Poder e Cotidiano em Sergipe
Em situação de emergência, 7 municípios realizam festas juninas 10 de Junho 7H:55
PODER | Por Max Augusto

Em situação de emergência, 7 municípios realizam festas juninas

Pelo menos 2 gastaram cerca de R$ 500 mil só na contratação de artistas

11 municípios sergipanos estão hoje com situação de emergência reconhecida pelo governo federal. Oito deles devido à seca e três por causa da estiagem. Ainda assim, em sete dessas localidades a administração municipal está realizando festejos juninos. E dois ou três apostaram em grandes eventos, com atrações famosas e cachês caros.

Entre os municípios que estão em situação de emergência, quatro não anunciaram festejos: Malhador, Carira, Frei Paulo e Poço Redondo.

Vão realizar comemorações: Nossa Senhora de Aparecida; Ribeirópolis; Poço Verde; Monte Alegre; Nossa Senhora da Glória; Porto da Folha e Tobias Barreto.

Ao todo, 76 mil pessoas dessas 11 cidades foram afetadas pela seca ou estiagem, sendo que mais de 21 mil estão sendo assistidas peça operação carro-pipa. As informações são da Defesa Civil do estado.

Aparecida
Nossa Senhora de Aparecida está em situação de emergência por conta da seca – mas acabou de antecipar as férias escolares, informando que as fortes chuvas danificaram as estradas, dificultando o acesso dos alunos.

Mas o acesso à festa realizada no último 27 de maio não foi prejudicado. O município contratou cinco bandas, sendo Avine Vinny a maior atração da noite que contou ainda com Alma Gêmea; Dell Vaqueiro e Renan Santos.

No Portal da Transparência e no Diário Oficial ainda não constam os gastos com o evento.

Ribeirópolis
O BLOG DO MAX mostrou ontem a situação de Ribeirópolis, que pagou R$ 590 mil só em cachês do seu “Forró dos Sonhos - a melhor quinta-feira do ano”:

Bell marques – R$ 300 mil
Mastruz com Leite – R$ 100 mil
Mano Valter – R$ 160 mil
Alma Gêmea – R$ 30 mil

Poço Verde
Ainda sofrendo os efeitos da Seca, Poço Verde vai receber grandes shows no seu “São Pedro do Povo”, nos dias 16 e 17 de junho. Os valores dos cachês não estão na área de licitações do site da prefeitura, mas a cidade vai receber Limão com Mel, Katia Cilene, Unha pintada (que recebeu R$ 200 mil pra tocar em Areia Branca, no início do mês)
e Mano Valter (que cobrou R$160 mil pra tocar em Ribeirópolis)

Monte Alegre 
Também vivenciando os problemas gerados pela seca, Monte Alegre terá festa e shows nos dias 25 e 26 de junho – mas ainda não informou programação. Não há informações sobre gastos no portal da transparência.

Nossa Senhora da Glória 
Uma das principais cidades do sertão sergipano, Nossa Senhora da Glória ainda lida com os impactos da estiagem, mas vai bancar shows no próximo dia 15. Sem atrações milionárias, a cidade vai receber Danielzinho, Forró Maior, Zé Luís Vaqueiro, que vai receber R$ 20 mil. Os demais gastos com artistas não foram localizados pela reportagem, no portal da transparência.

O município ainda anunciou para outubro uma festa chamada Carna Forró, aí sim, com atrações famosas em todo o país, como Mano Valter, Xand Avião e Mastruz com Leite. Em outubro acaba a vigência do estado de emergência no município.

Porto da Folha
Porto da Folha também vai ter festa. Mas a gestão municipal apostou nas tradições, como o casamento matuto e quadrilhas juninas, e em artistas sem cachês milionários. Os shows acontecem durante três finais de semana, com Zé Luis Vaqueiro, Jair Vaqueiro, Nininho do Acordeon e outros nomes mais modestos no cenário do forró.

Tobias Barreto
Tobias Barreto, também sofrendo com a seca, vai ter festa o mês inteiro. Mas a cidade também privilegiou as tradições culturais, como quadrilhas, e artistas como Samyra Show, Jeany e Dedé Brasil.

Lei não proíbe festas
Questionado pelo BLOG DO MAX, o procurador-geral do Ministério Público de Contas, João Augusto Bandeira de Mello, explicou que a lei não proíbe a realização dos eventos em municípios que estão em situação de emergência – mas destacou a necessidade de ‘razoabilidade’ nos gastos.

“Em relação às festividades, a Resolução TCE/SE n.280/2013 veda tais eventos em caso de Estado de Calamidade e de atraso com a folha de servidores/Previdência. Quanto ao Estado de emergência, a citada Resolução não veda a efetivação da festa, mas alerta que deve ser utilizado um critério de razoabilidade, no sentido de que a realização dos gastos festivos não podem prejudicar a situação objeto da emergência. Ou seja, os direitos fundamentais vulnerados na situação emergencial não podem deixar de ser atendidos por causa dos gastos com a festa respectiva”, disse Bandeira.

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