Segundo dados do último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) no ano de 2022, Aracaju possui uma população de 602.757 habitantes, onde 86.557 se declararam pretas, o que corresponde a 14,36% da população.
Ao longo do ano a Prefeitura de Aracaju, através da Gerência de Igualdade Racial da Diretoria de Direitos Humanos (DDH), da Secretaria Municipal da Assistência Social, realiza diversas atividades e promove políticas públicas permanentes para garantir a igualdade de direitos e combater o racismo.
O dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira, dia 20, é uma data de reflexão e reconhecimento da importância da cultura afro-brasileira para a formação da identidade nacional. É uma oportunidade para compreender as raízes profundas da opressão, reconhecer os avanços que a sociedade tem alcançado na luta pela igualdade racial e perceber que ainda há muito a ser feito para alcançar a plena equidade.
São desenvolvidas ações em escolas da capital, palestras nos Centros de Referências da Assistência Social (Cras), com intuito de levar informação e discutir as relações raciais em diversos aspectos e escutar de alunos, usuários e profissionais sobre suas experiências e opiniões. Resultado desse trabalho de debates e ações, existe a lei municipal Nº 5.049 de 2018, a qual garante a reserva de 10% de cota racial para afrodescendentes nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos, e das contratações por tempo determinado para atender a necessidade temporária.
“O Dia da Consciência Negra veio como algo governamental, mas no fundo, ele veio também para lembrar para a necessidade de mudar a nossa forma de entender o racismo. Ele não pode ser a palavra que vem na frente da mudança, o que vem na frente da mudança é a disposição de a gente fazer de maneira diferente um combate a toda forma de crime contra a cor. Então, hoje a Gerência de Igualdade Racial tem um cunho político, pedagógico e que passa pela assistência social, ajudando a uma parcela da sociedade vítima de violência racial. A gente também tem uma proposta muito boa, que o Dia da Consciência Negra não seja só uma coisa do dia 20 de novembro, mas a gente espera que seja durante dias, meses, anos, e que finalmente seja feita a quebra desse ciclo de violência contra a população negra”, explicou a diretora da DDH, Rosana Adrião.
Para a gerente da Gerência de Igualdade Racial, Thaty Meneses, o objetivo das ações realizadas são para provocar uma reflexão diária nas pessoas sobre as mudanças que já aconteceram e ainda são necessárias à população negra.
“As atividades que a gente realiza na gerência são para trazer a emancipação do povo negro, trazer políticas públicas de inclusão e equidade para a população negra, gerando reflexões sobre as diferenças que a população negra sofre; entender que onde nós estamos hoje não é uma questão de historicidade apenas, o posicionamento da pessoa negra, onde ela está hoje não é coincidência, não é o ritmo natural da história, foi por conta da privação das pessoas negras dos seus direitos, por conta do cerceamento do povo negro, então nossas ações são sempre voltadas para a elevação da autoestima, da presença do povo negro, de possibilitar acessos, principalmente a população negra que está em situação de vulnerabilidade”, afirmou Thaty.
Ao longo do ano, a Gerência de Igualdade Racial realiza oficinas, palestras, relacionadas ao combate ao racismo e a conscientização com usuários e profissionais dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) da capital. A oficina de turbantes com mulheres do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) tem por objetivo discutir as relações raciais em diversos aspectos e escutar de profissionais que trabalham no Cras e usuários que utilizam os serviços do equipamento sobre suas experiências e opiniões a população negra. Já crianças e adolescentes assistidos pelo SCFV, participam de uma oficina de contação de histórias sobre a relação do Brasil com os negros que vieram da África.
Saber lidar com o dinheiro de forma mais consciente e inteligente, é algo que as pessoas têm pouco conhecimento. Por isso, através da oficina Grana Preta, onde usuários e profissionais dos Cras têm orientações para repensar as práticas e posturas diante dos recursos, sendo ele pouco ou não.
Ainda em 2024 foi realizada a Formação Gandal, onde artistas e produtores culturais da capital, de comunidades periféricas e predominantemente negras, tiveram a oportunidade de participar de oficinas sobre Elaboração de Projetos; Gestão de Carreira e Produção Executiva; Produção de Eventos; e Captação de Recursos, e claro que parcerias com escolas da rede municipal, para trabalhar a conscientização e falar sobre racismo com crianças e adolescentes.
Ações Intersetoriais
A gerência de Igualdade Racial vai além dos equipamentos da Secretaria da Assistência Social, por exemplo, promove parcerias com escolas do município para ampliar um trabalho sobre as políticas públicas voltadas para a população negra.
“A gente leva a junção dos setores da Prefeitura para fazer essa reflexão com crianças e plantar uma semente, com o objetivo de enfrentar e acabar com esse mal social que é o racismo. Então eles precisam entender desde pequenos de onde veio o racismo, como é que eles se disfarçam na sociedade, por mais que tenhamos personagens sociais que correm atrás para combater. Então a esperança que a gente tem é que essas crianças, adolescentes e futuros adultos, possam ser personagens fundamentais para que possamos ter uma sociedade sem racismo”, pontuou a coordenadora pedagógica da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Professora Letícia Soares de Santana, localizada no bairro Santos Dumont, Cirleide Souza.
Fonte: Agência Aracaju de Notícias
Foto: Mateus Souza
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