Poder e Cotidiano em Sergipe
É hora de união pela democracia e por direitos 20 de Agosto 15H:22
ARTIGOS | Por Max Augusto

É hora de união pela democracia e por direitos

Por HENRI CLAY ANDRADE - Pré-candidato a prefeito de Aracaju pela Rede Sustentabilidade

A fúria antidemocrática avança em marcha. Todos os dias são desferidos golpes aos direitos sociais, às liberdades públicas e à Constituição Federal. Não se vislumbra o golpe tradicional das baionetas e brucutus. Não serão mais necessários um cabo e um soldado para fechar o STF. Esse tempo já era. Na era das redes sociais pela internet, o golpe é mais sofisticado e muito mais letal.

 A democracia já está sendo violada faz tempo. O que se vê é a sua erosão progressiva provocada pela criminalização da política, do populismo penal e do autoritarismo neoliberal que atentam contra a democracia e o sistema de proteção social.

Há muito tempo as fake news, fortemente financiada, vêm promovendo ataques diários e fulminantes às reputações das pessoas e das instituições. Trata-se de crime hediondo e continuado que frauda a disputa política e lesa gravemente a democracia.

Do gabinete que estimula o ódio, a intolerância, o preconceito, o desrespeito, nasceu o poderoso e histriônico séquito de devotos que repetem, replicam versões absurdas, irracionais, estapafúrdias, dantescas, racistas, homofóbicas, machistas, fascistas.

Esses ativistas de extrema-direita se abraçam na bandeira dos Estados Unidos da América e se dizem liderados por um mito, cujo personagem apregoa o ódio mortal aos esquerdistas; fomenta política armamentista, inclusive vinculada a grupos milicianos; prega a demolição dos direitos humanos e sociais; o desmonte do serviço público; a desconstrução das universidades públicas; a privatização ampla, geral e irrestrita; a destruição da floresta amazônica; promove a liberação descontrolada dos agrotóxicos; o desapreço à cultura, à educação e à ciência; o desprezo pela vida; o absoluto desrespeito à honra das pessoas; a deslegitimação do Congresso Nacional, seja pelo enfrentamento grotesco ou pela cooptação inescrupulosa; a desmoralização do STF, da OAB, do Ministério Público, da Polícia Federal e de todas as instituições que têm, por missão constitucional, garantir o Estado Democrático de Direito.

Nas redes sociais, mensagens robotizadas irracionais ou inverossímeis são engendradas nos umbrais do gabinete do ódio, e em seguida articuladas em rede de WhatsApp, sendo compartilhadas aos milhões. São avassaladoras e alucinógenas. Muitos que concordam, compartilham, curtem esse fenômeno direitista não são estranhos. A cada dia a gente se surpreende com amigos de longas datas e até membros da nossa própria família entorpecidos por essa onda vibratória. É como se estivessem hipnotizados, e não conseguissem compreender o óbvio. A gente os conhece muito bem. Sabemos que, no fundo da alma, eles não são fascistas. Estão levadas por uma fúria coletiva que embotou a mente e envenenou o coração. Na boca, o fel da bile produzida pelo fígado azedo. Essas pessoas que conheço, eu sei, não são nossas inimigas. Precisamos resgatá-las para o nosso convívio fraterno, solidário e democrático.

A democracia está em grave perigo de morte. As nossas vísceras estão expostas ao mundo que a tudo assiste boquiaberto, sem entender esses reiterados atentados civilizatórios e universais, acalentados pelo bordão retórico “por um Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.”

O conhecido centrão, velha direita tradicional, astuta e oportunista, se recompôs e já se aboletou no poder. Ela percebeu que Bolsonaro conquistou corações e fígados, e hoje tem um séquito de devotos dispostos a tudo e contra todos. Às favas a democracia. Negócios acima de tudo, poder acima de todos. É a revanche. Na mesa farta do poder, negociam os seus espaços e, com gênio assombroso, devoram os direitos sociais do povo, conquistados, a duras penas, por diversas gerações de homens e mulheres, que sacrificaram as suas vidas por liberdade e justiça social.

A democracia está em risco sério, e a perda dos direitos de proteção social está em curso acelerado . É preciso parar essa marcha reacionária. A grande maioria da população, atarantada, queda inerte. As forças políticas democráticas, progressistas e de esquerda têm a responsabilidade histórica de se unir pela democracia, pela soberania e pelos direitos fundamentais.

As eleições municipais são fundamentais para conter a marcha fascista. As forças democráticas aglutinadas em um projeto claro, programático e pragmático em defesa da democracia e dos direitos do povo, têm as condições objetivas de virar o jogo e ganhar as eleições, fortalecendo-se para a vitória na disputa eleitoral de 2022.

Há tempo para tudo na vida. Agora não é momento de se amotinar e medir forças eleitorais. A hora é de união de todos do campo democrático e popular, pela democracia e por justiça social. Clamava Martin Luther King, histórico líder norte-americano, em sua luta contra o racismo e por direitos civis: “O relógio do destino está batendo, temos que agir agora, antes que seja tarde demais!”

É preciso sublimar. Superar as divergências ideológicas. O momento é de estarmos de mãos dadas, unindo forças políticas e sociais que representem a maioria, em nome da vida, da democracia e dos direitos. Precisamos ouvir o chamado da história e enxergar o futuro das novas gerações, senão a gente acaba perdendo tudo o que já conquistou.

 

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