamenta

Os três senadores por Sergipe se manifestaram ontem publicamente em relação à saída de Sérgio Moro do Ministério de Justiça e Segurança Pública.

Alessandro Vieira quer a abertura de uma CPI visando apurar as acusações de Moro, enquanto Rogério avaliou que o ex-ministro prevaricou, no exercício das suas funções. Já Maria do Carmo, apenas lamentou a saída de Moro do governo.

CPI
A assessoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania) emitiu um texto onde ele avalia que durante o pronunciamento de Sérgio Moro anunciando sua saída do Ministério de Justiça e Segurança Pública, os brasileiros e brasileiras foram surpreendidos por graves declarações que envolvem o Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, e sua tentativa de interferência indevida na Polícia Federal e em investigações em andamento.

Para o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), os fatos apontam que o presidente provavelmente cometeu crime de responsabilidade.

"É preciso entender quais motivos levam o Presidente da República a interferir, de maneira tão ostensiva, no regular funcionamento da Polícia Federal e, consequentemente, em suas investigações. Mais ainda, por que a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro merece especial atenção do Presidente?", questiona o senador sergipano.

Por esse motivo, Alessandro Vieira está apresentando pedido de abertura de Comissão Parlamentar de inquérito (CPI) para investigar dois fatos determinados:

1. Tentativas de interferência no regular desempenho das atividades da Polícia Federal, em investigações em curso no órgão e em inquéritos em andamento no Supremo Tribunal Federal, com o objetivo de obter informações e relatórios de inteligência;

2. Exoneração de ofício do Diretor-Geral da Polícia Federal, publicada como se fora a próprio pedido e com assinatura, à revelia, do ex-Ministro da Justiça, configurando-se, em tese, o cometimento de ilícitos nas searas administrativa e criminal.

Prevaricação
Após o anúncio de demissão feito pelo agora ex-ministro Sérgio Moro, o líder do PT no Senado, senador sergipano Rogério Carvalho, disse em entrevista ao Jornal da Fan 2ª Edição que o ex-ministro sai com acusações que deveriam ser frutos de investigação a pedido do próprio Moro, que só levou à tona os fatos após a sua saída do cargo.

“O Brasil não pode ser pautado de novo pelas estripulias de Sérgio Moro. É bom lembrar que esse mesmo Sérgio Moro fez acordo com o Bolsonaro para condenar o Lula, tirar o Lula das eleições e ser ministro do Bolsonaro. O Moro sempre esteve na política e sempre usou o cargo de juiz para se beneficiar. Agora, porque ele foi contrariado na indicação de um subordinado, que é o diretor da Polícia Federal, ele vem falar em crimes cometidos pelo presidente. Por que ele não falou lá atrás? Então ele prevaricou. Ele cometeu crime assim como ele acusa o presidente”, alerta o senador.

Rogério foi mais além: “Quantos presidentes já demitiram ministros? Quantos ministros já saíram atirando em presidente? Se o presidente cometeu o que Moro disse, vamos investigar o presidente. Por que ele não denunciou lá atrás? É preciso que a gente levante essas questões. Vamos parar de ficar se enganando com esse falso debate de corrupção que o Moro só tirou vantagem até hoje, afundou a economia, afundou o nosso país e o nosso ex-presidente. O nosso recado é claro, sem tergiversar, o Moro tem que ser investigado pelos crimes que ele afirma que Bolsonaro cometeu. O Moro está atirando para se manter no debate político.”, pontuou.

Por último, o petista chama a atenção para o que, segundo ele, deve ser o debate do momento.

“Estamos diante de uma situação em que não podemos deixar a briga Sérgio Moro e Jair Bolsonaro pautar a política do Brasil. Estamos diante de uma pandemia onde em Manaus estão morrendo centenas de pessoas, em São Paulo estão morrendo centenas de pessoas por dia, estamos com quatrocentas mortes diárias no Brasil, então se a gente tem que pautar o Brasil nesse momento para alguma questão sobre Bolsonaro, é pela incompetência dele em liderar o País no combate à pandemia, à retomada da economia, pelo crime que ele tem cometido no ataque à democracia”, finaliza Rogério Carvalho.

Maria lamenta
A saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, na manhã desta sexta-feira, foi lamentada pela senadora Maria do Carmo Alves (DEM). A democrata sergipana, que sempre reconheceu o importante papel exercido pelo então juiz Moro no combate à violência e à corrupção, destacou as contribuições que ele deu ao país e o parabenizou pela coragem de abrir mão da carreira exitosa como magistrado para assumir os desafios da pasta, dando uma verdadeira demonstração de patriotismo.

Com informações das assessorias dos parlamentares